EDITORES PARTICIPAM DE RODADAS DE NEGÓCIOS DURANTE A BIENAL DO LIVRO



Editores estrangeiros que visitaram o maior evento do livro da América Latina saíram otimistas com as possibilidades de fechamento de negócios com seus pares brasileiros. É o que indica uma pesquisa feita com os profissionais do mercado editorial internacional convidados para a 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo pelo Projeto Brazilian Publishers (BP). Este é uma parceria da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Seu objetivo é impulsionar a internacionalização do mercado editorial brasileiro.

 

A avaliação é parte do Brazilian Publishing Experience (BPE), uma iniciativa do BP que visa conectar diretamente as editoras associadas a potenciais compradores internacionais. Durante a Bienal do Livro, profissionais de importantes casas editoriais estrangeiras visitaram a feira, representando sete países: Coréia do Sul, Colômbia, Estados Unidos, México, Alemanha, França e Portugal.

 

Todos demonstraram interesse em comprar direitos de livros brasileiros. “Nossa pesquisa mostra que os compradores que participaram do Brazilian Publishing Experience este ano ficaram extremamente surpreendidos com a pluralidade do conteúdo editorial brasileiro”, informa a gerente do BP na CBL, Dosh Manzano. “Estamos muito otimistas com a perspectiva de fechamento de negócios. Sabemos que os editores de Estados Unidos, Coreia do Sul, França e Alemanha deram continuidade aos entendimentos para a conclusão das compras”.

 

Nesta edição do BPE, o que deu o tom foi a diversidade das linhas editoriais adotadas pelos compradores convidados. Isso ampliou as perspectivas de negócios para os editores nacionais.

 

A editora francesa Isabel Vitorino, da Hachette Romans Jeunesse, por exemplo, buscava oportunidades em romances juvenis, sobretudo coleções. E suas impressões, após os encontros com os colegas brasileiros, foram as melhores. “Os editores brasileiros são muito criativos e têm muito a dividir com o resto do mundo”, afirmou Isabel. “É comum que os editores franceses comprem livros norte-americanos e ingleses, mas, certamente, os autores brasileiros gerarão profundo interesse nos leitores do meu país”, completou.

 

Além da compra de direitos autorais, a colombiana Jimena Lemoine, diretora editorial da Lemoine Editores, veio ao Brasil com a ideia de criar alianças para o desenvolvimento de coedições nas áreas de engenharia civil e ambiental. Retornou à Colômbia otimista com as possibilidades de negócios. “As editoras brasileiras são muito sérias e profissionais. Algumas são realmente bem organizadas e oferecem uma enorme variedade de conteúdos”.

 

A agente literária e CEO da sul-coreana Eric Yang Agency Inc. (EYA), Sue Yang, prospectava a aquisição de direitos de editoras brasileiras para representação na Coreia do Sul, onde, no passado, lançou autores best-sellers como J.K. Rowling, Dan Brown e David Bach. A experiência proporcionada pelo BPE mudou o entendimento de Sue sobre o setor editorial brasileiro. “Não possuía nenhuma informação sobre o mercado literário no Brasil, mas, com esta viagem, pude visualizar possíveis conexões entre editores brasileiros e sul-coreanos”.

 

Rodada de negócios

 

Entre os dias 25 e 27 de agosto, representantes de 32 das 75 editoras que integram o BP tiveram oportunidade de se reunir com os editores estrangeiros dentro do espaço da CBL na 23º Bienal Internacional do Livro de São Paulo (a lista com todas as editoras nacionais participantes segue ao final deste documento).

 

Todo o processo de preparação para os encontros contou com a consultoria do BP, que entregou a seus associados um perfil detalhado, com os interesses específicos de cada um dos compradores. Com as linhas editoriais dos estrangeiros em mãos, os editores brasileiros puderam identificar potenciais parceiros e solicitar ao BP o agendamento das reuniões. Esses encontros, que duravam em média 20 minutos cada, serviram para que os associados mostrassem seus catálogos e iniciassem um relacionamento comercial com os estrangeiros, abrindo as portas para a conclusão das negociações após o evento.

 

De acordo com a presidente da CBL, Karine Pansa, iniciativas como o BPE têm sido fundamentais para mudar o status do Brasil de país comprador para vendedor de direitos autorais. “O projeto reforça a experiência que acumulada a partir das recentes homenagens prestadas ao País em importantes feiras de livros internacionais”, comenta Karine.

 

“A qualidade da produção editorial nacional encanta os leitores estrangeiros, que querem conhecer a cultura, os costumes e o modo de pensar dos brasileiros. Ou seja, o Brazilian Publishers faz com que as chances de internacionalização dos negócios para as editoras associadas se tornem reais”, afirma.

 

Visitas técnicas

 

O BPE organizou uma série de visitas técnicas com o objetivo de dar aos estrangeiros uma real dimensão do funcionamento do mercado editorial brasileiro, nos dias 28 e 29 de agosto.

 

Na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, por exemplo, os profissionais foram recebidos por Pedro Herz, CEO da empresa, que fez uma apresentação sobre a dinâmica do mercado livreiro e as características do público brasileiro.

 

Os profissionais passaram, também, pelo Projeto Conexões, do Itaú Cultural, onde foram apresentados a um mapeamento dos tradutores de livros brasileiros mundo a fora.

 

Por fim, visitaram a gráfica do Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas (IBEP), uma das mais tecnológicas de São Paulo.

 

Sobre o Brazilian Publishers

 

Criado em 2008 como uma parceria entre a CBL e a Apex-Brasil, o Brazilian Publishers tem como objetivo a promoção e a divulgação da produção editorial brasileira no mercado global. Para isso, o Projeto trabalha ações de promoção comercial destinadas a divulgar o conteúdo editorial brasileiro das editoras participantes do projeto em eventos no Brasil e nos mercados alvo.

 

 

Câmara Brasileira do Livro – CBL www.cbl.org.br

 

Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação

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