Editora Pergunta Fixar ganha prêmio por equidade de gênero



Editora Pergunta Fixar ganha prêmio por equidade de gênero

A brasileira Pergunta Fixar, participante do Brazilian Publishers — projeto setorial de internacionalização de conteúdo editorial brasileiro realizado por meio de uma parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) — ganhou o Prêmio União Ibero-americana Municipalistas (UIM). Os publishers Fernanda Carvalho e Andrey do Amaral viajam até o México, no final de abril, onde acontece a cerimônia de premiação.

A casa editorial ficou em terceiro lugar na categoria Mulher, Ciência e Tecnologia, pela melhor prática local com enfoque de gênero. O objetivo do Prêmio UIM é reconhecer, valorizar, fortalecer e socializar as boas práticas com o foco em gênero. Por conta da diversidade de projetos, as práticas que concorrem à premiação são divididas nas categorias: políticas para prevenir e erradicar a violência contra mulheres e meninas; democracia paritária; transversalidade de gênero nas políticas públicas locais; e mulher, ciência e tecnologia.

Em entrevista ao Brazilian Publishers, Fernanda e Andrey se mostram muito felizes com a condecoração. “Por se tratar de um prêmio internacional, para nós é uma glória”, diz Andrey. A Pergunta Fixar tem como premissa o trabalho em igualdade de gênero. O conselho editorial da publisher tem mais de 50% de mulheres. O universo feminino também predomina no catálogo de livros que a editora oferece, em que mais de 70% das obras são escritas por e para mulheres.

O prêmio UIM veio com o esforço da editora em garantir o espaço da mulher no mundo editorial e o fomento à igualdade. “Unimos a venda de livros com palestras, eventos, projeções, debates e qualquer ação para gerar políticas públicas e o engajamento necessário para validar a equidade de gêneros que propomos. Isso tem repercutido de forma interessante, pois o esforço da editora surtiu efeito positivo”, conta o editor.

Novos projetos

Na mesma toada de todas essas ações, surgiu o Transversalidades, que é a iniciativa voltada para a cultura e arte, priorizando sempre a literatura. Dentro do projeto, acontece o Cineclube Transversalidades, no qual a Pergunta Fixar apresenta curtas-metragens em instituições parceiras da editora. Os filmes têm relação direta com o universo da mulher. Antes ou depois das sessões, a publisher promove debates com escritoras ou com alguma convidada para desenvolver um tema previamente proposto. Há ainda a leitura de trechos de livros da própria casa editorial.

“Geralmente, o projeto é aplicado com mulheres que sofreram algum tipo de violência, seja física ou psicológica. Temos parceria com o Instituto Chamaeleon, que cuida também de vítimas de abuso, maus-tratos e violência sexual. Encaminhamos as mulheres ao Chamaeleon, onde elas recebem atendimento gratuito e contínuo”, conta Andrey. Se necessário, a editora da Pergunta Fixar, Fernanda Carvalho, que é advogada, também dá orientações gratuitas para essas mulheres.

A editora foi a única empresa brasileira a ser selecionada para a final da premiação. “Por termos uma líder mulher num ambiente cheio de preconceito e machismo contra a figura feminina, a chancela do prêmio fortalece a figura da mulher como capaz de desenvolver projetos em prol da equidade, onde apenas queremos que ela tenha o seu espaço por direito” ressalta Andrey.

Quando chegar ao México para receber o prêmio, os editores da Pergunta Fixar pretendem falar sobre a experiência de combate à violência através da cultura. “Será uma excelente oportunidade de criarmos uma rede em prol da causa e conhecermos pessoas num networking eficaz” diz o editor.

Sobre o Brazilian Publishers

Criado em 2008, o Brazilian Publishers é um projeto setorial de fomento às exportações de conteúdo editorial brasileiro, resultado da parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A iniciativa tem como propósito promover o setor editorial brasileiro no mercado global de maneira orientada e articulada, contribuindo para a profissionalização das editoras.