Demanda por alimentos e bebidas saudáveis na Alemanha abre oportunidade de exportação de ingredientes por empresas brasileiras, aponta estudo da Apex-Brasil
Em 2020, país europeu importou US$ 6,9 milhões do Brasil. Paraná, Santa Catarina e São Paulo são os principais produtores
Com a alta procura por alimentos, bebidas saudáveis e orgânicos na Alemanha, o Brasil abre um caminho promissor de exportação de ingredientes para o país europeu. É o que aponta o estudo realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com entidades setoriais e a Euromonitor International (serviço de consultoria que oferece inteligência estratégica customizada). O levantamento foi produzido com o intuito de mapear oportunidades de mercado, auxiliando empresas brasileiras com informações sobre comércio internacional, consumo local e cenário econômico.
Somente em 2020, o mercado alemão de ingredientes para a indústria de alimentos e bebidas atingiu 4,9 milhões de toneladas e deve seguir com crescimento moderado até 2024. Esse avanço é baseado principalmente em produtos mais associados a temas de saúde, como farinhas especiais, adoçantes e produtos orgânicos, considerados oportunidades crescentes para empresas no Brasil. O estudo da Apex-Brasil revela um potencial de ampliação de mercado internacional para os setores de concentrados proteicos, farinhas de frutas e hortaliças e polpas de frutas e vegetais. Produtos naturais, ou com certificação europeia de orgânicos, são especialmente procurados.
O analista da Apex-Brasil, Pedro Netto, avalia que a crescente demanda por esse tipo de produto impulsiona a indústria brasileira. “O mercado de ingredientes saudáveis está em ascensão na Alemanha, e o Brasil tem um grande potencial exportador, inclusive nesses nichos. O estudo realizado pela Agência visa apresentar esse cenário de uma forma mais completa, para que as empresas tenham uma visão ampla do mercado e se sintam aptas a expandirem suas operações”, conclui.
O consumo no mercado alemão
Parte considerável do mercado alemão é abastecida localmente, mas há crescentes oportunidades em nichos interessantes ao Brasil. Em geral, os dois principais ingredientes utilizados na indústria local de alimentos e bebidas (farinha de trigo e açúcar) são produzidos no país. O consumo local é dividido entre ingredientes para pães, biscoitos e bolos (4,4 milhões de toneladas em 2020), ingredientes para sucos e bebidas carbonatadas (517,6 mil toneladas) e ingredientes para alimentos funcionais (47,2 mil toneladas).
A distribuição de ingredientes na Alemanha costuma variar de acordo com o tipo e a origem do produto. Aqueles que possuem forte produção local (como farinha de trigo e açúcar) são vendidos diretamente dos produtores para a indústria processadora. Já produtos importados (farinhas e polpas de frutas e outros vegetais, proteínas, féculas, etc) costumam ser distribuídos via atacadistas e outros importadores.
Agronegócio
O Brasil alcançou 150 mercados externos para produtos agropecuários desde 2019, sendo 74 nas Américas, 57 na Ásia, 18 na África e um na Oceania. Inclusive, o agronegócio brasileiro tem sido o setor de maior destaque no mercado internacional em meio ao cenário de crise provocado pela pandemia de Covid-19.
Em 2020, o segmento foi o único a crescer, garantindo o superávit da balança comercial brasileira. O Brasil registrou superávit de R$ 50,4 bilhões, faturamento 43% maior do que o de 2019, conforme apontam dados do Comexstat. A agropecuária teve crescimento de 5% nas exportações, que somaram mais de R$ 45 bilhões no último ano — enquanto os setores extrativistas e de indústria de transformação tiveram retração nas exportações.
Em 2021, o agronegócio representa 21,8% das exportações totais brasileiras. Segundo o Comexstat, de janeiro a agosto, as exportações da agropecuária somaram US$ 41,2 mi, um crescimento de 22,2%.
Acesse o estudo completo neste link.