Diálogos de Inovação: saiba como foi a terceira edição

Na quarta-feira (8/7), foi realizada a terceira edição do Diálogos de Inovação. O convidado da vez foi Renato Fenili, Secretário Adjunto de Gestão do Ministério da Economia e idealizador do Laboratório de Inovação em Compras Públicas (Lab-Comp). O bate-papo discutiu como compatibilizar os processos de compras e de inovação na Apex-Brasil, levando em conta os riscos, o intraempreendedorismo, a criatividade e as contratações da Casa.
“Quando começamos os Diálogos de Inovação, havia ainda um componente teórico nessa discussão. Com o advento da pandemia, essa transformação aconteceu naturalmente.
Nós vivemos constantemente a necessidade de aprender a utilizar novas plataformas, mas não é só uma questão de tecnologia e sim de mentalidade”, comentou Augusto Pestana, Diretor de Negócios.
“O Brasil é um país que, historicamente, investiu muito recurso em um nicho muito específico de compras públicas no âmbito federal: seleção do fornecedor e pregão eletrônico. Temos, contudo, uma visão hipertrofiada de todo o processo de compras, do planejamento ao ato final da compra”, explicou Renato.
Renato ressaltou que existe uma nova realidade em compras públicas em razão da pandemia. “Muitos processos foram atualizados, desde março, com intuito de enfrentar o desafio da Covid-19. A grande inovação foi que hoje a mentalidade no processo de compras é logístico-jurídica”, explica. Nessa situação, o aspecto logístico é privilegiado, para que o serviço seja entregue de forma efetiva. “No entanto, há também a aversão ao risco do gestor, o que dificulta o processo de inovação”, diz.
João Marcos, Gerente Jurídico, questionou se a vertente logístico-jurídica se sustentaria no pós-Covid-19, quando órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), poderiam ter uma outra interpretação dos processos de compras realizados atualmente. “O TCU está muito alinhado a essa mentalidade de inovação”, esclareceu Renato. “Um setor jurídico competente é o que dá fluência ao gestor para atender o maior interesse público”, complementou.
Renato, que já foi Oficial da Marinha, defende que o profissional deve estar preparado para tomar decisões rápidas. “Um bom instinto, aliado a uma boa preparação, dão a orientação para a tomada de decisões, mesmo quando nem todas as informações estão à disposição”.
Uma das questões abordadas foi a velocidade das inovações. “Muitas vezes, as soluções que criamos são superadas em um espaço curto de tempo”, pontuou Ana Vidal, da Coordenação de Transformação Digital. “É importante manter uma base de interligação com o governo, mas também manter a interligação com o mercado. A assimetria de informações entre o setor público e o mercado é um desafio a ser superado, mas manter essa conexão pode diminuir esse obstáculo”, esclareceu Renato.