Brasil Music Summit 2019 gera expectativa de US$ 1 milhão em negócios



Brasil Music Summit 2019 gera expectativa de US$ 1 milhão em negócios

Entre os dias 6 e 9 de fevereiro, a Unibes Cultural recebeu a segunda edição do Brasil Music Summit (BMS), que contou com a presença de mais de 500 participantes credenciados e mais 1400 pessoas do público final, que foram assistir aos shows. O evento é promovido pela Brasil Música & Artes (BM&A) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), por meio do programa Brasil Music Exchange (BME).

A conferência reuniu conteúdos relacionados a sync, music branding e live music com grande foco em exportação de música brasileira, preparação dos profissionais para empreenderem em novos tipos de negócios com a música e fechamento de negócios internacionais. Os contatos realizados e as rodadas de negócios geraram expectativas de US$ 1 milhão para os próximos 12 meses.

“Um dos nossos objetivos essenciais é fornecer às empresas brasileiras uma oportunidade única de entrar em contato com profissionais dos principais mercados-alvo da nossa música, sem precisar sair do Brasil. Para isso, realizamos um amplo trabalho de prospecção de nomes internacionais. Conseguimos atrair diferentes perfis de convidados”, explica o gerente de projetos da BM&A e diretor geral do evento, Leandro Ribeiro.

E completa: “todas estas ações são pioneiras e têm como objetivo deixar o mercado brasileiro da música mais maduro, gerando mais renda, empregos e negócios. Ao compararmos o Brasil com outras nações, percebemos que temos muita capacidade de crescimento em relação ao tamanho do país e à sua grandeza econômica. A Holanda, por exemplo, é 17ª economia mundial e gera US$ 1 bilhão com o mercado da música, A Itália é a 8ª economia mundial e fatura US$ 1,1 bilhão com esse mercado e o Canadá, que é a 10ª economia mundial, gera US$ 1,5 bilhão, enquanto o Brasil, que é a 9ª economia, fatura apenas US$ 480 milhões. Com isso, vemos que temos um potencial de crescimento de pelo menos US$ 800 milhões por ano”.

PROGRAMAÇÃO INTENSA
Leandro dividiu as atividades da programação com o diretor de live music, André Bourgeois, CEO da Urban Jungle, e o diretor de sync, Mario Di Poi, diretor executivo da Inputsom Arte Sonora, que foram essenciais nesse processo de busca dos melhores perfis. A abertura da programação teve a presença do diretor executivo da Unibes Cultural, Bruno Assami, do diretor da BM&A Juca Novaes e do diretor da Ancine-SP Carlos Ramos.

A programação se dividiu em quatro pilares: palestras e painéis, focados na apresentação de cases de sucesso e em debates relevantes para a indústria; workshops sobre temas práticos do dia a dia dos profissionais; atividades de negócios e networking, como rodadas de negócios e encontros, e showcases para apresentação de 23 bandas e artistas brasileiros, incluindo nomes como Céu e Karol Conka.

Os 28 convidados internacionais que estiveram no Brasil incluem programadores de festivais, bookers, music supervisors e representantes de agências de publicidade e veículos de mídia. Entre os profissionais de sincronização e music branding, está Jen Malone, indicada do Emmy pela série Atlanta e responsável pela trilha do recém-lançado Creed 2. A profissional ficou muito satisfeita de poder entrar em contato com novos nomes da música brasileira. “Gostei muito de conhecer artistas como Tássia Reis e Xenia França”, comentou.

A área de sincronização incluiu também brasileiros que realizam trabalhos com sucesso aqui e no exterior. É o caso da animação infantil Show da Luna, representada por André Abujamra (Mondo), Márcio Nigro (Mondo) e Kiko Mistrorigo (TV PinGuim), e do cantor e compositor de trilhas para cinema e TV Beto Villares. Dois segmentos também importantes, e-sports e games, mereceram destaque, com a presença dos brasileiros Samuel Ferrari (Mdois), Felipe Junqueira (Mdois), Thiago Adamo (Game Audio Academy) e do inglês Duncan Smith (Sony Playstation). Pete Kelly, head of music da rede inglesa BT Sport também marcou presença: “um excelente evento, um dos melhores em que já estive, com muito conteúdo interessante. Um ponto bastante positivo foi a possibilidade de conhecer novos artistas nos showcases”, declarou.

Na área de music branding, destaque para cases de agências de publicidade ou veículos de mídia que trabalham conteúdo editorial para marcas: a Droga5 e a Vice Media, ambas norte-americanas, e a francesa HAVAS | HRCLS. Entre os cases brasileiros, estiveram as marcas Morana e Oi.

Uma das atividades especiais desenvolvidas nesta área foi um mentoring em parceria com duas empresas: Grupo Fleury e Rappi. “Cada marca enviou previamente um briefing para um grupo de criativos de empresas ligadas à música para o desenvolvimento de projetos customizados”, explica Leandro. No dia 7 de fevereiro, todos os grupos apresentaram as ideias e receberam feedbacks.

A parte de live music contou com booking agents, selos, gravadoras, programadores de festivais e centros culturais, como Barbican Center, Montreal Jazzfest, Festival d’été de Québec, Festival POP Montréal, Festival Rencontres Trans Musicales, Festival Les Suds à Arles e Les Escales Festival. O responsável por esse último, Jérôme Gaboriau, anunciou durante o encerramento do BMS, que fará um palco na próxima edição de seu evento, que acontece em julho, dedicado à cidade de São Paulo. “Para compor o lineup, selecionamos artistas que representam muito bem a música da cidade em diferentes estilos: Edgar, Céu, Sepultura, Tropkillaz, Tássia Reis, Teto Preto e Demônios da Garoa”, anunciou em primeira mão. Andreas Kisser, da banda Sepultura, e as cantoras Céu e Karol Conka fizeram palestras inspiradoras e emocionantes contando os segredos do desenvolvimento das sólidas carreiras no Brasil e no exterior.

O evento se encerrou com a palestra de Renato Martins, jornalista, pesquisador musical e fundador do selo/blog Funk na Caixa, que contou a história do funk, um dos gêneros musicais mais impactantes do mundo.

PRIMEIROS MUSIC SUPERVISORS DO BRASIL
Entre os objetivos do BMS, está também a geração de conhecimento para quem quer atuar nas áreas de sincronização e music branding. Por isso, uma das iniciativas foi a realização de um workshop de formação de music supervisors. As atividades foram conduzidas pelas norte-americanas Justine Von Winterfeildt, que trabalhou na área musical da animação da Netflix Next Gen, e Samantha Schilling, diretora criativa da Songtradr, uma plataforma de licenciamento de música que conecta artistas a criadores de conteúdo, como cineastas, produtores de TV e marcas.

“Os Estados Unidos são hoje o país mais avançado do mundo no trabalho do music supervisor. Claro que existem pessoas responsáveis pela parte musical de produções audiovisuais no Brasil, mas aqui essa figura ainda não é tão estruturada quanto lá. Por isso, neste workshop, quisemos mostrar como os profissionais podem potencializar a sua atuação”, explica Samantha.

Para fechar essa atividade, no dia 8, dentro da programação do BMS, aconteceu um Music Supervision Forum, quando os participantes apresentaram os resultados do workshop de supervisão musical e foram realizadas discussões sobre como tornar o papel do music supervisor primordial em produções audiovisuais nacionais que tenham potencial de exportação.

A próxima edição do BMS acontece nos dias 10 e 11 de fevereiro de 2020 em São Paulo, e a programação continua nos dias 12 e 13 de fevereiro no Recife como parte do Porto Musical.

SOBRE O BME
O Brasil Music Exchange (BME), projeto de exportação de música brasileira, é realizado por meio de uma parceria entre a Brasil, Música & Artes (BM&A) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), promove o Brasil Music Summit.