MDIC E APEX-BRASIL REALIZAM MISSÃO AO IRÃ



MDIC E APEX-BRASIL REALIZAM MISSÃO AO IRÃ

Depois de o cenário internacional arrefecer as barreiras comerciais impostas ao Irã e de a presidenta Dilma Rousseff sinalizar uma reaproximação com o país do Oriente Médio, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) realizam uma missão prospectivo-comercial entre os dias 25 e 29 de outubro. A agenda inclui seminários sobre oportunidades em ambos os países, visitas técnicas e encontros de negócios. A missão inclui 19 empresas, 11 das quais já são exportadoras para o Irã.

 

O momento escolhido pelo Brasil é congruente com as movimentações das grandes economias mundiais em direção ao Irã. Isso acontece porque o país possui uma das maiores economias do Oriente Médio e tem uma forte cultura industrial. Na comparação entre o primeiro semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015, o Irã foi o segundo país entre os 32 mercados prioritários do Plano Nacional de Exportações (PNE) que mais cresceu, registrando 28,6% de aumento nos valores exportados, passando de US$ 599 milhões para US$ 760 milhões.

 

Os setores prioritários para a missão são: Equipamentos médicos e hospitalares; Fármacos e Farmoquímicos; Máquinas e Equipamentos; Autopeças; Alimentos, Proteína animal e Frutas; Tecnologia da Informação; Plásticos; Vidros; Cana de Açúcar e derivados; Infraestrutura e Indústria de Base; e Implementos rodoviários. As oportunidades do mercado iraniano haviam sido identificadas em estudo realizado pela Apex-Brasil no início de 2015 e foram corroboradas pelo mapa de oportunidades construído pela Agência para subsidiar o PNE. O setor de Equipamentos médicos e hospitalares, inclusive, já abriu as portas para o mercado iraniano.

 

É o caso do grupo de Instrumentos e Aparelhos de Ótica, cujo valor exportado cresceu 70% no período, saindo de US$ 696 mil para US$ 1,17 milhão. Entre os produtos que compõem esse grupo estão válvulas cardíacas, lentes intraoculares, artigos e aparelhos de prótese. Essa linha de produtos faz parte do projeto setorial Brazilian Health Devices (BHD), desenvolvido em parceria entre a Apex-Brasil e a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e Laboratórios (Abimo), que tem o Irã entre seus mercados prioritários.

 

“Não há razão para pensar que a pauta de exportação brasileira para o Irã não pode ir além dos produtos primários. Temos um excelente exemplo da área de equipamentos médicos e já mapeamos oportunidades para vários outros setores”, afirma o presidente da Apex-Brasil, David Barioni Neto. Segundo o FMI, o Irã tem a 18ª economia do mundo em relação ao PIB Paridade de Poder de Compra, acesso de 99% da população à educação, quase 80 milhões de habitantes e uma população jovem: atributos de uma economia e um mercado com grande potencial e carente de bens de consumo.

 

Esse potencial volta a atrair os olhos, e bolsos, dos mercados mundiais após a assinatura histórica do acordo nuclear com as seis maiores potências do mundo, em julho deste ano. O documento prevê a queda de barreiras e sanções econômicas que por mais de uma década amarraram o crescimento da economia do país.

 

Em estudo realizado no começo de 2015, a Agência mapeou oportunidades também nas áreas de aviação, equipamentos agrícolas (máquinas e armazenagem), autopeças (antes do embargo, o Irã era o maior produtor de veículos leves do Oriente Médio e possuía a 11ª maior produção mundial de veículos, à frente de Reino Unido, Itália e Argentina, sendo um forte exportador para o norte da África e Ásia), alimentos e bebidas (está entre os três maiores consumidores de alimentos na região), máquinas e equipamentos de saúde (oportunidade que já está sendo explorada) e a indústria de cosméticos.

 

Memória

A Apex-Brasil organizou uma missão para o Irã em abril de 2010, pouco antes do enrijecimento do controle ao comércio com o país. Aquela visita foi considerada bastante produtiva, envolvendo 64 empresas, 350 reuniões e a geração de US$ 68 milhões em negócios.