Apex-Brasil e Amazon fecham acordo para promover empresas brasileiras no e-commerce americano



Apex-Brasil e Amazon fecham acordo para promover empresas brasileiras no e-commerce americano

Assinatura da parceria foi realizada no segundo dia do e-Xport Meeting 2021. Parceria vai selecionar 50 empresas para participar do processo de aceleração no site da Amazon

Para ampliar a promoção e inclusão de empresas brasileiras no mercado americano de e-commerce, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) assinou, nesta quarta-feira (15), um Memorando de Entendimento (MOU) com a Amazon.

Essa parceria vai possibilitar que empresas selecionadas ofereçam seus produtos de maneira simplificada no site americano. A assinatura fez parte da programação da segunda edição do e-Xport Meeting, evento realizado pela Apex-Brasil como parte da Semana do E-commerce Internacional. Estiveram presentes palestrantes do LinkedIn, da United Parcel Service (UPS), do Mercado Livre e dos Correios. Também foram apresentados cases brasileiros de sucesso, como a empresa de calçados paulista Savelli e a de café 3 Corações.

A partir do novo acordo, a Apex-Brasil selecionará 50 empresas brasileiras produtoras e/ou vendedoras para participarem da aceleração no site da Amazon que vai facilitar a exposição de seus produtos no e-commerce americano, sem necessidade de constituir uma empresa ou abrir uma conta bancária no exterior. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas através deste link até o dia 29 de setembro.

Na cerimônia de assinatura do Memorando estavam presentes o presidente da Apex-Brasil, Augusto Pestana, e o gerente nacional da Amazon, Daniel Mazini. “Tenho confiança de que com essa parceria com a Amazon geraremos oportunidades concretas para que pequenos exportadores acessem diretamente consumidores, seus próprios clientes em um mercado tão relevante, como o americano. E quando a gente pensa no alcance da Amazon, pensamos no mundo inteiro. Prestar esse tipo de serviço é uma vocação da Apex-Brasil e é uma alegria ter essa parceria com uma empresa do porte da Amazon”, comemorou Pestana.

O acordo facilita o processo para empresas brasileiras impulsionarem as vendas no exterior.  “Nós reduzimos barreiras para que as empresas possam acessar mercados através do nosso site. Uma empresa que vende bem lá fora vai vender bem no Brasil, então a gente promove essa empresa para um público cada vez maior e também promove produtos genuinamente brasileiros”, disse Mazini.

Programa de aceleração

O programa de aceleração com a Amazon consiste em duas etapas. A primeira é dedicada ao treinamento das empresas sobre como vender nos EUA com a Amazon. Elas também receberão orientações sobre presença digital, estratégias de expansão internacional e oportunidades no mercado americano, oferecidas pela Apex-Brasil.

A segunda consiste em ofertar os produtos na Amazon EUA. As empresas participantes receberão gerenciamento de contas pela equipe da Amazon no mínimo até 31 de março de 2022 para apoiar o lançamento dos produtos. Este processo consiste no atendimento individualizado das empresas pela equipe da Amazon, orientando todas as etapas do processo de cadastro, inserção de produtos, estratégias de marketing, exportação das mercadorias e utilização dos serviços de logística. Esta consultoria é normalmente oferecida apenas para empresas com grandes volumes de vendas, mas, nesse projeto, será oferecido para todas as empresas selecionadas para a ação.

As atividades de treinamento são realizadas sem custo para as empresas, que só arcarão com despesas mensais de USD 40 além de comissão sobre vendas das mercadorias e custos de logística, caso sejam utilizados os serviços de logística da Amazon. 

Mercado nos EUA


O exponencial crescimento do e-commerce de maneira global, mas principalmente nos Estados Unidos, foi destacado durante o segundo dia do e-Xport Meeting pelo analista de Inteligência do Escritório da Apex-Brasil na América do Norte, Cristiano Laux. “Nos EUA, 77% da população compra via e-commerce. São mais de 256 milhões de usuários em todo o país e a tendência é aumentar”, pontua. O mercado americano do comércio eletrônico deve crescer 9% ao ano até 2026 e a perspectiva é que chegue a US$ 993 bilhões no mesmo ano. Outro ponto salientado por Laux é que 36% das lojas nos EUA são totalmente digitais, sem presença física, o que demonstra o potencial do e-commerce no país.

A Amazon representa mais de 25% das vendas de e-commerce no país, movimentando mais de US$ 161,5 bilhões somente em 2021. O chefe de vendas globais da Amazon, Eduardo Loss, participou do evento com o painel Venda Global na Amazon e pontuou os benefícios de empresas brasileiras entrarem neste e-commerce, dentre eles, a competitividade. A Amazon conta com 300 milhões de usuários ao redor do mundo e envia produtos para mais de 200 países e territórios.

Novo cenário 

Sandro Carsava, responsável por soluções de vendas para a América Latina do LinkedIn, falou sobre o novo cenário de vendas criado após o início da pandemia. “As vendas virtuais são o novo padrão e investir em tecnologia não pode ser opcional. É uma nova tendência que foi apressada pela pandemia”, afirmou.

Já Maria Luísa Boyce, vice-presidente de Assuntos Públicos da United Parcel Service (UPS), abordou na sua palestra “Como atender as necessidades dos compradores digitais de hoje”, as expectativas do consumidor diante do novo cenário apresentado.  “Os consumidores esperam mais opções, mais flexibilidade. E a jornada do consumidor é muito importante nessa questão, porque é sobre como o produto chega, se chega a tempo, sobre a experiência dele dentro da sua página. Tudo isso influencia na decisão de compra”, destacou.

De acordo com a diretora de Marketplace do Mercado Livre, Eduarda Cyreno, o e-commerce é líder em tráfego em todos os seus mercados. Nos últimos 12 meses, o Mercado Livre teve mais de 65 milhões de compradores, 12 milhões de vendedores, 319 milhões de produtos anunciados — sendo 94% deles de produtos novos –, 29 compras por segundo e 538 visitas por segundo.  “Mesmo com a reabertura das lojas, o e-commerce vai continuar crescendo porque se estabeleceu um novo hábito”, pontuou Eduarda.

Cases brasileiros

Atualmente presente em 50 países, a empresa de calçados paulista Savelli iniciou no e-commerce há poucos meses. Sua trajetória foi apresentada no painel “Experiências brasileiras nos EUA E-commerce”. Para a gerente de exportação da empresa, Bruna Pini, uma das principais vantagens do e-commerce é que as empresas grandes e as pequenas se igualam. No último mês, a Savelli passou a vender também através da Amazon, e Bruna afirma já ver resultados. “Temos o nosso próprio site, mas sabemos que no mercado americano, as pessoas compram muito por market place, então decidimos também entrar nesse caminho. Devagarinho, mas já vemos evolução e estamos sempre aprendendo”.

O gerente de exportações do Café 3 Corações, Thiago Rocha, também compartilhou a experiência da empresa, que hoje está em 15 países e integra o mercado mundial do café. “Sempre trazemos o viés de ser um café brasileiro como diferencial, justamente pela qualidade e origem do produto. Uma das vantagens do e-commerce é que ele possibilita mapear o potencial de atuar no varejo físico em outros países. Ajuda como uma maneira de prospecção ativa dentro do território que você já está presente de forma digital”, destacou.

Exporta Fácil

A palestra que encerrou o ciclo do segundo dia do e-Xport Meeting foi sobre o programa dos Correios que visa auxiliar o exportador, o Exporta Fácil. É uma forma de postagem, na qual a empresa pública utiliza toda a sua estrutura de transporte, centros especializados na exportação de produtos, fornece orientações para as empresas tanto na preparação da mercadoria quanto na antecipação de informações, além de classificar devidamente os itens postados.

Assim, os Correios ficam como responsáveis pela interlocução junto à aduana e o alinhamento logístico com os países de destino. “A pandemia gerou um aprendizado muito interessante por parte dos compradores e também dos vendedores. O nosso volume de encomendas internacionais vem subindo muito, seja para entrada no país ou na saída”, destacou o diretor de negócios dos Correios, Alex do Nascimento.

O programa completa 20 anos de atuação e já atendeu a mais de 15 mil empresas.

O e-Xport Meeting

A segunda edição do e-Xport Meeting, dentro da Semana do E-Commerce Internacional, busca capacitar especialmente pequenas e médias empresas nacionais exportadoras, de B2B e B2C, de todos os setores para inserirem seus negócios no comércio eletrônico internacional e melhorar a presença digital de forma contínua e sustentável. São quatro dias de evento que contarão com capacitações online, consultorias de inteligência de mercado, aceleração de negócios e mentorias em marketing digital, contando com a transmissão da experiência de empresas como Amazon, RangeMe, eBay, Alibaba.com, Mercado Libre, VTEX, e JD (plataforma chinesa), que apresentarão as funcionalidades, benefícios e o setup de cada plataforma, perfil de seus clientes, tráfego orgânico, além de promoverem treinamentos práticos para as participantes.

Serviço
e-Xport Meeting 2021 – Semana do E-commerce Internacional
Data:
14 a 17 de setembro
Interessados devem fazer inscrição para o evento neste link.
A programação do evento pode ser conferida no site.