SXSW RENDE US$ 37 MI EM NEGÓCIOS PARA EMPRESAS BRASILEIRAS



SXSW RENDE US$ 37 MI EM NEGÓCIOS PARA EMPRESAS BRASILEIRAS

A participação no festival South by Southwest (SXSW) realizado nos Estados Unidos, de 10 a 17 de março, deve render US$ 37 milhões em negócios ao longo dos próximos doze meses para as 68 empresas que estiveram no evento com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O número considera negócios fechados durante o evento (US$ 3,59 milhões) e a expectativa para os próximos meses (US$ 33,4 milhões). Os participantes fizeram 1593 contatos comerciais no festival, com compradores, investidores e possíveis parceiros.

Esta foi a maior delegação empresarial desde que a Agência começou a organizar a participação brasileira no festival, em 2014. O grupo era composto por empresas dos setores de audiovisual, produção publicitária, games, moda, design, marketing, música, tecnologia e entretenimento. Participaram companhias de pequeno e médio porte com potencial exportador ou já exportadoras e, dentre as 68, 21 eram startups. O SXSW é considerado um dos mais importantes eventos para os setores de Economia Criativa e Tecnologia do mundo.

“Vimos bons resultados tanto em setores já mais tradicionais no evento, como o de audiovisual, quanto em segmentos que entraram neste ano na nossa delegação, como o de moda”, comenta Christiano Braga, gerente de Exportação da Apex-Brasil. “Nossa participação no SXSW vem evoluindo nos últimos anos, não só em números – quantidade de empresas e resultado de negócios – mas também em qualidade e no posicionamento do país como um provedor de serviços e de novas iniciativas no setor de economia criativa”, completa.

A Apex-Brasil organizou o pavilhão brasileiro no Trade Show do SXSW e atuou no agendamento de reuniões entre os brasileiros e possíveis compradores ou investidores. Além disso, ofereceu serviços de treinamento e consultoria aos participantes.

A Agência também promoveu ações de comunicação e marketing para o Brasil e os produtos e serviços brasileiros, ancoradas na campanha Be Brasil. A estratégia foi divulgar a força do mercado brasileiro de economia criativa, tanto na produção quanto no consumo, além da presença dos atributos criatividade e inovação nos produtos e serviços brasileiros.

A principal ação neste sentido foi a instalação de uma experiência imersiva para os participantes do festival: um domo em que foram exibidos filmes em 360 graus. Produzidos pela Outras Telas, núcleo de inovação da O2 Filmes, os vídeos apresentaram imagens e informações do Brasil, com destaque para as práticas e tecnologias mais inovadoras e sustentáveis que o país oferece como diferencial econômico e cultural. Cerca de 2,8 mil pessoas visitaram o domo brasileiro.

Para 2018, o trabalho já começou: “estamos avaliando algumas novas ações e devemos realizar road shows no Brasil para promoção e divulgação do projeto, em parceria com o próprio SXSW, focando em regiões brasileiras que ainda não apresentam uma presença consolidada no evento”, conclui Christiano Braga.
 

Cases de sucesso
A produtora audiovisual Duo 2 foi uma das que comemoraram os resultados obtidos no evento. A empresa trabalha com conteúdo para TV e cinema, projeção mapeada e Realidade Virtual e apresentou no SXSW o projeto de um documentário sobre os habitantes da floresta amazônica que está sendo associado a uma plataforma de realidade virtual, a um aplicativo, a um site de e-commerce para venda de produtos extrativistas e até a um jogo com Realidade Aumentada relacionado à sustentabilidade. “Estávamos atrás de um selo que pudesse credenciar nosso projeto e conseguimos isso no SXSW, com a Rainforest Partnership. Eles vão nos oferecer a tradução do documentário para inglês, francês e espanhol e nos ajudarão em conexões e na busca de investimentos para finalizar o material”, relata Rafa Calil, diretor da empresa.

A startup Loox VR, que fabrica óculos para Realidade Virtual, teve no evento a oportunidade de demonstrar seus produtos e serviços para mais de 150 potenciais clientes, entre eles marcas, distribuidores, agências e consumidores. “As reuniões já renderam negócios concretos e propostas importantes estão em andamento, tanto de vendas quanto de investimentos, com empresas do Japão, Estados Unidos, Canadá, México, entre outros”, comenta Ohmar Tacla, CEO da empresa.

Para a Japonique, empresa que fabrica quimonos com estampas multiculturais, o evento foi uma oportunidade importante para testar o mercado, verificar se o preço e o formato de suas peças estavam adequados e confirmar qual é o público da empresa nos Estados Unidos. “Tivemos uma mentora do SXSW que nos ajudou muito neste processo de pesquisa e posicionamento. E o festival nos permitiu contatar tanto distribuidores quanto lojas multimarcas menores”, comentou a empresária Janaina Tahira.