Couromoda: start positivo para o ano dos calçadistas



Couromoda: start positivo para o ano dos calçadistas

Com mais de duas mil marcas de calçados, a 46ª edição da Couromoda, que aconteceu entre 14 e 17 de janeiro, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP, cumpriu o seu papel enquanto propulsora de negócios para a temporada outono/inverno. A avaliação é do presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, que ressaltou também o clima de otimismo nos corredores e como o fato pode ter influência positiva nas vendas de calçados neste primeiro semestre do ano.

Para Klein, a feira calçadista, considerada uma das maiores do mundo para lançamentos de coleções para outono/inverno, deu um pontapé inicial positivo para 2019, ano que deve ser de retomada das vendas, especialmente a partir da segunda parte do ano. “Acreditamos que o novo momento econômico deve refletir na melhora gradual das vendas, com a recuperação da demanda doméstica”, projeta. Em 2018, apesar da recuperação do varejo do setor nos últimos três meses do ano, o desempenho no acumulado terminou empatado com 2017, em função de um primeiro semestre mais fraco, influenciado pela paralisação dos caminhoneiros, em maio, a expectativa das eleições presidenciais e a Copa do Mundo de futebol, que tirou dias úteis do comércio. “O otimismo visto na Couromoda é um combustível a mais para o desempenho do setor, embora dependamos de fatores de confirmação da recuperação da demanda interna”, acrescenta.

O diretor da Couromoda, Jeferson Santos, destaca que a feira foi superior a do ano passado, especialmente pela efetividade das negociações in loco. A visitação ficou estável, em cerca de 30 mil pessoas, sendo duas mil de fora do País. Destaque para o retorno de grandes compradores, que há alguns anos não vinham à mostra paulista. “As negociações aconteceram em grande volume, especialmente para a pronta entrega. Os expositores que se preparam colheram bons resultados, principalmente porque compradores vieram repor estoques de um bom final de ano”, aponta. Na área internacional, Santos destaca a presença de grandes importadores, especialmente dos Estados Unidos, que estão se precavendo quanto às sinalizações de taxação para importações de calçados chineses naquele país. O clima de otimismo registrado também proporcionou uma meta de crescimento para a feira em 2020, quando, segundo o empresário, a mostra deve ser 15% maior. “Já estamos saindo daqui com uma renovação de cerca de 60% dos espaços”, conclui.

Expositores apontam crescimento
Diferentemente da feira do ano passado, quando houve um destaque para o mercado externo, o desempenho mais positivo foi para as vendas domésticas. Citando um final de ano promissor no varejo, expositores ressaltaram incremento nos negócios. O gerente comercial da Via Uno, Sérgio Melo Bisotto, destaca que as vendas in loco para o mercado doméstico foram 35% superiores aos registros da Couromoda de 2018. “Tivemos uma boa visitação, de clientes antigos e também novos, especialmente de São Paulo e do Nordeste”, avalia. Com reposicionamento de marca, a Via Uno voltou ao mercado há um ano e meio e registrou bons números no ano passado, apesar da crise que atingiu a maior parte das empresas do setor. “Em 2018, crescemos 30% e para 2019 a previsão é de um salto entre 25% e 30% nas vendas”, conta Bisotto.

O superintendente comercial da Radamés, Jairson Franchini, também registrou incremento em relação à feira do ano passado. “Praticamente dobramos o nosso desempenho, especialmente no mercado doméstico. Acredito que o clima de otimismo, somado a um final de ano positivo e uma coleção acertada foram fundamentais para esse resultado”, comemora. O gerente de exportação da empresa, Maurício Ávila, conta que, diferentemente da mostra do ao passado, o desempenho no mercado externo não foram tão positivos. “Tivemos muitas visitas, mas os negócios ficaram abaixo de 2018. Por outro lado, recebemos contatos promissores que poderão fechar negócios importantes no pós-feira”, projeta Ávila.

Destoando das empresas ouvidas, a Giulia Donna aponta para um desempenho semelhante ao registrado no ano passado. Para o gerente comercial Felipe Fonte, os dois primeiros dias de feira foram superiores, mas os seguintes mais fracos, o que deve fazer com que o resultado fique empatado com o ano passado. “Somos uma marca jovem, de seis anos, e viemos em uma crescente. Em 2018, o crescimento chegou a 18%. Para esse ano, a meta é ousada, de 33% de incremento nas vendas”, conta, ressaltando que a meta otimista é reflexo de uma melhora na economia brasileira.

Projetos de promoção na feira
A Abicalçados esteve na mostra com estande institucional e projetos de promoção de imagem e comercial. Conforme relatório gerado pela entidade, o Projeto Comprador Vip, realizado em parceria com o escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) da Rússia, deve abrir mercados na Geórgia – com o grupo ICR Trade – e no Cazaquistão – com o grupo Intertop.

Já o Projeto Imagem, realizado por meio do Brazilian Footwear, programa de apoio às exportações de calçados mantido em parceria com a Apex-Brasil, trouxe jornalistas de relevantes veículos segmentados de alguns dos principais mercados do mundo: Edizioni AF e Moda Pelle (Itália), Globalfashion (Espanha), Serma (Argentina) e Style America (Colômbia).