Momentos cruciais nas negociações comerciais UE-Mercosul
O acordo permitirá criar a maior área de livre comércio do mundo, abrangendo 780 milhões de pessoas e potencial aumento de 3 a 4% das exportações dos países do Mercosur para a União Europeia. A Alemanha tem sido um importante promotor do acordo, integrando um grupo de 11 países que demonstram apoio aberto, alertando para o risco para o bloco perder espaço no mercado latino-americano para a China, caso o tratado não seja assinado.
Entretanto, o processo enfrenta certos desafios. Ao mesmo tempo que negociadores-chefe se encontraram em Brasília na semana de 25 de novembro, tensões cresceram após a França e a Polônia declararem oposição ao acordo “em sua configuração atual”. Os dois países argumentam que o texto “não garante o cumprimento de padrões europeus nem assegura concorrência justa para seus agricultores.”
Apesar das resistências, os opositores ainda não alcançaram a minoria qualificada necessária para bloquear o pacto, que exigiria o apoio de pelo menos 4 países e representar 35% da população da União Europeia. Na sessão do Comitê de Comércio Internacional sobre o pilar comercial do Acordo União Europeia-Mercosul, realizada em 3 de dezembro de 2024, representantes da Comissão Europeia enfatizaram a importância estratégica do acordo de livre comércio. A Diretora-Geral de Comércio destacou que este será o primeiro acordo abrangente do Mercosul, prometendo desbloquear novas oportunidades de comércio e investimento. Os parlamentares favoráveis ao acordo ressaltaram os potenciais benefícios econômicos e sociais tanto para a UE quanto para os países do Mercosul, destacando a importância geopolítica e de segurança econômica do tratado.
Nesta sexta-feira (6/12), os líderes do MERCOSUL e da União Europeia anunciaram, em Montevidéu, a conclusão das negociações do Acordo de Parceria entre o MERCOSUL e a União Europeia. O anúncio permite a preparação dos textos do Acordo para sua posterior assinatura e ratificação.