DELEGAÇÃO BRASILEIRA NA ANUGA TERÁ 99 EMPRESAS
A maior feira de alimentos e bebidas do mundo, a Anuga, que ocorre de 6 a 11 de outubro, em Colônia, na Alemanha, receberá uma delegação de 99 empresas brasileiras cuja participação está sendo organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O Brasil terá um espaço de 2 mil m² na feira, dividido em quatro pavilhões.
As empresas participantes integram 19 segmentos da produção brasileira de alimentos e bebidas industrializadas e foram selecionadas por critérios que indicam sua maturidade no mercado internacional e sua capacidade técnica para participar e fazer negócios em um evento que atrai compradores profissionais do mundo inteiro.
A feira recebe cerca de 7,2 mil expositores de 100 países e 160 mil compradores, sendo 31% da Alemanha e o restante de 192 países. A área de exposição, no centro de convenções Koelnmesse, ocupa 300 mil m².
“Vamos levar para Anuga a excelência do setor brasileiro de alimentos e bebidas, que apresenta produtos de alta qualidade, desenvolvidos de forma sustentável e com um foco constante em inovação”, afirma a diretora de negócios da Apex-Brasil, Márcia Nejaim.
A Apex-Brasil apoia a participação brasileira na Anuga desde 2003. “O Brasil é o segundo maior fornecedor de alimentos para o mundo e nós acreditamos que a demanda por nossos produtos irá crescer continuamente. A feira é uma das melhores plataformas internacionais de negócios para o setor e, por isso, temos aumentado nossa ação no evento, ano a ano”, completa Márcia. Em 2003, a participação brasileira ocupou uma área de 924m² com a presença de 68 empresas. Em relação à edição de 2017, houve um aumento de 47% no número de empresas e de 118% na área ocupada pelo país.
Os estados de origem das participantes são extremamente diversificados. Ao todo, participam empresas de 16 estados da federação. A maior delegação é de São Paulo (48), seguida por Rio Grande do Sul (21), Paraná (19), Minas Gerais (11) e Espírito Santo e Goiás (5 cada).
Oportunidade no agronegócio
O Brasil tem uma relação comercial com a União Europeia de longo prazo e muito expressiva no setor do agronegócio. O saldo comercial (Brasil – União Europeia) foi positivo nos últimos 20 anos, com trajetória de crescimento no período (de US$ 15 bilhões em 1997 para US$ 71,3 bilhões em 2016).
Todavia, nos últimos anos houve queda no montante exportado – US$ 83 bilhões em 2013 para US$ 71 bilhões em 2016. Essa redução nas exportações do setor para a União Europeia foi puxada pelos segmentos soja, café, produtos florestais, carne, fumo, couro e produtos do complexo sucroalcooleiro, justamente os principais setores exportados para a EU.
Até 2013, a União Europeia era o primeiro destino das exportações agropecuárias brasileiras, mas com o aumento contínuo da demanda chinesa (11,2% de aumento das vendas para lá entre 2010 e 2016), o país asiático assumiu o primeiro lugar.
Dentro da União Europeia, a Alemanha é um parceiro relevante para o Brasil no segmento do agronegócio, representando 15% das vendas e colocando o país em 2º lugar no ranking de países para os quais o Brasil mais vende na região (atrás apenas dos Países Baixos, hub da região). As exportações brasileiras do complexo de Alimentos, Bebidas e Agronegócio, representaram 3,4% das importações alemãs em 2016. O Brasil foi o principal exportador de café cru, carne de frango industrializada, carne de peru Industrializada, farelo de soja, goiaba e mangas, mamões (papaias) frescos, soja mesmo triturada, suco de laranja congelado, suco de laranja não congelado.
De acordo com análises de inteligência de mercado da Apex-Brasil, há boas oportunidades no setor de Frutas (em especial melões, uvas frescas e limões e limas. Bananas também pode ser monitoradas) e café. Hoje a Alemanha, importa o café brasileiro para beneficiá-lo e exportar para outros mercados. O trabalho que está sendo desenvolvido é para aumentar a participação dos cafés especiais brasileiros. Há ainda oportunidades de ganho de mercado para carne de boi in natura, carne de peru industrializada, castanhas-do-Pará, carne de peru industrializada, chá mate e especiarias, farelo de soja e outros produtos de origem animal.
Alimentos industrializados
Além dos setores tradicionais de carne e grãos, a Apex-Brasil terá na edição 2017 da ANUGA um trabalho estratégico de apresentar a compradores internacionais empresas de alimentos e bebidas industrializados.
Do total de empresas da delegação, 41 estão levando produtos industrializados, como forma de aumentar e diversificar a pauta exportadora brasileira. São empresas de balas e doces, bebidas não alcoólicas, cereais, cafés, biscoitos e massas, bebidas alcoólicas, chocolates, açaí, entre outros alimentos processados.
Segundo Nejaim, a Anuga é uma importante plataforma geradora de negócios para as empresas brasileiras, e a participação de empresas de alimentos e bebidas processados é uma oportunidade para avançar com as exportações para o bloco. “A presença brasileira na feira vem aumentando sempre com resultados muito positivos de negócios. Quanto mais trabalhamos a exportação de produtos com valor agregado, mais ajudamos no desenvolvimento e no fortalecimento do setor produtivo nacional”, avalia.
Missão prospectiva CNI
A Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios – Rede CIN, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), está realizando uma missão prospectiva à feira Anuga que contará com uma delegação de 47 empresas, além de sindicatos e entidades, que totalizam mais de 90 participantes.
A ação faz parte do convênio de cooperação entre CNI e Apex-Brasil, e tem o apoio do Sebrae e Senai e tem como objetivo impulsionar a internacionalização do setor, promover negócios e fortalecer a competitividade das empresas.