SUSTENTABILIDADE DO SETOR SUCROENERGÉTICO EM EVIDÊNCIA



SUSTENTABILIDADE DO SETOR SUCROENERGÉTICO EM EVIDÊNCIA

O agronegócio brasileiro, que tem na atividade canavieira um dos seus melhores exemplos de produção sustentável de etanol, açúcar e bioeletricidade, pode contribuir decisivamente para que a Europa consolide uma economia de baixo carbono, em especial nos segmentos de energia e alimentos. As boas práticas agrícolas e industriais adotadas pelos produtores de cana no Brasil foram exaltadas pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, durante uma mesa redonda com importantes líderes empresariais locais e representantes do Parlamento e da Comissão Europeia.

 

Organizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) na segunda quinzena de janeiro (26/01), em Bruxelas, o evento reuniu mais de 20 convidados para uma série de debates envolvendo a situação atual e as perspectivas para o desenvolvimento de uma bioeconomia global, tendo o Brasil como um dos principais protagonistas do processo.

 

Buscando atrair investimentos para o País e maior cooperação comercial com a UE, Blairo Maggi enfatizou a responsabilidade socioambiental do agronegócio nacional, capaz de equilibrar o uso da terra para biocombustíveis e energia elétrica sem prejudicar a produção de alimentos, e de proteger o meio ambiente. Para justificar este argumento, o ministro citou diversas medidas governamentais criadas em parceria com o setor produtivo no sentido de preservar a biodiversidade e matas nativas. Dentre os exemplos mais positivos, foram destacados o Código Florestal e o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar (ZAE Cana), este último instituído em 2009 e que limita o cultivo de cana em biomas sensíveis, como a Amazônia, Pantanal e Bacia do Alto Paraguai. 

 

Blairo Maggi também mencionou números que traduzem o compromisso dos produtores rurais brasileiros com o tema da sustentabilidade. “Produzimos soja, café, laranja, cana-de-açúcar e várias culturas em 8% do território. Na década de 1970, produzíamos em média 1,4 tonelada por hectare. Chegamos, em 2015, a 4,5 toneladas por hectare. Isso representa economia de 150 milhões de hectares”, destacou. No caso específico da cana, o Brasil utiliza apenas 1,5% do território nacional para produzir etanol, açúcar e demais derivados da cana.

 

Responsável por mediar os debates no encontro de Bruxelas, a assessora sênior da presidência para Assuntos Internacionais da UNICA, Géraldine Kutas, encerrou o evento reafirmando o potencial dos derivados da cana para a redução das emissões de gases de efeito estufa na União Europeia (UE), terceiro maior produtor mundial de CO2 e que, até 2030, segundo compromisso assumido no Acordo de Paris, pretende mitigar as suas emissões em pelo menos 40%.“Temos totais condições de contribuir para que os países europeus conciliem objetivos econômicos e ambientais neste sentido”, destacou.

 

De acordo com a assessora da UNICA, entre os produtos sucroenergéticos que podem exercer este papel, estão: o etanol de segunda geração (2G), feito de resíduos agrícolas e que não necessita de expansão de área plantada com cana; o biopolietileno, cujo maior fabricante mundial é a marca brasileira Braskem, o bioplastico presente nas garrafas PET da Coca-Cola; o isopreno “verde”, composto utilizado em pneus; o biogás de vinhaça, subproduto da produção de etanol; e a palha e o bagaço, dois resultantes da moagem de cana que são utilizados para a gerar energia elétrica. “Os pellets de bagaço podem ser usados nas térmicas a carvão que estão sendo convertidas para energia renovável na Europa”, concluiu.

 

Além do evento na capital belga, a agenda de Maggi pela Europa incluiu reuniões com autoridades dos comitês de Meio Ambiente e de Agricultura da Alemanha. A UNICA também acompanhou a visita e foi novamente representada por sua assessora internacional, Géraldine Kutas. Para promover a imagem positiva do agronegócio nacional durante estes encontros, o Mapa divulgou o vídeo institucional “Agronegócio do Brasil, Empreende Preserva e Transforma”.