Gitex: Apex-Brasil leva dez startups brasileiras para participar de um dos maiores eventos mundiais de tecnologia em Dubai
Empresas nacionais que oferecem soluções inovadores irão à exposição para atrair parceiros na região
Missão liderada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) apresenta esta semana dez startups de tecnologia no estande do País na GITEX Future Stars 2021, que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. De 17 a 20 de outubro, representantes das empresas brasileiras interessadas em internacionalizar suas marcas demonstram seus serviços e produtos a investidores da região. A expectativa é de que 100 mil pessoas visitem o evento que reúne mais de 700 startups do mundo inteiro.
A feira GITEX Technology Week 2021 tem como propósito promover empresas inovadoras do mundo inteiro e reúne compradores dos mercados de tecnologia de crescimento mais rápido do mundo, como o Oriente Médio, Norte da África e Ásia.
O Analista de Expansão Internacional da Apex-Brasil, Marcos de Souza Vale, explica que a Agência tem três grandes objetivos com a missão: apoiar a expansão internacional de operações das startups, atrair investimentos e buscar parceiros de negócios.
“São negócios inovadores que estarão no estande do Brasil na GITEX para serem apresentados aos investidores. Por meio de um aplicativo, é possível marcar reuniões com os interessados na feira ou posteriormente. Ao fim da missão, os participantes farão visita guiada à Expo Dubai, também”, detalhou.
As empresas participantes são Asel-Tech (óleo e gás), Biosolvit (óleo e gás), Jade (saúde e educação), Raks (agrotecnologia), Predify (varejo), Trakto (marketing digital),
TacticUP (esporte), TNSnano (biotech), Dersalis (biotech) e Krilltech NanoAgtech (agrotecnologia).
Algumas empresas estão na missão pela primeira vez, porém, outras aderiram mais uma vez à viagem para fortalecer suas marcas no mercado dos Emirados Árabes Unidos. Após seleção entre todas as empresas participantes da feira, a GITEX escolherá as melhores para que façam um pitch (apresentação) público em uma área a um conjunto de investidores. Em uma disputa chamada SuperNova Challenge há também premiação em dinheiro para as empresas mais inovadoras.
Idealizador de um sistema que melhora a vida de crianças autistas, com hiperatividade ou com Síndrome de Down, Ronaldo Cohin Ribeiro, fundador da Jade, tem uma história especial com a feira: no ano passado, desbancou 120 startups do mundo inteiro e ficou em primeiro lugar no SuperNova Challenge, levando US$ 50 mil de prêmio. Morador de Vitória (ES), Ribeiro é pai de um menino autista e usou o trabalho de conclusão de curso da segunda graduação para colocar em prática uma ideia relacionada ao tratamento de crianças com a mesma condição do filho. O administrador e cientista da computação criou uma plataforma online onde é possível, apenas com jogos inseridos naquele ambiente virtual, criar relatórios a fim de indicar caminhos de tratamento para portadores de autismo, de Síndrome de Down ou de diagnosticados com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Na GITEX deste ano, Ribeiro apresenta uma nova funcionalidade do sistema, direcionada para o ambiente escolar. Com a mesma operacionalização, a ferramenta agora indica para professores e terapeutas, por meio de relatório, quais são e onde estão localizados os principais focos da criança. O sistema pode responder, após rastreio, por qual motivo a criança não está aprendendo assuntos ensinados na escola.
A Jade já tem 100 mil usuários e, com a missão, o objetivo é buscar clientes de diversas regiões que passam pela GITEX.
“A ideia é mostrar nosso novo produto, estamos no momento de buscar clientes de todas as partes do mundo e internacionalizar ainda mais o sistema. Já temos usuários nos Emirados Árabes Unidos e nosso interesse agora está na Coreia do Sul”, disse o fundador da empresa.
Outros empreendedores estão na feira de tecnologia pela primeira vez. É o caso de Fabiane Kuhn, de São Leopoldo (RS), sócia da Raks Tecnologia, startup especializada em desenvolvimento de sistemas que otimizam o manejo da irrigação para a agricultura.
“O nosso sistema indica ao produtor rural, conforme solo e clima, o melhor método de irrigação para, assim, evitar desperdício hídrico e de energia elétrica e aumentar a produção de alimentos”, explica Fabiane Kuhn.
A ferramenta está associada à agricultura de precisão, técnica que utiliza aparelhagem tecnológica para avaliar e acompanhar de maneira mais exata as condições de plantio. A Raks utiliza sensores próprios que analisam a umidade do solo, por exemplo, com o objetivo de entender o comportamento da água nas terras monitoradas. Tudo é operacionalizado com energia solar e sem internet, já que frequentemente grandes plantações estão localizadas em áreas sem acesso à web.
O empreendimento tem clientes nos Estados Unidos e no Brasil. A missão organizada pela Apex-Brasil, segundo a fundadora, servirá para que a Raks reúna interessados em utilizar a plataforma no Oriente Médio. Mais do que isso, Fabiane Kuhn planeja ir à GITEX para buscar investidores e entender o mercado agrícola da região.
StartOut
Dentre as iniciativas que a Apex-Brasil desenvolve para a promoção de startups, está o StartOut Brasil, um programa criado em 2017 para apoio à inserção de startups brasileiras que querem abrir novas operações no exterior. Através dele, mais de 100 empresas inovadoras foram apresentadas ao mercado internacional e expandiram seus negócios. Essa missão híbrida conta com capacitação por meio de treinamento de pitch, mentoria, webinars e apoio de matchmaker.
A Apex-Brasil ainda promove startups em outros países por meio de missões a feiras internacionais de inovação, como a GITEX. Uma das atribuições é identificar eventos de tecnologia e inovação no mundo inteiro e, assim, promover a participação de empresas brasileiras que tenham potencial de escalabilidade, grau de inovação e maturidade para se internacionalizar. Desta forma, a agência também coloca o país no cenário internacional de inovação.
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