Brazilian Curators: Gil Sales apresenta três autores de literatura juvenil para não perder de vista
Gil Sales, supervisor editorial de Literatura e Paradidáticos na Editora do Brasil, é o profissional que invade os nossos canais nesta semana, em mais uma edição da lista Brazilian Curators. A iniciativa é promovida pelo Brazilian Publishers, programa de internacionalização de conteúdo editorial brasileiro realizado por meio de uma parceria entre a Câmara Brasileira do Livro e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Em sua seleção, Gil apresenta livros de um segmento que atende a um público-alvo sempre ávido pela leitura: o juvenil. Hoje, no Brasil, a indústria se desenvolveu e as tendências migraram para um caminho diferente na contação de histórias. Livros escritos por youtubers, em sua maioria biografias, estão em alta — como “As aventuras de Mike” (2019), de Gabriel Dearo, que figura na lista de livros infantojuvenis mais vendidos brasileira da Nielsen Publishnews. Sobre esse novo formato de leitura, Gil avalia: “Na minha visão é muito bom que haja livros de youtubers, sobre coaching, sobre reality shows, e tudo mais”. E continua: “Isso expande ainda mais o espaço e a atenção do objeto livro”.
Sales ainda discorre sobre a atual situação do mercado de livros juvenis e o impacto que a pandemia da COVID-19 teve neste ramo e em outros da literatura. “A impossibilidade de estar
fisicamente nos locais de circulação do livro tem nos obrigado a repensar constantemente nossa atuação”, ele explica. “Esse mercado do livro juvenil está se reencontrando dentro da tecnologia, apresentando soluções diretamente ligadas ao acesso dos títulos via plataformas”, finaliza.
A pedido do Brazilian Publishers, Gil recomendou três nomes que despontam na literatura brasileira juvenil. Confira abaixo as escolhas do especialista!
Penélope Martins
“O, ‘Minha Vida Não é Cor-de-Rosa’, livro o qual tive o privilégio de ajudar a trazer ao mundo, é um diálogo intenso e necessário com a juventude atual, pois aborda questões como direitos humanos, feminismo, igualdade, assédio, namoro, amizade, entre outras coisas. Tudo de um jeito direto, simples e instigante, por meio de um texto ficcional muito bem construído literariamente falando”, conta Gil.
Além de escritora, a brasileira Penélope Martins também é advogada e já se apresentou em diversos lugares do Brasil e Portugal como narradora de histórias. Em seu livro “Minha Vida Não é Cor-de-Rosa”, lançado em 2018 pela Editora do Brasil, a autora se baseou em suas próprias memórias adolescentes, como o primeiro gesto apaixonado que recebeu de alguém. “Conseguir sensibilizar jovens — meninas e meninos — para temas complexos por meio de uma literatura com tanta qualidade é realmente um feito”, Gil afirma.
Com o livro, Penélope recebeu o 1ª lugar no prêmio da Biblioteca Nacional na categoria juvenil em 2019. A autora também tem em seu catálogo “Poemas de Jardim” (Editora Cortez), Que Amores de Sons! (Editora do Brasil) e Quintalzinho (Editora Bolacha Maria).
Saiba mais sobre as obras de Penélope em seu site: https://penelopemartins.wordpress.com/
Lygia Bojunga
“Todos deveriam ler os livros da Lygia Bojunga, uma referência mundial em literatura infantojuvenil. Uma sensibilidade ímpar perpassa seus escritos, que são tão densos e ao mesmo tempo tão leves, porque dialogam de modo atemporal com nossos jovens, ajudando a construir e desconstruir ideias, alimentar sonhos, discutir assuntos difíceis e introduzir a genuína literatura aos leitores em amadurecimento”, conta Gil.
Lygia Bojunga é um dos nomes mais conhecidos desta vertente no Brasil, já que foi pioneira em quebrar a barreira da internacionalização. Com suas obras, Lygia foi a primeira autora brasileira a receber o Prêmio Hans Christian Anderson, o mais importante prêmio literário da literatura infantojuvenil.
Um dos destaques em seu vasto catálogo é “A Bolsa Amarela”, um verdadeiro clássico lançado em 1976 e que até hoje encanta leitores. O romance conta a história de uma menina que entra em um conflito pessoal ao esconder três grandes vontades em sua bolsa amarela: a de crescer, de ser garoto e de se tornar escritora. A obra aborda questões importantes como relacionamento com a família, voz da criança na sociedade, incentivo para a imaginação e muito mais.
Saiba mais sobre as obras de Lygia em seu site: http://www.casalygiabojunga.com.br/pt/
João Carlos Marinho
“‘O Gênio do Crime’ é um livro de aventuras detetivescas e um clássico, a partir do qual aprofundei ainda mais meu gosto pela leitura quando mais novo. Qualquer livro de aventuras desse tipo, quando bem escrito, vale muito a pena para encantar o jovem leitor”, conta Gil.
Formado em direito, o autor brasileiro João Carlos Marinho publicou “O Gênio do Crime” enquanto ainda advogava. O livro inaugurou a série “Turma do Gordo”, que ainda rendeu outras treze obras, e conta a história de Seu Tomé, proprietário de uma fábrica de figurinhas de futebol, que oferece prêmios às crianças que conseguem completar seus álbuns. No meio do caminho, porém, uma fábrica clandestina de figurinhas coloca o negócio de Seu Tomé em risco, e ele acaba descobrindo que a peripécia é feita por um verdadeiro gênio do crime.
Lançado em 1969, o livro encanta crianças e jovens adolescentes até hoje, e é considerado um clássico da literatura juvenil. Em seu catálogo, Marinho ainda tem títulos “Sangue Fresco”, lançado em 1982 como parte da Turma do Gordo, pelo qual recebeu o Prêmio Jabuti e o Grande Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
O autor faleceu em março de 2019. Saiba mais sobre sua trajetória por aqui: http://www.globaleditora.com.br/joaocarlosmarinho/bio_resumida_1.html
Sobre o Brazilian Publishers
Criado em 2008, o Brazilian Publishers é um projeto setorial de fomento às exportações de conteúdo editorial brasileiro, resultado da parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A iniciativa tem como propósito promover o setor editorial brasileiro no mercado global de maneira orientada e articulada, contribuindo para a profissionalização das editoras.