BIOFUTURE SUMMIT CONSTRUIRÁ, EM SÃO PAULO, MENSAGEM DESTINADA À COP23
O ano de 2016 foi o mais quente desde que o dado começou a ser monitorado em 1880. No Ártico, a extensão do gelo marinho, no verão de 2016, foi a segunda menor já registrada (4,14 milhões de km2). Em algumas regiões da Rússia, a temperatura foi 6°C ou 7°C acima do normal. Para impedir que a situação do planeta se torne insustentável, a adoção rápida e concomitante das mais diversas soluções de baixo carbono será necessária. Uma dessas soluções, a bioeconomia, é o foco da Plataforma para o Biofuturo, um grupo de 20 nações, incluindo o Brasil, que fará sua primeira grande conferência, o Biofuture Summit 2017, em São Paulo, nos dias 24 e 25 de outubro. O evento acontecerá no Hotel Estanplaza International, com a participação de mais de 300 delegados procedentes de 26 países. O Biofuture Summit 2017 conjuga, num só evento, a primeira conferência da Plataforma para o Biofuturo e a iniciativa below50 Roadshow South America.
Durante o Biofuture Summit 2017, governos, setor privado e pesquisadores debaterão as melhores formas de encarar um desafio relevante para o futuro de toda a humanidade: criar uma bioeconomia de grande escala, sustentável e de baixa emissão de carbono. No evento, os participantes buscarão destacar a necessidade urgente de ampliar o uso da bioenergia sustentável para manter a temperatura global dentro de níveis acordados internacionalmente e também irão debater sobre o potencial de cada um dos atores envolvidos para superar os entraves e mudar os paradigmas econômicos, ecológicos e produtivos.
Um dos casos de destaque no Biofuture Summit 2017 será o RenovaBio, programa que propõe uma política inovadora para os biocombustíveis de baixo carbono em elaboração pelo governo brasileiro. Serão também apresentados e debatidos, diretamente pelos responsáveis de cada país, programas e políticas similares implementados pelos EUA, Índia, Canadá, Reino Unido, Itália, e outros.
A expectativa é de que as deliberações do Summit possam contribuir para a Declaração de Visão da Biofuturo, que prevê maior participação da bioenergia, biocombustíveis e bioprodutos avançados até 2030, como uma alternativa parcial aos combustíveis fósseis, para assim mitigar os efeitos perversos das emissões de carbono sobre o meio ambiente. A Declaração de Visão deverá ser endossada pelos 20 países-membros da iniciativa por ocasião da COP23 da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), que acontece entre 6 e 17 de novembro em Bonn, na Alemanha.
Promovido e sediado pelo governo brasileiro, que está desempenhando as funções de facilitador da Plataforma para o Biofuturo, o Summit contará com painéis sobre Cenários climáticos e a necessidade de ampliar a bioeconomia; Superação dos desafios atuais e identificação de opções políticas futuras; Políticas para a bioeconomia; Combustíveis de baixo carbono; e Bioprodutos e biorrefino. Em sua fase final, haverá debate sobre Quais são os mecanismos de política prioritários para expandir de forma urgente a bioeconomia?, incluindo a apresentação preliminar da proposta de texto para a Declaração de Visão da Plataforma para o Biofuturo, a ser adotada pelos governos dos países membros da iniciativa. Além desse documento, prevê-se também a contribuição do setor privado, derivada dos painéis e do debate Recapitulação da evolução industrial e discussão dos resultados da cúpula do setor privado.
Entre as autoridades e palestrantes de destaque estão:
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes; o Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho; o Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin; o Presidente da Apex-Brasil, Roberto Jaguaribe; o Vice Diretor Executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Paul Simons; o Vice-Diretor Geral da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), Sakari Oksanen; a Presidente do CEBDS-WBCSD Brazil, Marina Grossi; o CEO global da DuPont Industrial Biosciences, William Feehery; o CEO da GranBio, Bernardo Gradin; o Diretor Geral do Ministério de Meio Ambiente, Terra e Mar da Itália, Francesco La Camera; o Diretor de Energia e Clima do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), Rasmus Valanko; o chefe do secretariado da Conferência Ministerial de Energia Limpa (CEM), Christian Zinglersen; o Diretor de Energias Renováveis da Agência Internacional de Energia, Paolo Frankl; o Presidente do Grupo de Trabalho de Biocombustíveis do Ministério do Petróleo da Índia, Y.B. Ramakhrisna; o economista-sênior do Departamento de Agricultura dos EUA, Jan Lewandrowski; o representante da sociedade civil no Conselho Nacional de Política Energética, Plínio Nastari; entre outros.
CHEGANDO À COP23
A proposta que será delineada durante o Biofuture Summit em São Paulo chegará à COP23, que acontece em Bonn entre os dias 6 e 17 de novembro, por meio de um evento da Plataforma para o Biofuturo patrocinado oficialmente pelo Brasil, em 16 de novembro. Esse evento reunirá os ministérios do Meio Ambiente (MMA), das Relações Exteriores (MRE) e de Minas e Energia (MME) numa iniciativa conjunta que versará sobre e necessidade de acelerar o desenvolvimento da bioeconomia e as políticas necessárias para tanto. Trata-se de tema relevante para o cumprimento da Contribuição Nacional Determinada (NDC, na sigla em inglês) do Brasil, e que mostra uma continuidade do trabalho desenvolvido a partir da COP 22, com o lançamento da Biofuturo e do programa RenovaBio.
SAIBA MAIS
SOBRE A PLATAFORMA PARA O BIOFUTURO
A Plataforma para o Biofuturo é um mecanismo multissetorial, lançado por iniciativa brasileira em novembro passado, na COP22, reunindo Argentina, Brasil, Canadá, China, Dinamarca, Egito, Finlândia, França, Índia, Indonésia Itália, Marrocos, Moçambique, Países Baixos, Paraguai, Filipinas, Suécia, Reino Unido, Estados Unidos e Uruguai. A Plataforma visa facilitar o diálogo político e a colaboração entre os países líderes, as organizações, a academia e o setor privado, conscientes da necessidade de acelerar o desenvolvimento e ampliar a implantação de alternativas sustentáveis de baixa emissão de carbono a soluções com combustíveis fósseis nos transportes, produtos químicos, plásticos e outros setores. O Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, desempenha atualmente as funções de facilitação, como coordenador da iniciativa.
SOBRE O below50
O below50 é uma colaboração global que tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do mercado global e nacional de combustíveis sustentáveis. O projeto busca criar demanda para combustíveis que, como o etanol e o biodiesel, emitam 50% menos CO2 do que os combustíveis tradicionais. O below50 se propõe a:
- Aumentar o número de empresas que optam pelos combustíveis below50;
- Criar oportunidades intersetoriais via cadeias de suprimentos;
- Demonstrar que os combustíveis below50 possuem um apelo econômico, social e ambiental;
- Abordar as barreiras legislativas e financeiras no abastecimento dos combustíveis below50.
SOBRE O RENOVABIO
O RenovaBio é uma política que busca traçar uma estratégia conjunta para reconhecer o papel estratégico de todos os tipos de biocombustíveis na matriz energética brasileira, tanto para a segurança energética quanto para mitigação de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa. Diferentemente de medidas tradicionais, o RenovaBio não propõe a criação de imposto sobre carbono, subsídios, crédito presumido ou mandatos volumétricos de adição de biocombustíveis a combustíveis, e está baseado no reconhecimento dos benefícios ambientais objetivamente calculados dos biocombustíveis no setor de transportes, premiando os mais limpos e eficientes.