EMPREENDEDORISMO GLOBAL É SOLUÇÃO PARA PEQUENAS EMPRESAS



EMPREENDEDORISMO GLOBAL É SOLUÇÃO PARA PEQUENAS EMPRESAS

A importância de planejar a inserção no mercado internacional desde o início da trajetória das empresas foi tema do seminário “Born Global: Lições dos jovens empreendedores para vencer no mercado internacional”, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), no Rio de Janeiro, hoje, 17 de fevereiro.

 

O seminário é uma das ações que a Apex-Brasil, patrocinadora do torneio de tênis Rio Open 2016, promove durante o evento. Após o debate, os participantes conheceram o espaço de hospitality da Apex-Brasil na Sede Social do Jockey Club, onde acontece o torneio, e assistiram aos jogos.

 

"Não podemos ficar de costas para o mundo. O desafio dessa e das próximas gerações é aumentar o número de exportadores brasileiros. Precisamos nos conscientizar que a exportação não pode ser uma decisão sazonal, mas uma escolha de negócios", afirmou o presidente da Apex-Brasil, David Barioni Neto, ao abrir o seminário.

 

Ao lado de Barioni, o professor doutor Diego Bonaldo Coelho, da ESPM/USP, ressaltou aspectos de empreendedorismo e inovação nas empresas que nascem globais, ou seja, que em três anos de existência, em média, já estão com o pé no mercado internacional. "A internacionalização não é um fim, mas um meio de criação de valor", observou. Segundo ele, não precisa ser uma grande empresa para exportar. Mas é preciso ser competitivo. Ter uma mente voltada para a busca por melhores oportunidades e, principalmente, ter vínculo com uma rede externa, como a Apex-Brasil.

 

Uma das empresárias e palestrantes foi Daniela Sabbag, da confecção carioca Wasabi. Embora tenha ido em busca do mercado internacional para as suas peças logo início dos negócios – tem quatro anos de operação – Sabbag acha que, culturalmente, o brasileiro é caipira. "Estamos acostumados a olhar pra dentro. Somos meio caipiras. Temos medo do mercado externo. Mas exportar não é complicado. Eu, por exemplo, não precisei mudar meu produto, mas adaptá-lo para o mercado internacional", contou.

 

Já Maitê Lang, da empresa de chocolate Nugalli, de Santa Catarina, confessou que a ideia de exportar surgiu para não ficar dependente do mercado nacional. Mas para isso era preciso inovar, ter um diferencial. Buscou então vincular seu produto à natureza e à sustentabilidade. Depois, foi atrás de informação e procurou a entidade setorial do seu segmento, a federação de indústria do estado e a Apex-Brasil. Foi a uma feira internacional nos Estados Unidos não para vender, mas para perguntar. Perguntou tudo: margem, distribuição, hábitos do consumidor, embalagem etc. "É preciso ter vontade e determinação. Ninguém nunca bateu na minha porta", informou. Hoje a Nugalli exporta para três países, entre eles o Japão.

 

No caso da Insecta Shoes, empresa que produz modelos feitos a partir de peças de brechó e sem a matéria-prima animal, já chegou o momento de reinvestir o lucro. É isso que tem feito a gaúcha Barbara Mattivy, que segue um forte conceito ambiental em sua produção, respeitando o princípio vegano. "Queremos colocar mais verde no mundo", diz.
 

“O objetivo do seminário foi apresentar alguns empreendedores internacionais, suas histórias, as histórias de suas empresas e, assim, inspirar outros", finaliza Barioni Neto.

Negócios no Rio Open

A Apex-Brasil traz ao Rio de Janeiro cerca de 60 compradores, investidores e formadores de opinião estrangeiros entre os dias 18 e 21 de fevereiro, durante os jogos do Rio Open, maior torneio de tênis da América do Sul. A ação é realizada em parceria com 30 empresas exportadoras e entidades setoriais brasileiras. Cada uma se responsabilizará pela vinda de dois potenciais clientes, que cumprirão agendas de negócios e assistirão aos jogos do torneio de tênis.

A Apex-Brasil também organizou, nos dias 15/2 a 17/2, os seminários: “Os grandes eventos no alvo da sustentabilidade” e “Investimentos: Private Equity in Brazil”, além do tema do empreendedorismo internacional. O objetivo foi debater temas fundamentais que estimulem a economia brasileira tanto no campo das exportações quanto de investimentos estrangeiros diretos.