APEX-BRASIL ORGANIZA PAINÉIS NA COP 23
Começa na próxima sexta-feira (10/11) a participação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) na 23ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 23, que acontece entre 6 e 17 de novembro, em Bonn, na Alemanha. Os painéis organizados pela Agência relacionam a mudança climática a questões econômicas com impacto nas exportações e na atração de investimentos estrangeiros para o país.
O Brasil terá uma participação de destaque na COP 23. Pioneiro na agenda de discussão sobre mudança climática, o país apresentará os avanços na ação climática nacional e debaterá as diversas questões ligadas ao tema em uma área montada pelo governo federal dentro da Conferência, o Espaço Brasil.
O Espaço Brasil sediará diversos debates sobre as questões climáticas e engajará representantes de órgãos públicos, setor privado, sociedade civil e academia. A Apex-Brasil é uma das promotoras do Espaço Brasil e organiza diretamente, ou por meio de entidades parceiras, oito painéis sobre temas relativos ao clima e que têm impacto direto ou indireto nas exportações e na atração de investimento estrangeiro direto para o Brasil.
O presidente da Agência, Roberto Jaguaribe, fará apresentações nos painéis “Estratégias Empresariais de Adaptação à Mudança do Clima – Desenvolvimento de Oportunidades de Negócios” e “Avanços e Parcerias Necessários para a Implementação da Agricultura Sustentável e de Baixo Carbono (ABC) no Brasil”, que ocorrem no dia 15 de novembro no Espaço Brasil.
Ele também participará do evento “AMAZON BONN: discutindo os desafios e as oportunidades para atingir o desenvolvimento sustentável da Amazônia” que é organizado pelo Fórum de Governadores da Amazônia Legal e pelo Ministério do Meio Ambiente e ocorre no Museu de Bonn, no dia 14 de novembro.
Confira abaixo os temas dos painéis, datas, horários e instituições participantes:
O CAMINHO PARA O DESENVOLVIMENTO DE BAIXO CARBONO
Instituições: Centro Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); Instituto Clima e Sociedade (ICS); Forum Brasileiro de Mudança do Clima (FBMC)
Data: 10/11 (Manhã – 11h30)
Apresentar as oportunidades e desafios da NDC brasileira, abordando precificação de carbono e desenvolvimento de estratégias de baixo carbono para o longo prazo. O debate levará em conta a evolução do plano de implementação da NDC e as discussões, em andamento, de estratégias de longo prazo para o país.
DESAFIOS DA SEGURANÇA ALIMENTAR E DA EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA NO BRASIL
Instituições: Sociedade Rural Brasileira (SRB); Climate Policy Initiative (CPI Brazil); IPAM Amazônia
Data: 13/11 (Manhã – 12h30)
O objetivo do painel é discutir e entender como se dará o incremento da produção de alimentos no Brasil nos próximos anos. Em linha com os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS), pretende-se abordar questões como produtividade, restauração da cobertura vegetal, queda da demanda por novas áreas de produção, entre outros.
A fronteira agrícola vem se expandindo ao longo das quatro últimas décadas, principalmente pelo uso intensivo de conhecimento e tecnologia. Procura-se, nesse debate, fazer uma breve discussão da expansão da fronteira agropecuária no Brasil e como continuar produzindo em um cenário climático adverso, de forma a não piorar o aquecimento global.
A INDÚSTRIA QUÍMICA COMO CRIADORA DE SOLUÇÕES PARA A REDUÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA: O EXEMPLO BRASILEIRO
Instituições: Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM); Outros parceiros
Data: 10/11 (Tarde – 15h)
O painel terá um debate sobre como a indústria química pode contribuir para oferecer soluções para a redução de emissões de gases de efeito estufa, considerando a participação de membros do Grupo de Liderança sobre Energia e Mudança Climática do ICCA (International Council of Chemical Association), composto por representantes do setor químico de diversos países e regiões.
ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS DE ADAPTAÇÃO À MUDANÇA DO CLIMA – DESENVOLVIMENTO DE OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS
Instituições: Apex-Brasil; FGV/GVces; CNI; CEBDS; WayCarbon
Data: 15/11 (Manhã – 09h30) – Presença do Presidente da Apex-Brasil
O objetivo do painel é apresentar e divulgar métodos, processos empreendidos e lições aprendidas por empresas que estão elaborando e implementando planos de adaptação à mudança do clima. Entre os resultados intermediários alcançados por essas empresas está a identificação de oportunidades decorrentes das alterações climáticas mapeadas com desdobramentos em relação ao acesso a mercados, demanda por produtos e serviços e cadeia de distribuição.
AVANÇOS E PARCERIAS NECESSÁRIOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL E DE BAIXO CARBONO (ABC) NO BRASIL
Instituições: Apex-Brasil; FGV/GVces; FGV/GVAgro; Agroicone; BNDES
Data: 15/11 (Manhã – 12h30) – Presença do Presidente da Apex-Brasil
O objetivo do painel é apresentar os avanços da agricultura sustentável e de baixo carbono (ABC) e como esta pode contribuir para o cumprimento da NDC brasileira e para uma agenda de competitividade do agronegócio brasileiro, aumentando a produtividade e gerando efeitos positivos na arrecadação de impostos, PIB, renda e balança comercial. O painel discutirá o que tem sido feito para viabilizar essa agenda, os agentes envolvidos e o acompanhamento dos resultados do Programa ABC.
Também pretende-se abordar o Observatório ABC – em atividade desde 2013 – como iniciativa voltada a engajar a sociedade e demais stakeholders no debate sobre a agricultura de baixo carbono. O Observatório também monitora as ações do Plano e Programa ABC.
BIOFUELS: FIGHTING CLIMATE CHANGE AND BEYOND
Instituições: União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA); SE4All; FAO; AVL; Governo do estado de SP
Data: 15/11 (Tarde – 14h)
O encontro tem por objetivo apresentar o potencial dos biocombustíveis em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, gerar renda e promover o desenvolvimento sustentável, contribuindo não só para o alcance dos compromissos feitos no Acordo de Paris, mas também os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. O etanol de cana-de-açúcar brasileiro será apresentado como um caso de sucesso. Especialistas da área financeira, automobilística, sociedade civil e desenvolvimento social debaterão os diversos benefícios socioambientais gerados a partir de uma maior participação dos biocombustíveis na matriz energética e de transporte mundial.
ENERGIAS RENOVÁVEIS: COMO IR ALÉM DA NDC E OPORTUNIDADES PARA ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS NO BRASIL
Instituições: ABEEólica; ABSOLAR; Empresa de Pesquisa Energética (EPE); Ministério das Minas e Energia (MME)
Data: 16/11 (Manhã – 17h)
O objetivo do painel é apresentar os avanços das fontes solar e eólica nos últimos anos e debater sobre oportunidades de investimentos e perspectivas de crescimento com base no Plano Decenal de Energia. O modelo regulatório brasileiro tem demonstrado avanços e tem permitido novos modelos de negócios no que diz respeito ao consumidor como gerador da própria energia, por exemplo. Além disso, o fator de capacidade das fontes é superior às médias mundiais.
Os acordos bilaterais sobre mudança climática contribuem para a construção de respostas globais justas e efetivas enfatizando a visão de longo prazo de conter o aumento da temperatura média global. Tais compromissos implicam em uma transição para sistemas de energia baseados em fontes renováveis e a descarbonização da economia mundial.
ECONOMIA FLORESTAL: DESAFIOS DA RESTAURAÇÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA NO BRASIL PARA O CUMPRIMENTO DE METAS CLIMÁTICAS
Instituições: Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ); FGV/GVces; Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura; Serviço Florestal Brasileiro (SFB); AMATA
Data: 17/11 (Manhã – 12h30)
O objetivo desse painel será apresentar os principais elementos para avançar no debate sobre as opções de financiamento de florestas. Apesar de estudos adicionais ainda serem necessários, o quadro atual sugere que enquanto não existem grandes dúvidas sobre o cumprimento da meta de Copenhagen, o cumprimento da meta da NDC para 2025 e 2030 demandará esforços substanciais visto o nível de ambição proposto pelo Brasil e o custo das medidas.
O debate tem como objetivo abordar o que é necessário para o Brasil possa desenvolver um mercado nacional de emissões que poderiam financiar o setor florestal.
AMAZON BONN: discutindo os desafios e as oportunidades para atingir o desenvolvimento sustentável da Amazônia
Realização: Fórum de Governadores da Amazônia Legal e MMA
Data: 14/11, de 8h30 às 18h30
Local: Museu de Bonn
O Fórum foi criado em 2008, com o objetivo de discutir propostas comuns de desenvolvimento sustentável, que possam ser implementadas pelos nove estados que compõem a região. O Fórum é constituído por governadores de nove (09) estados da Amazônia Legal: Amapá (AP), Amazonas (AM), Maranhão (MA), Mato Grosso (MG), Pará (PA), Rondônia (RO), Roraima (RR) e Tocantins (TO).
O evento AMAZON BONN será liderado pelos Estados da Amazônia Legal e contará com a participação dos governadores dos nove estados, além de apoio da Alemanha e Noruega. A proposta é que os membros do bloco amazônico apresentem as ações e resultados de políticas de equilíbrio climático e economia de baixo carbono, com a possibilidade, ainda, de potencializar parcerias existentes e estabelecer novas na busca por estes objetivos.
A COP 23 e o Acordo de Paris
O principal objetivo da COP 23 será avançar na regulamentação do Acordo de Paris, um esforço mundial em que cada país tem seu papel frente à mudança do clima.
Concluído em dezembro de 2015, na COP 21, o Acordo de Paris busca “manter o aumento da temperatura média global bem abaixo dos 2 °C acima dos níveis pré-industriais e buscar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C”. Para isso, cada país apresentou sua meta de corte de emissões, conhecida como Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).
A meta brasileira é reduzir 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, com indicativo de cortar 43% até 2030 – ambos em comparação a 2005. Considerada uma das mais ambiciosas, a meta brasileira envolve todos os setores da economia e propõe, entre outras coisas, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas e aumentar a participação de bioenergia sustentável na matriz energética brasileira.
O Brasil tem diversas frentes de ação para cumprir suas metas. Pelas estimativas oficiais, o setor de energia é responsável por 37% das emissões líquidas brasileiras, conforme os dados mais recentes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, referentes a 2014. A agropecuária responde por 33% das emissões, seguida pelos setores de mudança de uso da terra e florestas (18%), processos industriais (7%) e tratamento de resíduos (5%).