By Brasil reúne 160 compradores da América Latina em conferência sobre o futuro e oportunidades da moda
Foi no dia 30
de abril que os compradores internacionais ligados ao setor da moda tiveram a
oportunidade de participar de uma conferência importante ministrada por Walter
Rodrigues (Coordenador do Núcleo de Design e Pesquisa do Inspiramais) e Marnei
Carminatti (Designer e Consultor do Núcleo de Design e Pesquisa do Inspiramais)
. Ao todo foram 160 pessoas entre designers, diretores, administradores,
proprietários e gerentes de empresas e marcas internacionais da Argentina,
Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, Estados
Unidos, Luxemburgo, México, Paraguai, Peru, Porto Rico e Uruguai.
Com o tema “Oportunidades para moda no cenário atual”, o encontro transmitido
na plataforma Zoom foi promovido pelo By Brasil Components, Machinery and
Chemicals – projeto de incentivo às exportações executado em parceria entre a
Assintecal e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos).
Sobre o posicionamento do setor de componentes foi apontado que hoje o setor
brasileiro é entendido no mercado Latino Americano como referência em inovação
e tecnologia, e importante aliado e protagonista estratégico para a indústria
no mundo. Para Walter Rodrigues este
também é um momento muito interessante para todos no Brasil. “Temos uma cadeia
muito bem construída, com insumos que suprem todos os aspectos dos calçados, na
cadeia têxtil e demais elos da cadeia produtiva da moda. Outro ponto a favor é
o trabalho que estamos fazendo com empresários na questão da sustentabilidade,
esse é o caminho para olharmos o futuro”.
Na conferência foram discutidos os novos caminhos pela sustentabilidade e as
necessidades do consumidor. Walter colocou que embora o “mundo não está
tranquilo”, o setor de componentes apresenta soluções. “Muitas fibras naturais,
produtos reciclados e bastante materiais de moda interessantes que darão o
caminho para muitos resultados que o mercado da moda precisa”.
Marnei Carminatti completou que “observamos que o Brasil está adiantado em
relação a outros países, com a coleção de inverno já lançada. No Inspiramais
conseguimos alinhar toda a cadeia de moda com produtos de tecnologia com
sustentabilidade”.
Outro ponto importante é sobre os impactos no atual modelo de negócios, que
deve ser revisto em todos seus processos. Walter Rodrigues apontou que esse caminho
já era necessário. “Pensamos que a moda como estava já necessitava de uma
parada. Não havia condições de acompanhar as mudanças do mundo. Só não sabíamos
que seria tão rápido. As empresas estavam ainda no movimento de fast fashion
e produção de produtos acelerados”, comentou. Agora os gestores devem
pensar em novas maneiras de olhar o mercado. Vamos sair desse momento com
muitos desafios para fazer uma nova indústria. “O mundo digital será uma
ferramenta real”.
Segundo ele há tempos as empresas estão com uma distância muito grande de
compreensão dos movimentos de consumo mundial, onde é necessário novos planos
de negócios “o público está nas lojas com um celular nas mãos comprando pelo
telefone”.
O que se concluiu é que é necessário que a indústria se adapte com qualidade,
com mecânicas assertivas dentro das formas digitais. “Em criação podemos ter
desenvolvimentos de produtos de forma holográfica. Podemos mandar um desenho de
calçados em 3D e só desenvolver após a certeza de saída comercial. Assim como
as prototipagens rápidas – tirando as grades caras de produtos. Existem formas
rápidas e bem assertivas. Coleções virtuais para serem apresentadas e só
produzidas quando houver demanda. Devemos pensar no consumidor final”, esclareceu
Walter.
O debate também transcorreu sobre o calendário da moda e os novos tipos de
produtos a serem criados. Para Marnei Carminatti, já existe um movimento muito
forte que não se fala mais em estações. No Brasil, por exemplo, já se propõe
outro calendário, sem a necessidade de movimentos de coleções. “Há um aspecto
de retração, onde se façam coleções atemporais. Agora é a hora de criações de
produtos inovadores, que tragam a necessidades para o consumidor final”,
concluiu.
A experiência do isolamento, de ficar trancado, também muda todo o tipo de
consumo na moda. “Teremos cada vez mais os produtos de conforto, para ficarmos
em casa. “Conforto se torna a primeira palavra para uma coleção. Assim como
produtos com processos e facilidades de higienização. Materiais fáceis de
limpar, de lavar, produtos bactericidas. E o mais importante é a necessidade. Necessidade
será a “mãe” da inovação. As pessoas vão buscar só o que necessitam”.
Para Marnei, “não vale mais construir uma coleção. O produto deve ter conexão
verdadeira com o mercado para se ter uma confiança entre marcas e fãs para que
tenhamos um produto verdadeiro”.
Sobre a preocupação com a saúde, os protocolos de segurança de cada país serão
importantes, mas tudo está sendo desalojado para atuar, por exemplo, com
produção de produtos antibactericidas. As empresas também começam a se
preocupar com os estoques digitais e ações em delivery, pois as pessoas não
precisaram mais irem nas lojas com frequência para continuarem comprando. O
meio digital se torna uma das alternativas de mais segurança, de higiene. Quem
tem loja ou mesmo as indústrias deverão
olhar para as possibilidades digitais e delivery para manter suas vendas.
Em relação ao mercado Chinês – importador de muita matéria prima – , foi
consenso que as produções devem ser trazidas para os mercados internos, ou
seja, não podemos mais ficar presos em um único fornecedor. “Se há insumos
necessários só produzidos na China, então precisamos começar a trazer a
produção para nós. É necessária ter a produção em nosso próprio continente”,
comentou Marnei.
Ainda sobre a comercialização de produtos foi entendido que caminhamos para as
vendas em plataformas virtuais, buscando alternativas rápidas. Foi dado
exemplos do que acontece no Brasil, onde as pequenas e médias empresas já fazem
vendas virtuais por canais como Facebook, Instagram, e outras plataformas digitais.
Sobre os lançamentos das próximas coleções no mercado, as empresas precisam
entender os consumidores e estar perto deles. A criação de produtos e demandas
devem estar atreladas com produtos que atendam os interesses dos consumidores
atuais. “O momento é para produzir máscaras. Hoje elas são o novo acessório de
moda e que tem as maiores saídas. São os produtos do momento. Podemos ter
máscaras incríveis com acessórios diversos. Precisamos nos reinventar e não
ficar parados”, ressaltou Walter Rodrigues.
O Talk abrangeu também a importância de um pensamento único de processos de
moda e pesquisa na América Latina, sempre olhando todo o continente quanto na
busca de pesquisas de moda e soluções.
Sobre o By
Brasil Components, Machinery and Chemicals
Os fabricantes brasileiros que integram o setor de componentes interessados em ampliar suas relações comerciais com o mercado externo têm a oportunidade de participar, assim como outras 300 empresas, do projeto By Brasil Components, Machinery and Chemicals, realizado pela Assintecal, Apex-Brasil e Abrameq, que pretende promover um bom desempenho das exportações e, consequentemente, do setor.
O projeto possui soluções adequadas a cada nível de internacionalização, mantendo ao alcance das empresas ações de promoção comercial, inteligência, capacitação, entre outros. Para mais informações, entre em contato por meio do e-mail relacionamento@assintecal.org.br.
Sobre a Assintecal
Há mais de 35 anos a Associação Brasileira de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) atua diretamente na expansão de seu setor coureiro-calçadista. Seu trabalho é reconhecido pela força e diálogo com todas as esferas governamentais, pela consolidação do mercado internacional e pelo desenvolvimento em pesquisas e conteúdo de moda. A entidade responde por um setor que possui 3 mil empresas. Sediada em Novo Hamburgo (RS), possui também escritórios em São João Batista (SC), Nova Serrana (MG), Birigui (SP), Franca (SP) e Jaú (SP).
Sobre a Apex-Brasil
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. A Agência apoia cerca de 11.000 empresas em 80 setores da economia brasileira, que por sua vez exportam para mais de 200 mercados.
A Apex-Brasil também desempenha um papel fundamental na atração de investimento estrangeiro direto para o Brasil, trabalhando para identificar oportunidades de negócios, promovendo eventos estratégicos e dando apoio aos investidores estrangeiros interessados em alocar recursos no Brasil.