MAIO REGISTRA SUPERÁVIT RECORDE DE US$ 6,4 BILHÕES
Em maio, a balança comercial brasileira registrou exportações de US$ 17,571 bilhões e importações de US$ 11,134 bilhões, resultando em um superávit recorde de US$ 6,4 bilhões. O maior saldo registrado em meses de maio havia sido em 2008: US$ 4,1 bilhões. A informação foi dada pelo secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho durante a coletiva de imprensa, hoje, em Brasília, para comentar os dados.
O resultado também é positivo no acumulado do ano. De janeiro a maio de 2016 as exportações superaram as importações em US$ 19,681 bilhões, revertendo o déficit alcançado em igual período de 2015, que foi de US$ 2,301 bilhões. Godinho lembrou que o saldo acumulado em 2016 está no mesmo patamar do resultado registrado nos doze meses de 2015 (US$ 19,69 bilhões).
O secretário ressaltou também a importância da contribuição do superávit comercial para as contas externas do país. “O resultado positivo da balança comercial brasileira já representa mais de 70% da redução do déficit nas transações correntes”.
Exportações
No mês, na comparação com maio de 2015, as exportações apresentaram queda de 0,2%. No entanto, Godinho destacou o aumento de 9,4% nas quantidades exportadas em relação ao mesmo período do ano anterior. No grupo dos manufaturados, subiram as vendas, principalmente, de produtos como: plataforma para extração de petróleo, aviões, tubos flexíveis de ferro e aço, automóveis de passageiros, veículos de carga, suco de laranja não congelado, e polímeros plásticos.
Daniel Godinho ressaltou o crescimento das exportações de automóveis de 39,8%, no mês. “As vendas brasileiras deste tipo de produto vão seguir crescendo. Temos acompanhado e observamos que há uma tendência de manutenção deste bom desempenho externo do setor automotivo”.
Nas exportações de semimanufaturados, se comparadas ao mesmo período do ano anterior, aumentaram as vendas de ouro em forma semimanufaturada (+97,8%), alumínio em bruto (+96,3%), catodos de cobre (+82,4%) e óleo de soja em bruto (+36%). No grupo dos básicos, houve queda de exportações, principalmente, de petróleo em bruto (-55,9%) café em grão (-31%), fumo em folhas (-25,8%), e minério de cobre (-17,2%). Na mesma comparação, entretanto, foram observados aumentos nos embarques de algodão em bruto (+40,7%), minério de ferro (+37,3%), carne bovina (+8,7%), carne suína (+3,1%) e carne de frango (+2%).
No mês, foi registrado aumento de 17,4% no preço de minério de ferro exportado. De acordo com o secretário de Comércio Exterior, este foi o primeiro crescimento no preço da commodity desde janeiro de 2014.
Já em relação a abril de 2016, houve crescimento de 8,8%, pela média diária. No mesmo comparativo, aumentaram as vendas de semimanufaturados (+9%) e de manufaturados (+8,9%), e decresceram as exportações de produtos básicos (-8%).
Importações
Em maio de 2016, as importações totalizaram US$ 11,134 bilhões. Sobre igual período do ano anterior, as compras externas brasileiras registraram queda de 24,3%, e aumento de 0,9% sobre abril de 2016, pela média diária. No mês, decresceram, principalmente, as importações de combustíveis e lubrificantes (-44,3%), bens de consumo (-26,4%), bens de capital (-27,1%) e bens intermediários (-19,2%). Segundo Godinho, “no grupo dos combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente pela diminuição de preços”.
No segmento de bens de consumo, as principais quedas foram observadas nas importações automóveis de passageiros, aparelhos para surdez, fritadeiras domésticas, aparelhos de TV. No grupo de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, houve retração nas aquisições de medicamentos, anticorpo humano, calçados para esportes, desodorantes, quadros e pinturas e uísques.
Em relação a bens de capital, houve queda nas importações de aviões, automóveis, helicópteros, veículos para inspeção de vias férreas, reboques e semirreboques.
Acumulado do ano
De janeiro a maio de 2016, as exportações apresentaram valor de US$ 73,513 bilhões, o que representou uma retração de 2,6% sobre 2015, pela média diária. No período, as importações somaram US$ 53,832 bilhões. Uma queda de 30,8%, também pela média, sobre o mesmo período anterior (US$ 77,002 bilhões). A partir da análise do comportamento das importações até maio de 2016, Godinho avaliou que há uma tendência de diminuição das quedas dos valores das aquisições externas. “Ainda vamos registrar patamares baixos de importação, porém com desempenhos mais estáveis”.
A corrente de comércio alcançou cifra de US$ 127,346 bilhões, representando queda de 16,9% sobre o mesmo período anterior, quando totalizou US$ 151,702 bilhões, pela média diária. O saldo comercial acumulou superávit de US$ 19,681 bilhões, revertendo o déficit alcançado em igual período de 2015, US$ 2,301 bilhões. Para o ano, o secretário mantém a projeção de superávit comercial entre US$ 45 e US$ 50 bilhões.