Artesanato brasileiro será impulsionado no mercado internacional a partir de parceria firmada entre Apex-Brasil e Ministério da Economia
Escritório da Agência em Bruxelas vai prospectar compradores internacionais para participarem de feiras estratégicas do setor no Brasil
O artesanato brasileiro vai ganhar maior visibilidade no mercado internacional a partir de um acordo firmado nesta quarta-feira (27) entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Ministério da Economia. No memorando de entendimento, as instituições comprometem-se a colaborar para organização de projetos compradores em feiras estratégicas para o setor. Tais projetos consistem em atrair compradores internacionais para virem a feiras estratégicas de artesanato no Brasil. O trabalho de prospecção de mercado internacional será coordenado pelo escritório da Agência em Bruxelas, uma vez que os países da Europa são importantes compradores de produtos do setor, principalmente de decoração e têxteis, que em 2019, por exemplo, movimentou 149 bilhões de euros.
O documento foi assinado na cerimônia de abertura do 14º Salão do Artesanato- Raízes Brasileiras, em Brasília, pelo Secretário Especial de Produtividade e Competitividade (SEPEC) do Ministério da Economia, Calos Alexandre da Costa, e pelo presidente da Apex-Brasil, Augusto Pestana. Além disso, estiveram presentes o gerente da Unidade de Competitividade do Sebrae, César Rissete, a Subsecretária de Facilitação de Comércio Exterior, Glenda Bezerra Lustosa e artesãos de todo o país.
Com a iniciativa, a Apex-Brasil prevê executar dois projetos compradores em 2022, um durante a Feira Internacional de Artesanato de Pernambuco (Fenearte), em julho, e outro na Feira Nacional de Artesanato, que acontece em Belo Horizonte em dezembro.
“O artesanato sempre esteve contemplado na nossa agenda. Na capacitação, na organização das várias rodadas de negócios e com satisfação que agora com esse memorando nós elevamos esse nível de apoio. Fazemos uma nova aliança em prol do artesanato com o Ministério da Economia, que envolve também o Sebrae e o Ministério das Relações Exteriores, em benefício dos artesãos. E estou certo de que teremos muitos negócios internacionais fechados, afinal, o artesanato brasileiro tem um enorme potencial”, afirmou o presidente da Apex-Brasil. O memorando reforça o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), desenvolvido pelo Ministério da Economia e pelo Sebrae, que promove a capacitação de artesãos, como pontuou César Rissete. “A gente tem um artesanato que merece essa conquista internacional. O trabalho da Apex-Brasil levará esse trabalho, fruto de nossa cultura e dos esforços de nossos artesãos empreendedores, para o mundo todo”, complementou.
Potencial de exportação
O artesanato brasileiro possui alto potencial de exportação. O setor é diferenciado pela criatividade, design, matérias-primas, como madeira, renda e capim dourado, utilizadas na fabricação das peças e pelo valor cultural e histórico dos produtos e dos produtores.
De acordo com levantamento da Apex-Brasil, há demanda internacional, principalmente da Europa, por produtos de artesanato, inclusive de alto valor agregado. O mercado europeu de produtos de decoração e têxteis para o lar (HDHT) vinha crescendo continuamente nos últimos anos, até o impacto da pandemia de COVID-19 em 2020.
E uma parte considerável de suas importações vem diretamente dos países em desenvolvimento, onde se insere o Brasil. O setor é relevante, sobretudo, para promover desenvolvimento sociocultural e econômico do país, principalmente das sociedades e famílias que dependem dessa atividade.