Art Basel OVR: Pioneers: Veja o que as galerias brasileiras estão preparando para a feira



Art Basel OVR: Pioneers: Veja o que as galerias brasileiras estão preparando para a feira

Bergamin & Gomide, Fortes D’Aloia & Gabriel, Galeria Nara Roesler, Galeria Luisa Strina e Mendes Wood DM estarão na nova edição da Art Basel online viewing room

De 24 a 27 de março acontece a Art Basel OVR: Pioneers, sexta edição dos online viewing rooms da feira Art Basel, apresentada 100% em ambiente virtual. Esta edição é dedicada a artistas que abriram novos caminhos em termos estéticos, conceituais, na abordagem de temas sócio-políticos e no uso de novas mídias. Das 100 galerias participantes, cinco delas são brasileiras e fazem parte do projeto Latitude – Platform for Brazilian Art Galleries Abroad, uma parceria da ABACT (Associação Brasileira de Arte Contemporânea) e Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). São elas: Bergamin & Gomide, Fortes D’Aloia & Gabriel, Galeria Nara Roesler, Galeria Luisa Strina e Mendes Wood DM.

A Fortes D’Aloia & Gabriel apresentará um diálogo entre Jac Leirner e Leda Catunda. Ambos estreantes nos anos 80, Catunda e Leirner abriram novos caminhos, incorporando sistemas culturais e produtos como matéria-prima em seu trabalho. Desde então, eles têm se mantido como referências para gerações de artistas.

A Bergamin & Gomide apresentará na feira um projeto solo da artista suíça Mira Schendel (1919 – 1988), que inclui séries como Monotipias (1964-1967), Droguinhas (produzidas principalmente na segunda metade da década de 1960) e Toquinhos (produzidos principalmente entre o final da década de 1960 e primeira metade de 1970). Através dessas séries, Schendel deu vazão a inquietações e interesses que a acompanhavam desde o início da sua carreira artística como: a expressão do vazio, a experiência do tempo, o estar no mundo e os mistérios da transparência.

A Galeria Nara Roesler apresenta uma seleção de trabalhos do artista plástico e cineasta britânico Isaac Julien. Seu trabalho combina diversas mídias, incluindo cinema, fotografia, dança, música, teatro, pintura e escultura, que são capturadas em suas instalações audiovisuais, documentários e peças fotográficas. Em sua apresentação a galeria apresenta fotografias que refletem a trajetória de Julien como um pioneiro de instalações de vídeo em múltiplas telas. A apresentação inclui desde trabalhos dos anos noventa, como Three, de 1999, até sua obra mais recente, Lina Bo Bardi – A Marvelous Entanglement (2019), além de séries icônicas como Ten Thousand Waves (2010) e Playtime (2013). 

A apresentação da Galeria Luisa Strina tem como ponto de partida pinturas de Cildo Meireles produzidas na década de 1980, destacando uma faceta de seu pioneirismo que é pouco estudada: a investigação sobre a herança africana no Brasil. Em contraponto a esses trabalhos, estão duas obras de Pammela Castro, que em sua pesquisa problematiza as políticas de gênero e raça, sempre a partir de um ponto de vista pessoal e confessional, compartilhando sua experiência como artista mulher, negra e periférica. Além destes, a apresentação reúne trabalhos recentes e de início de carreira das artistas Anna Maria Maiolino e Fernanda Gomes, destacando o pioneirismo nas investigações formais e políticas de ambas as artistas.

E por fim, a Mendes Wood DM apresenta um projeto solo do artista brasileiro Paulo Nazareth, com trabalhos da série “Bestiário do Capital” (2019). Com uma prática centrada em valores de liberdade e igualdade e com uma abordagem bem-humorada e heterodoxa de temas densos, Paulo Nazareth tem sido há mais de uma década, uma das vozes à frente das pautas de preservação ambiental, direitos da população indígena e temáticas de raça no Brasil, nas Américas e na Europa. Outro tema presente em suas obras é a exploração e mercantilização do mundo natural. Em “Bestiário do Capital”, o artista questiona a exploração da natureza e a transformação da vida em mercadoria.

*Faça download das imagens das obras das galerias brasileiras que estão no evento AQUI*

Para visualizar as exposições, basta entrar na plataforma do evento: https://www.artbasel.com/ovr

Imagem ilustrativa: Obra do artista Cildo Meireles, representado pela Galeria Luisa Strina

Sobre o Latitude – Platform for Brazilian Art Galleries Abroad

O Latitude é um programa desenvolvido por meio de uma parceria firmada entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea – ABACT e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex-Brasil, para promover a internacionalização do mercado brasileiro de arte contemporânea. Criado em 2007, conta hoje com 58 galerias de arte do mercado primário, localizadas em sete estados brasileiros e Distrito Federal, que representam mais de 1000 artistas contemporâneos. Seu objetivo é criar oportunidades de negócios de arte no exterior, fundamentalmente através de ações de capacitação, apoio à inserção internacional e promoção comercial e cultural.

O volume das exportações definitivas e temporárias das galerias do projeto Latitude vem crescendo significativamente. Em 2007, foram exportados US$ 6 milhões e, de acordo com a última Pesquisa Setorial Latitude publicada, em 2017 atingiu-se mais de US$ 65 milhões. As galerias Latitude foram responsáveis por 42% do volume total das exportações do setor no ano.

Desde abril de 2011, quando a ABACT assumiu o convênio com a Apex-Brasil, foram realizadas 48 ações em mais de 26 diferentes feiras internacionais, com aproximadamente 300 apoios concedidos a galerias Latitude. Neste mesmo período, foram trazidos ao Brasil aproximadamente 250 convidados internacionais, entre curadores, colecionadores e profissionais do mercado, em 23 edições de Art Immersion Trips. Além dessas ações, o Latitude realizou cinco edições de sua Pesquisa Setorial, com dados anuais sobre o mercado primário de arte contemporânea brasileira.