MICSUL 2016 TERMINA COM BOAS EXPECTATIVAS DE NEGÓCIOS



MICSUL 2016 TERMINA COM BOAS EXPECTATIVAS DE NEGÓCIOS

Os 60 empreendedores culturais brasileiros que participaram do Micsul (Mercado das Indústrias Culturais do Sul) em Bogotá, na Colômbia, voltaram para casa com novos contatos e negócios, além de comemorar a troca de conhecimentos e o início de projetos conjuntos com países da América do Sul.

 

A presença brasileira foi organizada por meio de uma parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Ministério da Cultura (MinC). Selecionados por edital, os empreendedores integraram seis setores: artes cênicas, audiovisual, editorial, música, design e games.

 

“O Micsul é uma plataforma que vem crescendo. Esta edição trouxe uma excelente oportunidade para mostrar o Brasil que se destaca pela sua criatividade e por sua produção cultural em vários segmentos”, comenta Christiano Braga, gerente de Exportação da Apex-Brasil. Ele ressalta que o mercado traz um importante ganho de networking e também de aprendizado aos empreendedores, que passam a entender melhor a dinâmica de mercado dos diferentes países da América do Sul.

 

Negócios e parcerias

A editora Solisluna, de Salvador (BA) participou de 15 reuniões em Bogotá, das quais seis com possibilidades reais de fechamento de negócios e concretização de parcerias. “Nestes eventos percebemos o que o mundo quer e o que devemos apresentar em cada mercado.  A busca pela internacionalização tem sido um processo muito rico, que nos possibilita amadurecer muito também para o mercado interno”, conta Valéria Pergentino, publisher da editora.

 

O grupo carioca de dança #Passinho, que foi ao evento para se apresentar em três showcases, também fez bons contatos de negócios. “Iniciamos uma conversa com a Maison de la Dance, da França para discutir um projeto de residência lá, em que os nossos dançarinos passariam três meses em Paris fazendo uma troca com dançarinos locais e desenvolvendo pesquisas para, ao final, apresentarmos um trabalho conjunto”, relata Lavínia Bizzotto, diretora do grupo.

 

A Porto Alegre Cia. de Dança levou para o Misul seus espetáculos mais recentes – Eu Estive Aqui e As Únicas Coisas Eternas São as Nuvens – e está com boas perspectivas para participar de festivais na Colômbia, Chile e Equador. “Esta foi nossa primeira ida a um evento como este e senti uma abertura e uma simpatia muito grande por nosso trabalho”, conta Tânia Baumann, coordenadora da companhia.  

 

As parcerias e interações também foram importantes no evento. A Panaceia Filmes, de Goiânia, desenvolve projetos de exibição de curtas metragens ao ar livre, nas ruas de Goiânia, e encontrou empresas do interior do Chile e da Colômbia com projetos similares. “É muito bom percebermos que há empresas em outros lugares que também buscam esta identidade regional”, afirma Michely Ascari, da Panaceia.

 

“Participar do Micsul foi uma excelente oportunidade para fazer negócios e conexões com agentes culturais de outros países. Saímos do Micsul com uma rede internacional formada por participantes de Brasil, Argentina, Chile e Uruguai para desenvolvermos ações conjuntas na área de formação e gestão para artistas, produtores e gestores de equipamentos culturais", relata Luiza Bittencourt, da Ponte Plural, do Rio de Janeiro (RJ), empresa que desenvolveu um aplicativo para mapeamento colaborativo da cadeia produtiva da música do estado do Rio de Janeiro.

 

Coordenadora do maior festival de games independentes da América Latina, o BIG Festival, Marina Pecoraro também comemora os contatos realizados durante o Micsul 2016. "Consegui apresentar o BIG a mais de 30 estúdios da América Latina. Muitos não conheciam e outros achavam que era só do Brasil. Foi muito importante poder mostrar o que é o festival, o tamanho do evento, quem são as pessoas que participam, o caráter de um festival focado no mercado", afirma.  

 

Micsul no Brasil

Esta foi a segunda edição do evento, que é organizado pelos Ministérios da Cultura de dez países sul-americanos. Segundo a ministra da Cultura da Colômbia, Mariana Garcés Cordóba, foram realizadas cerca de três mil reuniões de negócios durante o evento, que, além das delegações dos países sul-americanos, contou com a presença de 60 compradores dos Estados Unidos e da Europa. A próxima edição, em 2018, será no Brasil, em cidade ainda a definir.

 

O secretário da Economia da Cultura do MinC, Cláudio0 Lins de Vasconcelos, afirmou à imprensa no último dia do evento que o Micsul é um evento que se consolida para o desenvolvimento do setor cultural. "Temos um continente aberto, diverso, que respira cultura, com vantagens competitivas importantes para a produção e difusão de bens culturais", disse.  

 O Micsul no Brasil será realizado em abril ou maio, em cidade a ser definida. Em reunião do Comitê Executivo do Micsul, o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Ministério da Cultura (MinC), Adam Muniz, adiantou os planos e projetos que estão sendo discutidos para o evento.

 

 "Iremos negociar com prefeituras, com o objetivo de atrair governos locais para a organização do evento”, informou Muniz. Além dos seis setores incluídos na edição colombiana do Micsul (design, artes cênicas, música, animação e games, audiovisual e editorial), a ideia é acrescentar outros, como gastronomia, artes visuais e patrimônio. "Vamos discutir com os demais países como contemplá-los", afirmou Muniz.

 

Também está nos planos para 2018 a criação de pavilhões de cada país durante o evento e de um media center de grande porte, a exemplo do realizado nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Outra proposta é a realização de um debate de alto nível sobre indústrias culturais, para o qual seriam convidados os ministros da Cultura dos países participantes.

 

Outros planos incluem a possibilidade de apoio por empresas privadas, via Lei Rouanet, e a abertura ao público de todas as atividades do Micsul, sobretudo os showcases de música, dança e teatro.