PROFISSIONAIS ESTRANGEIROS ELOGIAM VINHO BRASILEIRO

"É emocionante ver um país evoluindo e trabalhando para melhorar a qualidade dos seus vinhos". A afirmação da jornalista norte-americana Rebecca Murphy reflete a impressão da profissional que esteve na Serra Gaúcha, em setembro, para visitar vinícolas, participar da Avaliação Nacional de Vinhos e aprofundar seus conhecimentos sobre produtos vitivinícolas brasileiros. O jornalista britânico Juan Carlos Rincon e a enóloga grega Stavroula Liapi também estiveram na região a convite da Associação Brasileira de Enologia (ABE) e do Wines of Brasil – projeto setorial desenvolvido pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Durante quatro dias, os profissionais visitaram sete vinícolas (Pizzato, Salton, Perini, Lidio Carraro, Miolo, Aurora e Casa Valduga), localizadas em Bento Gonçalves e Farroupilha, e participaram como comentaristas da Avaliação Nacional de Vinhos (ANV) Safra 2016, que ocorreu no dia 24 de setembro. Eles degustaram os produtos brasileiros e observaram as peculiaridades e os diferenciais da elaboração da bebida no Brasil.
Para Rebeca Murphy, a viagem ao Brasil foi enriquecedora e mostrou o grande potencial da vitivinicultura local. “O futuro para os vinhos brasileiros é muito bom. Nos Estados Unidos, os espumantes, especialmente Prosecco, e os vinhos tranquilos de variedades como Moscatos são muito populares. Os vinhos brasileiros que degustei nestas categorias podem competir muito bem no mercado norte-americano, se devidamente precificados", acredita.
A jornalista também considerou o estilo dos vinhos tranquilos adequados para carta de vinhos de restaurantes, devido ao baixo teor de álcool e maior acidez. "Eles são vinhos gastronômicos. Os sommeliers dos Estados Unidos estão sempre à procura de novos vinhos para apresentar aos seus clientes, e estes vinhos são no estilo que muitos deles apreciam”, avalia Rebeca. “Durante minha carreira tive a sorte de viajar para muitas regiões de vinho, mas esta viagem foi feita de modo especial pelas pessoas que conheci. Todos foram acolhedores e apreciadores da nossa vontade de aprender mais sobre o Brasil e os seus produtos", completa.
O presidente do Ibravin, Dirceu Scottá, salienta que a visita de profissionais de outros países é imprescindível para o posicionamento e o fortalecimento da imagem dos rótulos verde-amarelo no exterior. “Entre todos os projetos de formação que realizamos, sejam eles nacionais ou internacioniais, este é um dos que mais traz retorno, inclusive comercial. Só proporcionando a visitação e o convívio direto é que os formadores de opinião podem ter a real noção da vitivinicultura brasileira”, sintetiza Scottá.