BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SÃO PAULO SEDIA DISCUSSÕES SOBRE MERCADO EDITORIAL ÁRABE



BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SÃO PAULO SEDIA DISCUSSÕES SOBRE MERCADO EDITORIAL ÁRABE

Maior evento brasileiro do setor, a 25a edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo começou na última sexta-feira (3) e teve um final de semana de programação movimentada e muitos visitantes. O evento é organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e recebe apoio do Brazilian Publishers, projeto de internacionalização de conteúdo editorial brasileiro realizado pela CBL em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Além conferir os estandes de alguns dos principais players do mercado editorial brasileiro e participar de bate-papos com autores e editores, o público que lotou a Bienal do Livro também encontrou conteúdos profissionais no espaço Papo de Mercado. A internacionalização movimentou a agenda de mesas redondas nos primeiros dias do evento. 

Na sexta-feira, a diretora executiva da CBL, Fernanda Gomes Garcia, mediou debate sobre “Como negociar direitos autorais com o mundo árabe” com a presença de Rawan Dabbas, da Emirates Publishers Association (EPA), que representa o mercado editorial dos Emirados Árabes Unidos, e do advogado Gustavo Martins, do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

Rawan aproveitou para destacar as oportunidades do mundo árabe, que, segundo ela, possui cerca de 30 milhões de pessoas. “Os Emirados se tornaram um hub local, reunindo especialmente editoras de países que passam por instabilidades políticas e econômicas. Temos um mercado pulsante e cada vez mais jovem, com muito espaço para conteúdos digitais. A maioria dos nossos livros são importados de outros países e o Brasil tem grande potencial. Uma boa forma de começar a exportar é pelos livros infantis”, comentou. 

Por outro lado, a profissional apresentou algumas dificuldades: “como o Mundo Árabe tem um território grande, a distribuição é um desafio. E é preciso conhecer bem as leis. Para quem quer entrar, acho que um bom caminho são as feiras. Outro ponto que pode ajudar bastante é ter um agente local”, detalhou. 

Internacionalização dos independentes
No mesmo dia, as editoras independentes debateram os caminhos para a internacionalização com a presença de Marifé Boix, vice-presidente de um dos maiores eventos internacionais do setor, a Feira de Frankfurt. O gerente de relações internacionais da CBL e gerente do Brazilian Publishers, Luiz Alvaro Salles de Aguiar Menezes, mediou a conversa, que contou ainda com Valéria Pergentino, da Solisluna Editora, e Gustavo Faraon, da Dublinense. 

A representante de Frankfurt deu dicas preciosas para as editoras que querem realizar negócios no exterior. “Em primeiro lugar, é preciso ter materiais mínimos de comunicação em inglês, como uma área no site. Também é essencial frequentar com regularidade os eventos internacionais”, explica. 

Gustavo comentou que, embora os desafios sejam muitos, as editoras independentes possuem diferenciais importantes. “A vantagem de ser pequeno é conseguir se moldar rapidamente à realidade de cada mercado”, comenta. Segundo ele, o segredo para exportar é criar uma rede de contatos e mantê-la ativa. “No final de contas, é realmente o que faz a diferença”, garante.

Luiz Alvaro aproveitou para informar o papel do Brazilian Publishers, que auxilia as empresas que querem exportar, apoiando inclusive a participação em eventos internacionais. Valeria destacou que uma das vantagens do projeto é que ele dá as mesmas oportunidades para empresas de todos os portes: “nos estandes compartilhados, todos têm o mesmo espaço”. Ela também destacou que a exportação ajuda a melhorar a competitividade no mercado nacional. “Quando sabem que exportamos, isso abre portas”, garante. 

A Bienal acontece até domingo (12) com 1.500 horas de programação cultural, quase 200 expositores, mais de 300 autores e 700 mil visitantes.

Sobre o Brazilian Publishers

Criado em 2008, o Brazilian Publishers é um projeto setorial de fomento às exportações de conteúdo editorial brasileiro, resultado da parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A iniciativa tem como propósito promover o setor editorial brasileiro no mercado global de maneira orientada e articulada, contribuindo para a profissionalização das editoras.