André Favero: “O setor de Defesa ajuda o Brasil a se colocar como um país que produz bens de altíssimo valor agregado”


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André Favero: “O setor de Defesa ajuda o Brasil a se colocar como um país que produz bens de altíssimo valor agregado”

Na semana passada, mais de 80 empresas se reuniram em Brasília para a 4ª Mostra BID Brasil, feira que reúne o que há de mais sofisticado no setor de defesa e segurança no país.

A Apex-Brasil atuou no evento em parceria com a Associação Brasileira de Indústria de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) para a geração de novas oportunidades de negócios internacionais, foco de todas as  empresas do setor.

Para entender melhor a importância da base industrial de defesa, o Blog conversou com o diretor de negócios da Apex-Brasil, André Favero.

O que o setor de defesa representa para a economia?
André Favero –
Assim como em outros países, o setor de Defesa no Brasil é estratégico porque é indutor de inovação, de investimentos em tecnologia, de busca por novos materiais e sistemas. Além disso, a indústria de defesa ajuda o Brasil a se posicionar no exterior como um país que produz bens e artigos de altíssimo valor agregado. Isso é importante para que países que já adquirem produtos brasileiros, como calçados, tecidos, etc, saibam que também somos capacitados para produzir bens de alta densidade tecnológica.

Qual a importância desse projeto para a Apex-Brasil?
André Favero –
O Setor de Defesa é muito importante para o país. Ele emprega, diretamente, 30 mil pessoas, e outras 120 mil indiretamente. Para se ter uma ideia, uma pesquisa divulgada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas em 2015, que  considerou o conjunto das atividades de produção e serviços envolvidas no complexo produtivo da defesa e segurança, apontou para um PIB de mais de R$ 200 bilhões, algo como 3,7% do PIB do Brasil. Ao apoiar um setor como esse a Apex-Brasil colabora com uma área da economia que precisa manter uma agenda de exportação robusta. Nenhuma indústria de defesa no mundo sobrevive apenas do mercado interno. Ao apoiar um setor como esse a Apex-Brasil colabora com uma área da economia que precisa manter uma agenda de exportação robusta. Nenhuma indústria de defesa no mundo sobrevive apenas do mercado interno.

E como a Apex-Brasil tem trabalhado o setor de defesa?
André Favero –
Nosso papel é capacitar as empresas pequenas e médias para que se tornem mais sólidas, com produtos certificados no mundo inteiro, e para que possam acessar outros mercados. Em relação às empresas que já são grandes e consolidadas como a Embraer, a Apex-Brasil tem um papel fundamental na abertura de novos mercados e no posicionamento do Brasil como um fornecedor de produtos de defesa global, confiável e de qualidade.

E qual o papel de uma feira como a mostra BID Brasil para o setor?
André Favero –
A mostra BID Brasil é muito importante. É a maior feira de equipamentos de defesa do país com empresas exclusivamente nacionais, estabelecidas no Brasil. Utilizamos esse evento para atrair potenciais investidores e compradores para o setor. Ela atrai adidos militares de todo o mundo, além de empresas estrangeiras que podem fechar parcerias com a indústria nacional. Também é uma forma de posicionar o Brasil como um dos grandes competidores globais. É importante lembrar que a feira também inclui os equipamentos não letais, uma das características do setor no Brasil. Temos uma grande produção de aviões, radares e satélites que ajudam no monitoramento das fronteiras, na vigilância em segurança pública, na contenção de multidões, enfim, produtos que também podem chegar às forças de segurança internas, como as polícias civis e militares. São capacetes, gás lacrimogênios, uma série de artigos que ajudam, inclusive, a promover a paz.

Como vem evoluindo a parceria da ABIMDE com a Apex-Brasil?
André Favero –
A parceria se dá por meio de um projeto setorial que tem evoluído bem a cada biênio, tanto em volumes de recursos aportados, quanto em número de empresas atendidas. Hoje esse convênio atende 84 empresas, das quais 30 já são exportadoras. Nossas ações têm sido importantes na conversão das empresas que ainda não são exportadoras. Com muita inteligência de mercado, capacitação, base de dados, identificando os potenciais compradores, adequando os produtos para que as empresas consigam novos contratos e longo fornecimento, nós promovemos as exportações do setor porque isso para o Brasil vai se reverter em geração de renda e postos de trabalho.