Grupo europeu de produtores agrícolas advoga em benefício de biocombustíveis



A associação representativa dos produtores e cooperativas agrícolas europeias, Copa-Cogeca, tenta usar da sua influência junto ao Parlamento Europeu para que uma gama maior de biocombustíveis para aviação seja considerada “verde”, e conte aos esforços dos países frente às metas de descarbonização. A União Europeia tem como objetivo reduzir suas emissões de carbono em 55% até 2035, porém foi estabelecido um limite de 7% na quantidade de biocombustíveis de origem agrícola no mix energético do setor de transporte. O limite, que consta na proposta legislativa Fit for 55, impacta na produção de combustíveis que usam produtos como beterraba, cana de açúcar, milho, soja, e outros produtos agriculturáveis. Segundo entendimento oficial do bloco, esse limite visa evitar a competição do uso dessas safras, desviando-as da cadeia alimentícia, e do possível impacto desses produtos em desmatamento.

Segundo a associação Copa-Cogeca, a União Europeia tem regras rígidas para evitar que o fornecimento de matérias primas desencadeie problemas ambientais e de uso da terra, e argumenta que esse tipo de biocombustível é essencial para as metas de redução de gases do efeito estufa, já que, hoje, 99% do combustível usado pelo setor de aviação é de origem fóssil. O comunicado enviado aos eurodeputados no mês de dezembro cita os casos de Brasil e Estados Unidos, países onde parte significativa do combustível usado para aviação é extraído da cana-de-açúcar e de beterraba, entre outra commodities.

Com base nas argumentações e exemplos citados, a associação propõe que haja um mix obrigatório de biocombustíveis usados em aviões originários de aeroportos europeus, e que a totalidade das frotas automobilísticas utilizadas por companhias aéreas em aeroportos europeus seja abastecida com combustíveis de fontes renováveis, desde que observadas as disposições da diretiva RED II.