Durante seminário em Dubai, ApexBrasil defende informações qualificadas na construção de estratégias de negócios



Durante seminário em Dubai, ApexBrasil defende informações qualificadas na construção de estratégias de negócios

Evento da Confederação Nacional da Indústria reuniu empresários brasileiros interessados em internacionalizar seus produtos

O seminário “Como fazer negócios com os Emirados Árabes Unidos (EAU)” reuniu neste domingo (14), em Dubai, empresários e representantes de empresas interessadas em fortalecer ou internacionalizar seus negócios no Golfo. Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o evento faz parte de uma Missão Prospectiva que tem como objetivo explorar as oportunidades comerciais no país.

Durante a abertura, o presidente da Apex-Brasil, Augusto Pestana, ressaltou que a forte presença dos empresários em Dubai neste momento indica a consciência e intenção dos empreendedores brasileiros em internacionalizar seus produtos em diferentes setores da economia. 

“Um grande país como o Brasil precisa estar presente no mundo inteiro e Dubai é central. É um hub para o Oriente Médio, para o mundo árabe, para o sul da Ásia, para Índia e para África. Da mesma forma, o Brasil é, cada vez mais, um hub extremamente relevante. Então, é uma relação win-win, uma relação ganha-ganha que nós temos que pensar cada vez mais em construir”, afirmou Pestana.

O presidente da Apex-Brasil lembrou que o papel da agência é intermediar e auxiliar empresários na busca pela internacionalização, além de ajudar na qualificação das companhias com oferecimento de informações necessárias para a construção de estratégias. O recém-lançado Mapa Bilateral entre Brasil e países do Golfo foi tema da fala de Pestana. O estudo detalha os principais dados sobre importação e exportação, a participação do capital emirático em território brasileiro e as 1.526 oportunidades a serem exploradas por empreendedores. 

“Uma coisa muito interessante desse estudo é que a gente percebe que aqui, nesta região, bastaria ampliarmos 0,1 ponto percentual do nosso share para isso ter um significado de quase 6 bilhões de dólares a mais na nossa corrente comercial. Ou seja, é uma região que oferece oportunidades extraordinárias. A ApexBrasil está aqui para ajudar todos a transformar essas oportunidades em negócios concretos”, disse. 

Programação

Para o presidente da CNI, Robson de Andrade, o momento atual de retomada de negócios é importante para que o Brasil demonstre ao mundo seus avanços nos mais diversos setores da economia. Andrade explicou que os Emirados Árabes ocupam a 16ª posição do Doing Business Report, ranking do Banco Mundial que elenca a regulamentação para abertura de negócios, mas que é necessário dar atenção ao fortalecimento e à diversificação das operações comerciais no país do Golfo. 

“A retomada das relações comerciais e de investimentos após a pandemia exigirá de nossas empresas mais ousadia na constituição de novas parcerias de negócios e criatividade na incorporação de soluções em um mundo cada vez mais digital. De outra parte, os governos devem estar comprometidos com a facilitação do ambiente de negócios, garantindo a segurança jurídica nas operações comerciais e de investimentos. Temos muito o que fazer, muito a ser feito. Este seminário é o primeiro passo para proporcionar a troca de experiências e conhecimento sobre como fortalecer as relações entre nossos países e estabelecer um ponto focal para o Brasil em relação ao mercado árabe”, apontou Robson de Andrade. 

A abertura do seminário foi seguida pela fala do diretor-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Melles, que salientou a importância dos pequenos empreendedores na internacionalização dos produtos brasileiros e lembrou da sustentabilidade da produção em território nacional. Já o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, embaixador Osmar Chohfi, e o diretor de Escritórios Internacionais da Dubai Chamber, Omar Khan, falaram sobre as oportunidades de negócios a serem exploradas nos Emirados Árabes Unidos e em Dubai, mais especificamente. Além da proteína animal, setor que está na primeira posição dos produtos mais exportados para os EAU, Chohfi elencou outras áreas de comércio abertas para os artigos brasileiros como cosméticos, construção, maquinários agrícolas, tecnologia e laticínios. 

Como fazer negócios nos EAU

O seminário deste domingo também apresentou caminhos para tirar do papel a ideia de fazer negócios com os Emirados Árabes Unidos. O chefe do Escritório da Dubai Chamber no Brasil, Joao Paulo Paixão, explicou que a América Latina está sendo vista como ponto prioritário por investidores do Oriente Médio. Há igualmente espaço para que brasileiros explorem comercialmente na região. 

Segundo dados da Dubai Chamber, os EAU estão entre os 10 melhores do mundo para a concessão de alvarás, acesso à eletricidade, registro de propriedade e cumprimento de contratos. Ressaltou também que novas iniciativas foram implementadas no emirado para atração de novos investidores, como o oferecimento de visto para aposentados, visto de residência para empreendedores, melhorias na lei de falências, programa de trabalho remoto e melhorias na lei de nacionalidade. 

Nessa mesma sessão, o chefe do Departamento Econômico da Dubai Industries & Exports, Dr. Ashraf Mahate, falou sobre as oportunidades a serem exploradas no chamado setor Halal. Ele informou, por exemplo, que a economia islâmica importa, no mundo, US$ 271 bilhões e que entre 2015 e 2018 investimentos islâmicos somaram US$ 745 milhões. 

Rafael Solimeo, diretor do Escritório Internacional Câmara de Comércio Árabe-Brasileira em Dubai, e Fahad Althani, diretor da Dubai FDI, do governo local, explicaram à plateia como iniciar as operações nos Emirados Árabes Unidos e quais os procedimentos a serem adotados para receber investimentos árabes. 

A troca de experiências entre quem já tem operações comerciais em Dubai foi uma sessão à parte dentro do seminário que ocorreu no Hotel The Ritz-Carlton. Fizeram parte do painel o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT), Gustavo Coelho Oliveira (moderador do evento), o CEO da DP World, Fábio Siccherino, a vice-presidente global de Relações Institucionais da BRF Grazielle Parenti e o diretor-presidente da Carolina Baby Móveis Infantis, Aureo Barbosa. Eles explicaram quais os pontos a serem observados e quais os procedimentos que adotaram antes de implementar a produção distribuída localmente. 

Expo 2020 Dubai

O encerramento das atividades na parte da manhã foi feita pelo Comissário-Geral do Brasil na Expo Dubai, Elias Martins Filho, e pela vice-presidente e Diretora de Marketing e Vendas da Expo Dubai, Sumathi Ramanathan. Eles fizeram uma breve apresentação sobre os dados do superevento e o que esperar dele em relação a negócios. 

Martins Filho ressaltou a grandiosidade da exposição e fez um apanhado histórico, citando dados de público e feitos importantes realizados durante o evento ao longo dos últimos dois séculos. Um deles é a construção da Torre Eiffel, em Paris, na Expo de 1889. De tão esplêndida, passou a ficar em definitivo na paisagem da capital francesa. A Expo 2020 Dubai, segundo Elias, é um espaço importante para networking e fechamento de negócios: “Há três principais razões para o Brasil estar na Expo Dubai: o Brasil é um tradicional participante das exposições universais, também é um evento de imagem, uma oportunidade para nós, brasileiros, mostrarmos o Brasil real. E o terceiro: é uma oportunidade de negócio que nos geram expectativas muito altas”.

Agência de Notícias da Indústria / divulgação