Apex-Brasil e Atlantic Council lançam relatório sobre relações Brasil-EUA



Apex-Brasil e Atlantic Council lançam relatório sobre relações Brasil-EUA

Um evento realizado no dia 05/03, em Washington DC, marcou o lançamento do relatório US-Brazil Trade and FDI: Enhancing the Bilateral Economic Relationship, resultado da parceria entre a Apex-Brasil, a Embaixada do Brasil em Washington e o think tank Atlantic Council. O estudo tem por objetivo apresentar elementos da relação econômica bilateral entre Brasil e Estados Unidos, além de realizar importantes reflexões sobre os caminhos para o aprofundamento dos laços comerciais e de investimento entre os dois países.

Elaborado de forma independente pelo Atlantic Council, no âmbito da parceria da instituição com a Apex-Brasil, o estudo foi redigido por autores com experiência reconhecida no governo e no setor privado dos dois países, sendo dois norte-americanos (Ken Hyatt e Lisa Schineller) e dois brasileiros (Abrão Neto e Daniel Godinho).

O evento de lançamento contou com a participação dos autores e de diversas autoridades, empresários e formadores de opinião norte-americanos. Por parte do Brasil, estiveram presentes o Presidente da Apex-Brasil, Sergio Segovia, o Embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster e o Secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, Embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva.

Por parte dos Estados Unidos, participaram o deputado republicano do estado de Illinois, Darin Lahood e o Subsecretário de Comércio dos Estados Unidos, Joe Semsar, outros. O evento conjugou falas individuais e painéis de discussão, explorando os desafios e oportunidades para os países no atual panorama do comércio internacional.

O relatório, divido em três partes, apresenta os horizontes econômicos brasileiro e norte americano no curto, médio e longo prazos. Uma colaboração mais dinâmica entre os dois importantes parceiros permitiria aprofundar suas relações bilaterais de novas maneiras, estabelecendo uma maior integração econômica entre as duas maiores economias das Américas.

O atual momento de reaproximação dos dois países, de acordo com os autores, poderia permitir a consolidação de objetivos de longo prazo – incluindo a coordenação de esforços para a adesão do Brasil à OCDE, a assinatura de um acordo de investimento bilateral, a conclusão de um acordo para evitar a dupla tributação, e por fim, a negociação de um acordo amplo de livre comércio. Tais fatores revelam o potencial de geração de benefícios econômicos mútuos, evidenciando a construção sólida da política externa entre os países em quase dois séculos de relação.

Para saber mais, acesse aqui o relatório.

Relacionamento bilateral

Os EUA posicionaram-se como o 2º principal destino das exportações brasileiras em 2019, com 13,2% de participação no total exportado pelo Brasil, apenas atrás da China com 28,1% de participação. Em 2019, a corrente de comércio Brasil-Estados Unidos atingiu o valor de US$ 59,8 bilhões, com crescimento de 3,7% em relação ao ano anterior. Foram US$ 29,7 bilhões em exportações (3,55% a mais que em 2018) e US$ 30,09 bilhões em importações (3,8% a mais que em 2018).

Em 2019, os produtos básicos representaram 17,9% das exportações do Brasil para Estados Unidos, enquanto os produtos manufaturados foram 63,4% da pauta e os produtos semimanufaturados 18,7%.

Os dados mostram que há uma maior agregação de valor no caso das exportações nacionais para os EUA na comparação com as exportações brasileiras totais (em que 52,8% das exportações concentraram-se em produtos básicos, 12,6% em semimanufaturados e 34,6% em manufaturados).

Para a Apex-Brasil, o país é extremamente relevante: em 2019, os EUA foram definidos como mercado prioritário em 41 dos 53 Projetos Setoriais da Apex-Brasil. Nenhum outro mercado despertou tanto interesse como o norte-americano. A Apex-Brasil mantém um escritório de negócios em Miami, Flórida, e um em São Francisco, Califórnia, dedicados a apoiar as empresas brasileiras que querem iniciar ou fortalecer os negócios no país.

No que diz respeito aos investimentos estrangeiros diretos, os EUA mantêm uma posição dominante entre investidores estrangeiros no Brasil: em 2018 (último dado disponível), os EUA se classificaram como o maior investidor direto no Brasil: US$ 134,1 bilhões. O estoque total de IED dos Estados Unidos no Brasil representa 18,2% do estoque total de investimentos aportados no País.

Do outro lado, os investimentos brasileiros nos EUA cresceram 356% entre 2008 e 2017, alcançando US$ 42,8 bilhões em 2017, em comparação com US$ 9,3 bilhões em 2008. Com isso, o Brasil passou da 23ª posição para ser o 16º maior investidor direto nos EUA. Esses investimentos abrangem vários setores, como metais, comércio atacadista e instituições financeiras.