BALANÇA REGISTRA MELHOR SUPERÁVIT DE AGOSTO DESDE 2012
Brasília (1º de setembro) – A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,689 bilhões em agosto de 2015. O resultado é o melhor para meses de agosto desde 2012 e ficou 132,2% acima do valor registrado em igual período do ano passado. As exportações somaram US$ 15,485 bilhões e as importações US$ 12,796 bilhões. A corrente de comércio foi de US$ 28,281 bilhões, valor 28,9% abaixo do registrado em agosto do ano passado pela média diária. Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa, realizada na sede da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A média diária das exportações em agosto chegou a US$ 737,4 milhões, 8,5% abaixo da média verificada em julho deste ano (US$ 805,8 milhões), resultado do embarque de produtos básicos (US$ 7,319 bilhões), manufaturados (US$ 5,622 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,170 bilhões). Na comparação com agosto de 2014, a média diária das exportações caiu 24,3% (US$ 974,4 milhões).
O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (Deaex) da Secex, Herlon Brandão, explica que, no mês, o índice quantum – que mede as quantidades exportadas – cresceu 1,6% e que, mais uma vez, o desempenho da balança foi influenciado pelos preços internacionais que registraram queda média de 25,5%, na comparação com agosto de 2014. Além disso, Brandão explica que no mesmo mês do ano passado houve exportação de uma plataforma de petróleo, no valor de US$ 1,1 bilhão, que impactou a comparação.
Ainda no comparativo com agosto de 2014, a média diária das exportações de produtos básicos caiu 25,3%, especialmente pela queda de farelo de soja (-49,3%), minério de ferro (-49,1%), fumo em folhas (-28,1%), carne bovina (-24,3%), petróleo em bruto (-23,9%), minério de cobre (-19,9%), carne suína (-18,7%), milho em grão (-18%), café em grão (-16,9%), soja em grão (-6,1%) e carne de frango (-2,2%).
As exportações de manufaturados, em média diária, reduziram 24,8% no mês em comparação com agosto de 2014. O desempenho do grupo foi puxado principalmente pela queda nas exportações de óleos combustíveis (-68,5%), açúcar refinado (-43,1%), veículos de carga (-26,6%), medicamentos (-18,2%), pneumáticos (-17%), motores e geradores (-12,4%), óxidos e hidróxidos de alumínio (-11,9%), bombas e compressores (-10,5%), motores para veículos e partes (-9,3%), automóveis de passageiros (-7,7%) e autopeças (-0,8%). Por outro lado, aumentaram as vendas de tubos flexíveis de ferro e aço (131%), aviões (99,9%), etanol (81,8%), laminados planos (75,7%), papel e cartão (8,7%) e polímeros plásticos (4,5%).
No grupo de produtos semimanufaturados, que apresentou queda – em média diária – de 15,3% no comparativo com agosto do ano passado, decresceram as vendas principalmente de açúcar em bruto (-42%), couro e peles (-36,5%), alumínio em bruto (-18,9%), ferro-ligas (-15,5%), semimanufaturados de ferro/aço (-7,8%) e ferro fundido (-2%). Por outro lado, aumentaram as vendas de óleo de soja em bruto (-46,4%), catodos de cobre (15,8%), celulose (4,9%), madeira serrada (3,6%) e ouro em forma semimanufaturada (3,3%).
Importações
Pelo lado das importações, a média diária em agosto de 2015 foi de US$ 609,3 milhões, o que representa uma queda de 13,2% sobre julho deste ano (US$ 702 milhões) e uma queda de 33,7% na comparação com agosto de 2014 (US$ 919,3 milhões). Decresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (-64,9%), matérias-primas e intermediários (-32,8%), bens de consumo (-21,9%) e bens de capital (-21,5%).
Segundo Brandão, houve queda nas importações de itens de todas as categorias de produtos. “Porém, as importações sofreram grande influência de petróleo e derivados, categoria de produtos que registrou redução de 70% nos desembarques”, explicou. No grupo dos combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente pela diminuição dos preços de petróleo, naftas, óleos combustíveis, gasolina, gás natural e carvão.
No segmento de matérias-primas e intermediários, decresceram as aquisições de produtos alimentícios, produtos minerais, matérias-primas para agricultura, partes e peças de produtos intermediários, acessórios de equipamento de transporte, produtos agropecuários não alimentícios e produtos químicos e farmacêuticos.
As principais quedas nas aquisições de bens de consumo foram observadas nas importações de produtos farmacêuticos, automóveis de passageiros e partes, móveis, peças de decoração, máquinas e aparelhos de uso doméstico, partes e peças para bens de consumo duráveis, bebidas e tabaco, produtos de toucador e vestuário.
Entre os bens de capital, houve queda no desembarque de acessórios de maquinaria industrial, máquinas e aparelhos de escritório e serviço científico, partes e peças para bens de capital para indústria, maquinaria industrial e equipamento móvel de transporte.
Janeiro a agosto
No acumulado de janeiro a agosto de 2015, as exportações somam US$ 128,347 bilhões e as importações US$ 121,050 bilhões, valores 16,7% e 21,3% menores, respectivamente, que os registrados no mesmo período do ano passado (pela média diária). A corrente de comércio totalizou US$ 249,397 bilhões, uma queda de 19% sobre o mesmo período de 2014 (US$ 307,831 bilhões), pela média diária. Entre janeiro e agosto de 2015, a balança comercial acumula um superávit de US$ 7,297 bilhões, resultado muito acima do registrado em igual período de 2014 (US$ 205 milhões).
Brandão ressaltou que nesse período, o índice quantum vem acumulando uma alta de 6,3%, principalmente por conta das exportações de minério de ferro, soja, petróleo, carne de frango, celulose, laminados de ferro e aço, aviões, automóveis e óxidos e hidróxidos de alumínio, produtos que apresentaram crescimento nas quantidades exportadas. “As vendas externas de soja, por exemplo, atingiram 45,8 milhões de toneladas, volume que já supera o total exportado em 2014”, disse.
Destaques
Entre janeiro e agosto deste ano, houve crescimento de 6,9% das exportações de produtos manufaturados para os Estados Unidos. Segundo Brandão, o país vem comprando do Brasil mais aviões, laminados, carne bovina industrializada e material de construção civil.
Herlon ressaltou também a alta de 5,9% na exportação de veículos. Nos oito meses do ano, o Brasil vendeu 263.932 veículos contra 249.265 em 2014. O crescimento foi de 14,7 mil unidades. De acordo com Brandão, essa alta já é reflexo dos acordos automotivos assinados, principalmente, com México e Argentina, mercados para os quais as exportações cresceram 13,9 mil e 2,3 mil unidades respectivamente.