BRASIL ENCERRA SIAL PARIS 2016 COM US$1,2 BILHÃO EM NEGÓCIOS



BRASIL ENCERRA SIAL PARIS 2016 COM US$1,2 BILHÃO EM NEGÓCIOS

As empresas brasileiras presentes na SIAL Paris 2016, realizada de 16 a 20 de outubro, encerraram a participação na feira com uma expectativa de US$ 1,2 bilhão em negócios imediatos e a serem concretizados nos próximos 12 meses. As 102 empresas fizeram 11.200 reuniões de negócios com compradores de todo o mundo.

 

A presença do Brasil na feira foi organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em uma área de 2.800m² distribuída por quatro pavilhões (Nacional, Bebidas, Carne Bovina, Carne de Frango e Suína). Essa foi a oitava participação organizada pela Agência na principal feira de inovação em alimentos e bebidas do mundo, que reuniu 160 mil visitantes de mais de 190 países.

 

Além das reuniões de negócios, a programação do pavilhão nacional incluiu palestras e seminários técnicos sobre tendências de mercado, procedimentos de compra e exigências dos compradores locais em termos de prazos, qualidade e entrega de produtos, oportunidades e desafios para os produtos brasileiros.

 

A campanha #Be Brasil foi apresentada ao público internacional, reforçando a imagem do país como um parceiro de negócios, com diferenciais positivos como a sustentabilidade, a criatividade e a inovação. “Aproveitamos a oportunidade de contato com o público e com a imprensa europeia para apresentarmos dados importantes sobre a produção brasileira de alimentos e esclarecer pontos sobre, por exemplo, a sustentabilidade da nossa agropecuária”, comentou o presidente da Apex-Brasil, Roberto Jaguaribe.

 

NEGÓCIOS

Para reforçar a negociação, a Apex-Brasil convidou compradores de redes varejistas e distribuidoras como a espanhola El Corte Inglés, a polonesa De Care e a belga Ad Hoc Belux para interagir com as empresas brasileiras. A Agência também levou um grupo de sete compradores dos Emirados Árabes Unidos, Catar e Jordânia, que possuem redes de distribuição para o Oriente Médio e África. Eles se reuniram com 71 empresas brasileiras e ao menos uma delas, a Aramtec, fechou pedidos de US$ 800 mil com a JBS e está negociando outros US$ 150 mil.

 

No pavilhão nacional, a Cory Alimentos realizou 110 contatos com antigos e novos clientes. Fechou US$ 600 mil em contratos imediatos e prevê dobrar esse número nos próximos 12 meses, a partir dos novos clientes obtidos na feira. “Negociamos 15 containers com países diversos, como Líbia, Palestina, Jordânia, Senegal e Isla Margarita”, relata o diretor da empresa, Gilberto Jorge. “E nosso maior sucesso foi retomar as vendas para Angola, que estavam paradas há quase dois anos, devido a problemas na economia angolana”, completa.

 

O Café Bela Época estreou no mercado internacional durante a SIAL. Tradicional produtora de café no Brasil, a empresa criou uma estratégia exclusiva para o mercado internacional e apresentou sua linha de cafés especiais e orgânicos com certificação para a Europa, Estados Unidos e Japão, além de selos de indicação de procedência e rastreabilidade. “Fizemos bons contatos com lojas distribuidoras de produtos orgânicos e ainda encontramos bons fornecedores de cápsulas que vão nos ajudar a incrementar a produção no Brasil. Foi um primeiro passo muito interessante e esperamos negociar em torno de US$ 500 mil no próximo ano”, avalia André Cunha, proprietário da empresa.

 

Na linha de produtos saudáveis e naturais, que são uma tendência na Europa, a Sandéleh alimentos estima fechar a venda de um lote de 30 containers de palmito de pupunha, que totalizam US$ 1,5 milhão, nos próximos 12 meses. “Já estamos negociando com empresas da França, Espanha, Estados Unidos, Irã, Iraque e Coreia do Sul e o que mais chamou a atenção delas foi nossa embalagem abre-fácil, que é pouco conhecida fora do Brasil”, relata o diretor da empresa, Amistron Costa.

 

A Native Berries, que já comercializa açaí congelado no Reino Unido, fez um total de 160 contatos com compradores da Europa e Ásia. A maioria demonstrou interesse nas formulações em pó para a indústria alimentícia: açaí, guaraná, acerola e outras frutas da Amazônia. “Avançamos na negociação com dois clientes da Coreia do Sul e vamos trabalhar agora para fechar um lote completo e atender os clientes de países europeus como Espanha, França, Alemanha, Itália e Holanda. A expectativa é negociarmos US$ 7 milhões nos próximos 12 meses”, informa o diretor Rafael Vaz.

 

De olho nessa tendência do mercado europeu, a Cross Foods apresentou uma seleção de produtos naturais, saudáveis e bem brasileiros que incluiu suco de cana-de-açúcar, geleia de jabuticaba, açaí e um café com extrato de chá mate. “Ainda não temos distribuidores dessa linha na Europa, mas como houve um grande interesse dos europeus, decidimos abrir uma base aqui para atender esses mercados”, diz Fabiano Lombardi, representante da empresa. A Cross Foods também negociou outros produtos como biscoitos, panetones e doces. “Fizemos 250 contatos e esperamos fechar negócios com 10% deles, o que deve totalizar de US$ 250 mil a US$ 300 mil”, completa.

 

As 17 exportadoras de frango negociaram um total de US$ 32 milhões e têm uma expectativa de concretizar outros US$ 350 milhões nos próximos 12 meses. A Saudali, por exemplo, fez 80 contatos e já negocia com 50 deles. “Foi nossa primeira experiência na SIAL e nos surpreendeu positivamente. Além de bons contratos, fizemos atualização de preços, conquista de novos mercados e novos conhecimentos sobre certificações” avaliou Weber Vaz Melo, gerente comercial. Walmir Koller, gerente de exportação da Alliz, também avaliou bem a feira. “Fizemos mais de 400 contatos, com compradores estritamente interessados em fazer negócios. Foi muito produtivo e essa ação deve influenciar bastante os nossos negócios dos próximos meses”, disse.

 

A participação brasileira contou ainda com um grupo de 22 empresas de sete estados, sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que participaram de rodadas de negócios e visitas técnicas a indústrias de alimentos na França.