#BeInnovative: a história de inovação e empreendedorismo da Artecola


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#BeInnovative: a história de inovação e empreendedorismo da Artecola

Na década de 40, a empresa Adams era uma das maiores empresas de calçados do Sul do Brasil. Foi do chão dessa fábrica que saiu um empreendedor que resume os conceitos de determinação e inovação presentes na campanha #BeBrasil, da Apex-Brasil. O nome dele? “Seu” Francisco Xavier Kunst, e sua história começa quando seu patrão, Albano Adams, notou em Xavier um grande potencial e o incentivou a conhecer mais sobre colas – elemento essencial na fabricação de sapatos.

O funcionário encarou o desafio e começou a estudar aos fins de semana. Foi então que Francisco desenvolveu um tipo de adesivo para sapatos (antes comprado no Rio de Janeiro) que, além ser utilizado pela Adams, passou a ser vendido para outras indústrias de calçados locais.

O esforço acabou virando oportunidade e o patrão Francisco o convidou para ser sócio em uma nova empresa, a primeira de adesivos do Sul do Brasil, num negócio que iria atender à crescente indústria calçadista da região. Ao lado da esposa Irma, que também ajudava no orçamento da casa, aceitou o convite. Investiram, então, no sonho de ter um negócio próprio. Em 1948, a família mudou-se para chácara dos Adams, onde funcionou a primeira sede da Fábrica de Tintas e Colas Ltda.

Depois de dois anos, o inesperado aconteceu: a calçados Adams foi à falência. Seu Francisco e Dona Irma não estavam numa situação confortável, pois a empresa era sócia e a principal cliente da Fábrica de Tintas e Colas. Seu Francisco tinha questões desafiadoras pela frente: comprar a parte dos Adams, conseguir outra sede e garantir novos clientes, tudo isso com pouco dinheiro. Depois dos obstáculos, as coisas começaram a tomar um novo rumo. Esse foi o início da Artecola.

 “Os primeiros dez anos foram muito difíceis. Nosso avô (Francisco) fazia tudo: comprava as matérias-primas, preparava as colas, saia para vender, entregava os pedidos e ainda precisava arranjar tempo para a parte burocrática, de pagamento de títulos, idas a banco, tudo mais. Era uma vida dura ao lado da esposa, que seguia fazendo costuras para ajudar no sustento da casa”, conta Lisiane Kunst, atual Diretora Executiva da Artecola.

PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO

Passadas três gerações e 65 anos de muita história, hoje as Empresas Artecola são o conglomerado que identifica as três companhias e todos os setores de atuação da empresa que começou familiar: Artecola Química, que engloba as áreas de adesivos e laminados; MVC Soluções em Plásticos, concentrando atividades em plásticos de engenharia; e Arteflex, negócio de equipamentos de proteção individual.

Nos anos 1960, com a situação financeira estabilizada e em uma sede mais estruturada, Francisco Xavier decidiu ocupar outro espaço do prédio com uma fábrica de calçados. Surgia a Calçados Andarsa, que foi uma importante área de negócios da empresa. “Outro momento de grande importância foi em 1972, quando Renato Kunst, meu pai e já da segunda geração na empresa, participou da Missão à Europa realizada por empresários calçadistas. Foi uma imersão que mudou muita coisa na empresa. Ele voltou da Europa com um choque cultural e conversou com meu avô: a empresa precisava se profissionalizar”, relembra Lisiane.

Os primeiros passos em direção à internacionalização se deram a partir do início da Calçados Andarsa, em 1963, empresa que já nasceu com perfil exportador. Em 1970, iniciou-se a diversificação de mercados com exportações para a América Latina. Mais tarde, foi definido um plano de internacionalização que começou a ser implantado na década de 90. “O lema era ‘ser referência latino-americana em adesivos’. Começamos com abertura de Centros de Distribuição próprios, depois aquisições (a primeira em 2002 na Argentina) e, hoje, temos plantas industriais em toda a América Latina e uma joint venture na Ásia.”

O LEGADO DE FRANCISCO XAVIER

“Como integrante da terceira geração à frente da empresa, vislumbro muitos desafios ainda a serem conquistados. Trabalhamos com a inovação e a sustentabilidade para a perpetuação dos negócios, contribuindo para o desenvolvimento das regiões onde estamos presentes e buscando oferecer o melhor resultado a nossos parceiros. Temos em mente nosso papel social, nosso compromisso com o cliente, com os colaboradores, com as comunidades e com os países com os quais nos relacionamos”, explica Lisiane. “Quando, em 1997, colocamos o desafio de ser referência latino-americana, não tínhamos nenhuma operação fora do Brasil. Hoje já somos a segunda empresa em participação de mercado da América Latina, somente atrás do líder mundial de adesivos”, complementa.

A diretora acredita que o legado deixado pelo fundador Francisco Xavier é o que impulsiona a empresa a realizar um trabalho que faça a diferença. Segundo ela, o compromisso com a sustentabilidade é a principal contribuição para a mudança gradual na forma de encarar o futuro, deixando clara a responsabilidade de cada um, como pessoa ou empresa, para o futuro das próximas gerações. “Como cidadã, me identifico muito com valores deixado por nosso fundador, que sempre priorizou a responsabilidade social, a comunidade e as pessoas que nos ajudaram a construir essa história. A conduta ética em todos os relacionamentos fica como a maior lição”, finaliza.

 

Texto originalmente publicado em 26 de agosto de 2014

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