COP25: Etanol como solução no combate às mudanças climáticas



COP25: Etanol como solução no combate às mudanças climáticas

Representantes de quase 200 países participaram, entre os dias 2 e 15 de dezembro, da 25ª Conferência das Partes (COP 25), em Madri. Com o slogan “Hora da Ação” (Time for Action), o evento teve o mercado de carbono como um dos principais temas a serem tratados e tratou o combate às mudanças climáticas como principal desafio.

No dia 6 de dezembro, representantes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) embarcaram com destino a Madri para apresentar soluções para a transição energética global. A participação da UNICA fez parte do projeto setorial com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

“O papel da UNICA aqui na COP 25 é mostrar que o Brasil já tem no etanol, nos biocombustíveis, um grande ativo, um grande patrimônio para o mundo. Nós promovemos desenvolvimento, renda, emprego no campo e na cidade, e, ao mesmo tempo, oferecemos um importantíssimo serviço ambiental”, destacou Evandro Gussi, presidente da UNICA.

BRAZIL DAY

Centenas de pessoas, entre representantes de governo, da sociedade civil e empresários, do Brasil e do exterior, participaram, na noite de terça-feira (10), do lançamento oficial da campanha Bring Back My Blue Sky, promovida pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). O Brazil Day by UNICA na COP 25, realizado em parceria com a Embaixada Brasileira em Madri e promovido pela APEX, teve como objetivo apresentar os resultados positivos do uso do etanol no Brasil para a redução das emissões de CO2 e na melhoria da qualidade do ar.

“Trabalhamos a sustentabilidade como negócio. Nós nos convertemos em um dos maiores prestadores serviços de redução de emissões de CO2 do mundo, já que o etanol pode reduzir as emissões em até 90% em comparação à gasolina. No Brasil, neste ano de 2018, o etanol já substituiu 48% da gasolina que consumiríamos. Estamos também participando como atores principais em uma revolução da qualidade do ar em nossas principais cidades”, disse Gussi na abertura do evento. 

O Brasil tem a matriz energética mais limpa entre os grandes consumidores globais de energia. Pouco mais de 45% da energia produzida no país é renovável. Para se ter uma ideia, esse percentual representa mais que o triplo da média mundial. E a cana-de-açúcar é a principal fonte de energia sustentável do país, responsável por 17,4% da matriz energética nacional.

“Enquanto o mundo discute, hoje, transição energética, nós, na realidade, iniciamos essa transição há mais de 40 anos. Temos a matriz considerada a mais limpa do mundo e vamos avançar. Não só porque temos condições, mas porque acompanhamos a evolução do mundo”, ressaltou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Segundo o embaixador do Brasil na Espanha, Pompeu Andreucci Neto, as características naturais do Brasil o transformam em uma referência ambiental. “Temos a maior biodiversidade do mundo, a maior floresta tropical e 12% das reservas de água do planeta. O Brasil é um dos únicos países em desenvolvimento que tem um objetivo absoluto de redução das emissões, mais ambiciosos, inclusive, que o dos países desenvolvidos”, pontuou o embaixador.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, lembrou que os combustíveis fósseis continuam sendo os principais responsáveis pelas emissões de CO2 e que temos, no Brasil, o etanol como o exemplo de combustível renovável para o mundo.

“Somos um país que temos muito do que nos orgulhar e parte desse orgulho vem do que aconteceu no estado de São Paulo. Etanol é o nosso carro chefe de biomassa e sustentabilidade. São Paulo, por sua vez, é o berço do etanol, onde a mecanização nas lavouras possibilitou a extinção das queimadas. Isso contribuiu para que milhares de pessoas fossem requalificadas, um exemplo de mudança social,” disse Salles. 

ACORDO DE SÃO PAULO

Em evento paralelo da COP 25, o estado de São Paulo formalizou o lançamento do chamado “Acordo de São Paulo”, pelo qual pretende reconhecer a liderança do setor produtivo paulista nas ações de mitigação das mudanças climáticas.

 A coordenação do Acordo de São Paulo será desenvolvida no âmbito da Câmara Ambiental de Mudanças Climáticas da Cetesb, que será presidida pela UNICA.

 Durante a participação da UNICA no evento, o presidente da entidade, Evandro Gussi, destacou as importantes contribuições já realizadas pelo setor sucroenergético paulista, desde a redução de emissões de CO2 pelo uso do etanol combustível até os novos projetos para melhor aproveitamento energético dos subprodutos da cana. 

“É uma importante oportunidade do setor sucroenergético paulista reiterar seu comprometimento com a agenda de sustentabilidade. Nossas contribuições para redução de emissões de gases causadores do efeito estufa no estado de São Paulo foram destacadas como exemplo de sucesso para o Brasil e para o mundo”, informou a gerente de Sustentabilidade da UNICA, Renata Camargo.

 PROJETO

A Apex-Brasil e a UNICA publicaram, em fevereiro de 2008, estratégia para promover a imagem dos produtos sucroenergéticos no exterior, em especial do etanol brasileiro como uma energia limpa e renovável. As duas entidades assinaram um convênio que prevê investimentos compartilhados.O projeto pretende influenciar o processo de construção de imagem do etanol e demais derivados da cana junto aos principais formadores de opinião mundial, bem como empresas de trading, potenciais investidores e importadores, ONGs e consumidores.