APEX-BRASIL LEVA 68 EMPRESAS PARA SIAL CHINA 2016
De olho em um dos maiores mercados de alimentos do mundo, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) vai levar representantes de 68 empresas nacionais para a Feira Sial China 2016.
A Sial, que acontece entre os dias 5 e 7 de maio, é uma das feiras alimentares mais tradicionais do mundo e uma das principais portas de acesso ao mercado chinês.
Este ano, pela primeira vez, a Apex-Brasil montará um pavilhão com 25 empresas dos setores de carnes bovina, suína e de frango, mel, vinhos, cafés e chocolates. Na programação, cooking shows de comida brasileira e rodadas de negócios com potenciais compradores chineses. A expectativa é de gerar US$ 36 milhões em negócios.
Paralelamente, outras 27 empresas participam do evento com apoio dos projetos da Apex-Brasil em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) e com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Além disso, uma missão prospectiva organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) e Apex-Brasil promove a participação de 16 empresas que ainda não exportam para a China. O objetivo é capacitá-las para este mercado, cujo PIB per capita tem perspectivas de dobrar entre os anos de 2010 e 2020.
O interesse no mercado Chinês se justifica pelo mercado crescente para diversas áreas em que o Brasil atua. Os cafés especiais são um bom exemplo. No ano passado, os chineses investiram US$ 1,364 milhão na aquisição desse tipo de café do Brasil, volume quase dez vezes superior ao registrado em 2009 (US$ 139,5 mil), quando teve início o projeto setorial coordenado pela parceria entre Apex-Brasil e a Associação Brasileira de Cafés Especiais. Até 2015, conforme os dados do Brazilian Specialty and Sustainable Coffees, a China já realizou investimentos da ordem de US$ 3,868 milhões nas importações do produto especial brasileiro.
“O empresário brasileiro se interessa cada vez mais pela China, que é potencialmente o maior mercado consumidor do mundo. Em diversos setores da economia, como alimentos de alto valor agregado, como é o caso dos cafés especiais, o Brasil é visto como um país de produtos sustentáveis e de alta qualidade”, explica o Gerente de Exportações da Apex-Brasil, Christiano Braga.
A carne brasileira
Mas é na exportação de carnes que a Sial China surge como uma grande vitrine para o Brasil. Entre 2011 e 2015, a venda do produto para o mercado chinês cresceu 229%. Atualmente, há 16 plantas brasileiras habilitadas para exportação ao país.
Desde julho de 2015, quando houve a queda do embargo que o país mantinha à carne bovina brasileira, a China se tornou o principal destino das exportações brasileiras deste produto, o que ajudou a colocar o Brasil entre os oito maiores fornecedores para o mercado chinês, considerando-se todos os setores da economia. “A expectativa é que os embarques para o mercado chinês alcancem entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão em 2016”, afirma Antônio Jorge Camardelli, presidente da ABIEC.
Para o vice-presidente de aves da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, a China assumiu um papel estratégico primordial para nossas exportações. “Por um lado, é uma das responsáveis pela alta nos embarques de carne de frango. Por outro, vem se consolidando como um player importante para o reequilíbrio do peso de participação dos importadores de carne suína. Por este motivo, as empresas vão com força total para consolidar novas vendas”, ressalta
Cristiano Braga aponta dois pontos importantes que garantem a China como um mercado preferencial por muito tempo. Um é o fim da política do filho único, que permite que, agora, cada casal chinês possa ter até dois filhos, o que indica o potencial aumento do mercado consumidor do país. O outro, a mudança dos hábitos do consumidor chinês, que pode beneficiar os produtos brasileiros. “O consumidor chinês, que cada vez mais assemelha seus hábitos de consumo aos do Ocidente, percebe a carne bovina como nutritiva e saudável, além de apreciar produtos como café, mel e orgânicos em geral”, explica.