#BEINNOVATIVE: Magmaned a empresa que transformou o setor da saúde do Brasil
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Ter necessidade de criar caminhos ou estratégias diferentes, inventar ideias, processos e ferramentas. Esse é o conceito de inovação, um dos atributos presentes na campanha #BeBrasil, que apresenta o Brasil como um país atraente e confiável no mundo dos negócios. A história da empresa Magmaned, especializada em aparelhos de ventilação pulmonar, e os seus diretores Wataru Ueda, Tatsuo Suzuki e Toru Kinjo, talvez seja a expressão mais clara desse espírito inovador.
A trajetória da Magnamed teve início com os engenheiros Tatsou e Wataru. Os dois trabalhavam em uma empresa de equipamentos médicos. Ambos já tinham passado por todas os níveis possíveis dentro da companhia e chegaram à um dilema: manter a vida confortável de executivos com bons salários, ou enfrentar um novo trabalho sem remuneração e previsão de retorno a médio prazo?
Os empresários tinham histórias de vida bastante parecidas e habilidades complementares. Ambos se formaram no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e foram empreendedores quando jovens. Com conhecimentos de engenharia adquiridos no ITA e as experiências profissionais, os dois começaram a projetar produtos médicos mais condizentes com seus valores.
Mudar nunca é fácil, mas havia muito a melhorar: novas práticas na produção, produtos de menor custo, mão de obra mais valorizada. O pensamento de mudança ia além do dia-a-dia. Eles queriam fazer mais pelo mundo. “É claro que a decisão foi extremante difícil, uma vez que sabíamos que afetaria o lado financeiro, mas os desafios valiam a pena. Buscar os sonhos, com a tecnologia e conhecimento que tínhamos, poderia levar benefícios a muitas pessoas e assim devolver à sociedade um pouco de que recebemos dela”, comenta Wataru.
A vontade de arriscar foi maior que o receio de errar. Eles sabiam que tinham uma missão pela frente. Wataru também sabia que ter tido a possibilidade de acompanhar, durante a sua carreira, todo o ciclo de desenvolvimento dos produtos – desde a criação até a venda – o ajudaria a replicar o modelo no novo desafio. Dessa maneira, em 2005, fundaram a Magnamed, empresa que fabrica equipamentos para o mercado de ventilação pulmonar e anestesia. Ganharam reforço de mais um sócio, Toru, e o time ficou completo. Tudo teve início em uma garagem de 15 metros quadrados.
O CRESCIMENTO DA MAGNAMED
O primeiro produto criado foi um ventilador pulmonar que não utilizava tubos para interligar as válvulas pneumáticas. Isso facilitava a montagem, diminuindo os movimentos repetitivos dos trabalhadores e, dessa forma, reduzia os riscos no ambiente da fábrica. Com o plano de negócios nas mãos, foram aprovados em várias incubadoras de empresas, mas optaram pela então maior incubadora existente, o CIETEC, da Universidade de São Paulo. Ali puderam aprimorar os protótipos, aprender sobre linhas de financiamento e obter apoio de órgãos como Fapesp, FINEP e CNPq.
Uma nova plataforma tecnológica nasceu naquele momento. Os ventiladores pulmonares agora eram mais compactos, mais fáceis de se montar, mais seguros e de menores custos. A primeira venda foi realizada depois de um ano de criação da empresa. Em 2009, a Magnamed contou com capital de terceiros e em 2010 e 2011, conseguiu as licenças necessárias para fabricar e vender produtos médico-hospitalares (na Comunidade Europeia e na Anvisa, respectivamente).
Hoje, a Magnamed trabalha com quatro produtos especiais, um deles, o Oxymag é um ventilador pulmonar, idealizado nos corredores da Magnamed. “É o único que ventila desde paciente neonatal até adulto. Já foi usado em bebê de 500 gramas e paciente de 300 quilos”, conta Tatsuo. E complementa “Nossos produtos são inovadores, com foco na preservação da vida”.
O objetivo maior ainda é o de transformar o setor da saúde no país, levando sempre em mente o senso de ética, a integridade e a noção de que a mudança é para beneficiar o coletivo. “Descobrimos que, para ter sucesso no próprio negócio, precisávamos saber ouvir a equipe, postura diferente da adotada pela maioria dos executivos, que fala mais do que escuta", explica Wataru, que hoje é o presidente da Magnamed.
TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR BRASILEIRA PARA O MUNDO
O pensamento voltado para o mercado externo da Magnamed ocorreu quando os três sócios já idealizavam um produto que reuniria as melhores tecnologias do mundo, projetando-o com base em normas internacionais para entrar competitivo no mercado. Com isso, começaram a participar das maiores feiras internacionais da área médica – MEDICA, na Alemanha; Arab Health, em Dubai; FIME, em Miami; Hospitalar, no Brasil – com pequenos estandes para a divulgação da marca e também para observação das tendências do setor.
A internacionalização ocorreu efetivamente quando a empresa venceu uma grande concorrência de equipamentos médicos do governo da África do Sul em 2011. A vitória na licitação culminou em um contrato de dois anos para venda de ventiladores para transporte de pacientes. Desde então, a empresa passou a exportar para mais de 25 países, da Ásia, do Oriente Médio e da América Latina. Os produtos da empresa foram exportados antes mesmo do início das vendas no mercado brasileiro, já que a Certificação da Comunidade Europeia foi conseguida cerca de seis meses antes do registro no Brasil.
INOVAÇÃO A FAVOR DA SOCIEDADE
Os empresários acreditam quem a Magnamed está contribuindo com a mudança do mundo ao exportar produtos melhores e mais confiáveis, com alta tecnologia e ao alcance de todos. “Ajudamos a preservar vidas com muita honestidade e ética”, explica Tatsou. Para eles, é fundamental que devolvam à sociedade brasileira o que receberam durante toda a vida: educação pública e gratuita, subvenções e apoio aos projetos.
Para os sócios, essa devolução vem em forma de geração de empregos, novas tecnologias e muita inovação. “Esperamos que a Magnamed continue fabricando cada vez mais produtos inovadores e de excelente qualidade, sempre tendo em vista que os benefícios sejam levados a todas as camadas sociais, que os valores sejam passados de geração em geração e que muitas vidas sejam salvas, levando cada vez mais conforto aos pacientes”, declara Tatsuo.
Na visão dos fundadores, transformar uma ideia em realidade requer paciência e organização. Ressaltam que o sucesso de qualquer negócio está fundamentado sobretudo no altruísmo. “É preciso avaliar sempre os ganhos que uma iniciativa pode trazer à sociedade e não apenas para si”, finaliza Wataru.
Texto originalmente publicado em 1º de julho de 2014