MESA SOBRE LÍNGUA PORTUGUESA ACONTECE NESTE DOMINGO (29) NA FLIP



MESA SOBRE LÍNGUA PORTUGUESA ACONTECE NESTE DOMINGO (29) NA FLIP

A FLIP (Feira Literária de Paraty) começou nesta quarta (25) e conta com a participação do Brazilian Publishers por meio da mesa Promoção Internacional da Língua Portuguesa, da Comissão Para a Promoção de Conteúdo Em Língua Portuguesa (CPCLP), da Câmara Brasileira do Livro (CBL). O painel acontece em 29 de julho, às 11h, na Casa Edições SESC em Paraty, no Rio de Janeiro. 

O Brazilian Publishers é um projeto setorial de fomento à exportação de conteúdo editorial nacional, resultado da parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A mesa tem o objetivo de debater a divulgação da língua portuguesa no exterior dentro dos âmbitos econômicos, literários e culturais. O painel conta com mediação de Francis Manzoni, coordenador da CPCLP e participação da Paula Alves Souza, representante do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e diretora do Departamento Cultural do Itamaraty, da agente literária Lúcia Riff, da editora da Kapulana Rosana Weg e do escritor, pesquisador e professor da Sorbonne Université (Universidade Sorbonne), Leonardo Tonus. Para saber mais sobre a mesa, clique aqui.

Tonus é responsável pela Printemps Littéraire Brésilien (Primavera Literária Brasileira), que leva autores brasileiros para participarem de debates com leitores e estudantes de literatura brasileira no exterior. “A Feira acontece desde 2014, e já entrou na agenda de encontros literários internacionais. Diante disso, eu decidi transformar o festival em um evento itinerante que fosse realizado ao longo da primavera no hemisfério norte, em diversos países como Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, entre outros. Ela tem um formato em que os autores entram em contato com instituições em que o português é lecionado. Este ano, nós tivemos mais de 15 instituições universitárias como parceiras do evento”, disse.

Como é divulgar autores brasileiros no exterior?
Até alguns anos atrás, divulgar a nossa literatura era algo bastante solitário. Poucos departamentos trabalhavam a literatura brasileira, o número de estudantes era reduzido e a literatura brasileira contemporânea não era estudada dentro da academia. Havia a tradição de uma literatura mais clássica e a literatura brasileira contemporânea era vista de uma maneira muito superficial. A partir de 2010, houve uma mudança nesse processo devido a vários fatores como um reflexo decorrente da política de internacionalização e exportação da literatura promovido pelo Governo Brasileiro com atividades conjuntas como programas de tradução, a criação do Brazilian Publishers e a participação do Brasil em diversas feiras internacionais. Outro elemento que me parece importante nessa alteração foi a ida de estudantes brasileiros para o exterior, que levaram uma bagagem literária para o meio internacional.

Qual é o objetivo da Printemps Littéraire Brésilien (Primavera Literária Brasileira)?
Não se trata apenas de um festival em que são realizados debates e encontros para um público mais abrangente, mas a ideia é trazer autores de diversos eventos para dentro da sala de aula para formar novos leitores e estudantes para algumas áreas vinculadas ao mercado editorial. 

Ela nasceu de uma necessidade de fazer com que os meus estudantes tivessem conhecimento da produção literária brasileira recente. Os departamentos no exterior eram muito vinculados à literatura clássica. Se estudava Machado de Assis, Guimarães Rosa e os movimentos modernistas até os anos 1950 ou 1960, mas os estudantes tinham poucas informações sobre o que estava acontecendo na atualidade dentro da nossa produção nacional. A partir de 2004, eu comecei a receber autores dentro da minha sala de aula e houve grande receptividade tanto por parte dos estudantes quanto por parte dos escritores. Com isso, eu decidi convidar vários autores brasileiros que estavam em Paris para participar de eventos nos quais os próprios estudantes pudessem ter uma participação ativa.

Como a língua portuguesa é vista no exterior?
A língua portuguesa ainda é bastante viva no contexto de ensino. A França conta com uma das maiores populações de luso falantes do mundo e isso fez com que o governo francês introduzisse a língua portuguesa no ensino médio nos anos 1960. Em Luxemburgo, quase 20% da população é de origem portuguesa. Atualmente, todos os países da Europa contam com departamentos onde a língua portuguesa e suas diversas culturas são lecionadas.  

Quais são as suas expectativas para a mesa de língua portuguesa na Flip?
As minhas expectativas são sobretudo quanto ao diálogo transversal entre os países de qualidade da língua portuguesa. Esses eventos são importantes para se discutir de maneira transversal as questões que atravessam o mundo lusófono, sejam questões ou dificuldades editoriais, a mudança dos centros irradiadores de livros, produção e publicação. O que eu gostaria de trazer para esse debate é pensar a lusofonia para além dos espaços que têm a língua portuguesa como língua oficial, mas possuem um grande percentual de luso falantes. 

Sobre o Brazilian Publishers
Criado em 2008, o Brazilian Publishers é um projeto setorial de fomento às exportações de conteúdo editorial brasileiro, resultado da parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A iniciativa tem como propósito promover o setor editorial brasileiro no mercado global de maneira orientada e articulada, contribuindo para a profissionalização das editoras.