RODADA DE NEGÓCIOS NO V FÓRUM DO MERCOSUL GERA US$ 3 MILHÕES
A Rodada de Negócios organizada na última quarta-feira (15/7) pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) no âmbito do V Fórum Empresarial do Mercosul, em Belo Horizonte (MG), deve gerar US$ 3 milhões em negócios para as 21 empresas brasileiras participantes ao longo dos próximos doze meses.
O evento, realizado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), reuniu importadores da Colômbia, Paraguai, Uruguai e Argentina a fabricantes brasileiros de alimentos, bebidas e máquinas para o agronegócio.
Entre os produtos negociados, destaque para alguns típicos do estado de Minas Gerais, como cachaças artesanais, pão de queijo, doce de leite, de banana e goiabada e geleia de cachaça, além de café, leite, mel e máquinas agrícolas.
“A nossa intenção ao nos integrarmos ao V Fórum Empresarial do Mercosul foi a de levar ao evento o foco da promoção comercial. E foi muito interessante, porque conseguimos trabalhar tanto com os países do bloco, quanto com outros que são mercados alvo para nós, como Colômbia. Destaco também a importância da nossa parceria e integração com o governo de Minas Gerais, FIEMG, Ministério das Relações Exteriores, BNDES, entre outros atores, que nos apoiaram na Rodada e atenderam às empresas brasileiras durante o evento”, comenta Rafael Prado, coordenador de Promoção de Negócios da Apex-Brasil.
Uma das compradoras foi a colombiana Agro Repuestos Rios, representada pela executiva Sandra Escobar. Trabalhando com varejo e atacado, Sandra conta que ficou surpresa com a diversidade e qualidade de produtos, como mini pão de queijos e geleia de cachaça. Ela relata que nos últimos anos houve uma expansão da demanda por produtos brasileiros, o que deverá refletir em um incremento das vendas nos estabelecimentos de sua responsabilidade na Colômbia, Nova Jersey (EUA), Espanha e Chile. “Fiquei muito satisfeita com a qualidade dos produtos que conheci hoje. Um fator que se destacou na rodada é que a maioria das empresas com as quais eu conversei já tem uma estrutura de exportação”, disse.
A impressão relativa à alta qualidade dos produtos brasileiros é compartilhada pelo comprador Sérgio Vega, gerente de compras do Mapy, shopping do Paraguai. “Vi vários produtos adequados ao nosso público alvo, que é um segmento de classe média-alta, tais como cachaça e cerveja artesanal, snacks, barras de cereais e frutas e café gourmet. Os produtos têm preço competitivo e boa embalagem”, avalia.
Novos mercados
As empresas brasileiras relatam a oportunidade de atingir novos mercados a partir dos contatos feitos na rodada. A Croques, fabricante de batatas palha e batata pré-cozida e congelada, localizada em São João del Rey (MG), por exemplo, já exporta para os Estados Unidos, mas ainda não faz negócios com países do Mercosul. “O evento nos deu muito boas expectativas. Nosso objetivo é buscar parceiros na América do Sul que queiram trabalhar com marcas próprias e adaptar nosso produto aos gostos e culturas locais. Descobrimos, por exemplo, que na Colômbia se consome batata palha em cinemas, como pipoca, e aí será necessário desenvolver embalagens menores, adequados a este tipo de consumo”, relata Rodrigo Dias, gerente comercial da Croques.
Já a cachaçaria Engenho Buriti de Minas, da cidade de Papagaios (MG), conquistou recentemente o selo do FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos, e aposta que a certificação a auxiliará na conquista de outros mercados também na América do Sul. “Tivemos bons contatos na Rodada. Com o comprador da Colômbia, por exemplo, acreditamos que vamos desenvolver uma boa relação, de longo prazo”, conta Cláudio Curi, representante comercial da empresa, cuja meta é passar de 3% do faturamento com exportações para 25% nos próximos anos.
Os doces de banana e de goiaba industrializados da Frutabella (Lagoa Santa – MG) ainda são desconhecidas do público da América do Sul, mas a empresa acredita que será possível mudar este cenário em breve. “Nos surpreendemos com o grande interesse que nosso produto despertou em todos os compradores. Acredito que vamos fechar tanto negócios em volumes maiores quanto outros em que o importador deve comprar volumes pequenos, mas com uma maior diversidade de produtos, para ir testando o mercado”, diz Vania Cristina Pinheiro, representante da empresa.
Para a fabricante de cervejas artesanais Baker, de Belo Horizonte (MG), o evento também foi importante para entender melhor o mercado da América do Sul. “Tivemos reuniões muito positivas com importadores da Colômbia e Argentina e acho que vamos construir juntos uma estratégia para inserção dos nossos produtos nestes mercados”, conta Alessandra Lima, gerente de negócios internacionais da cervejaria.
A Itambé, fabricante de produtos lácteos também sediada em BH, já exporta para 15 países e participou da Rodada com boas perspectivas. “Fizemos um novo contato na Colômbia, país para o qual ainda não vendemos e surgiram boas perspectivas também para o Chile e para os países da América Central”, conta Felipe de Freitas Duarte, representante da empresa, que apresentou na Rodada seis produtos da linha seca (enlatados).