Oportunidades para castanhas no mercado dos Emirados Árabes, aponta estudo da Apex-Brasil
País não possui produção local e tem grande demanda pelo produto. As importações de castanha do Brasil atingiram US$ 616,4 milhões em 2019 – um aumento de 44,8% em relação a 2016.
Castanhas podem ser a porta de entrada para os produtores brasileiros exportarem para o mercado dos Emirados Árabes Unidos, que não possuem produção local e, portanto, apresentam grande demanda pelo produto, além de serem um hub de distribuição para outros mercados da região. Foi o que apontou o estudo da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com entidades setoriais e a Euromonitor International, serviço de consultoria que oferece inteligência estratégica customizada.
As castanhas são muito consumidas na culinária do Oriente Médio. Além de serem ingredientes importantes nas sobremesas, a crescente conscientização sobre a saúde também levou a um consumo cada vez maior de oleaginosas como snacks saudáveis ao longo do dia e para aumentar os níveis de energia antes da prática de exercícios físicos.
A importação de castanhas na região teve aumento de 44,8% em 2019 em relação ao observado em 2016, gerando US$ 616,4 milhões. As amêndoas sem casca se destacaram, respondendo por 48,5% de todas as importações. É comum encontrar as castanhas do Brasil em vários locais naquele país, sobretudo em hipermercados, supermercados e lojas de conveniência. Os consumidores locais valorizam bastante o frescor do produto.
O Brasil figurou na 15ª posição entre os principais exportadores para os Emirados Árabes Unidos. “Uma dica de sucesso para as empresas brasileiras conquistarem o mercado Árabe é oferecer preços competitivos”, ressalta o analista de Inteligência de Mercado da Apex-Brasil, Guilherme Nacif.
Em termos de valor, as vendas de castanhas no varejo atingiram US$ 405,9 milhões em 2020, com crescimento médio anual de 7,4% durante o período em análise (de 2017 a 2020). O pacote com 200 gramas de macadâmia é vendido a US$ 11,5 (equivalente na moeda local, o dirham, a AED 42,5), o pacote com 200 gramas de grãos grandes de castanha-de-caju é vendido a US$5 (AED18,4), o pacote de 125 gramas de noz-pecã premium é vendido a US$7,7 (AED28,6) e o pacote com 250 gramas de castanhas-do-pará é vendido a US$5,3 (AED 19,5).
Ramadã
Segundo Nacif, um momento propício para o produtor brasileiro atender uma demanda especial, o Ramadã – nono mês do calendário islâmico, marcado pelas intensas orações, jejum do amanhecer e anoitecer e cerimônias religiosas, quando o consumo dispara nos Emirados Árabes – é durante os meses pré-Ramadã, que acontecerão entre março e abril nos próximos anos, trabalhar com produtos a granel que podem dar maiores possibilidades iniciais de sucesso para as empresas brasileiras.
No período do Ramadã, os fiéis tendem a comer muitas sobremesas por estarem em jejum ao longo do dia e precisarem de um pouco de açúcar. E a maioria dos tipos de sobremesas são à base de castanhas, que variam de amêndoa e avelã, até pistache e noz.
Nacif também destaca que os produtos brasileiros já são reconhecidos como de alta qualidade e por atenderem bem à preferência de sabor da população dos Emirados Árabes Unidos.
Com relação à castanha-de-caju, que é um produto que pode ser explorado pelas empresas brasileiras, os períodos de colheita acontecem no final do terceiro e início do quarto trimestre do ano (entre setembro e outubro). Isso colocaria o Brasil em vantagem em relação, por exemplo, à Índia e Taiwan, que começam a abastecer o mercado no final de janeiro e fevereiro.