Franquias de ensino brasileiras inovam para migrar para o digital e motivar professores e alunos



Franquias de ensino brasileiras inovam para migrar para o digital e motivar professores e alunos

Com a crise, as redes criaram novos produtos digitais que serão integrados aos portfólios

Com a pandemia, o core business de todas as redes de franquia da área de educação mudou drasticamente e a inovação e agilidade viraram via de regra. O grande desafio das marcas brasileiras foi o de construir um sistema de ensino novo e digital, além de treinar professores e até mesmo pais para a nova realidade, em que a sala de aula virou a sala de casa.

Motivar professores, pais e alunos foi um dos pontos trabalhados por redes como a escola bilíngue Maple Bear; a Faculdade Inspirar, focada na área de saúde; a escola de programação e robótica para crianças e adolescentes SuperGeeks e a School of Rock, que promove o ensino de música, todas participantes do Franchising Brasil – o projeto de internacionalização do setor de franchising brasileiro realizado por meio de uma parceria entre a Associação Brasileira de Franchising (ABF) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A Maple Bear, escola bilíngue que usa metodologia de ensino canadense, tem atualmente 140 escolas no Brasil e quatro no México. A rede adotou, rapidamente, procedimentos para isolamento, suspensão de aulas e higienização das instalações. De acordo com Arno Krug, CEO da rede, o time acadêmico precisou garantir o engajamento dos pais das 25 mil famílias com filhos que estudam na Maple.

Para isso, dedicou-se especialmente ao desenvolvimento de materiais de apoio, orientações, compartilhamento de práticas pedagógicas e outras frentes disponibilizados por meio de vídeos e webinars. “Isso permitiu que os desafios iniciais fossem, ao longo do tempo, sendo transformados em uma nova rotina, levando aos pais confiança e tranquilidade para atravessarem este período de suspensão de aulas”, conta Arno.

Para a SuperGeeks, a adaptação foi rápida, uma vez que a escola de programação já tinha módulos online. O desafio maior foi fazer a transição dos alunos que tinham matrículas presenciais para o sistema digital. De acordo com Marco Giroto, fundador da franquia, o desafio foi auxiliar os alunos que não estavam preparados para a realidade de aulas remotas. “Nem todos estavam preparados, com computador adequado e boa internet. Mas muitos pais fizeram um esforço para que os alunos pudessem estar prontos”, conta.

A School of Rock, escola de música com 270 escolas no mundo, sendo que 41 unidades estão no Brasil, também está bem posicionada. Os sócios brasileiros são hoje os responsáveis pela expansão para a Europa: com contratos recém-firmados com a Itália, Portugal e Espanha. Até antes da pandemia, a base do negócio da School of Rock tinha três pilares: a socialização, a integração e as experiências no palco. “Fomos atacados no coração da nossa essência”, conta Paulo Portela, diretor geral da School of Rock Brasil, ao falar sobre a interrupção de eventos.

Segundo Paulo, a rede substituiu os ensaios e shows por um programa de ensino que incentiva a composição e a gravação de vídeos pelos alunos. “Ensinamos eles a se produzirem, se gravarem. O instrutor faz a edição do áudio e do vídeo e os alunos assistem juntos. É a forma que encontramos de manter todos motivados”, explica. Ele ainda conta que a rede está otimista e, inclusive, vendeu franquias durante o período de isolamento. “Quando a gente voltar ao novo normal vai estar com um portfólio muito mais robusto e tudo o que criamos será mantido”, finaliza.

A Faculdade Inspirar focada em graduação, MBA, pós-graduação e cursos de extensão para profissionais da saúde também agiu para dar suporte aos professores e alunos. Foi disponibilizado atendimento para o aluno via WhatsApp, além de um grupo no telegram com 700 membros destinado a tirar dúvidas dos profissionais que estão na linha de frente do combate ao COVID-19 com informações, pesquisas e orientações.

A Inspirar desenvolveu, também, alguns treinamentos e auxílios para os franqueados. De acordo com a coordenadora de comunicação da rede de ensino, Marina Cotovicz, foram criados treinamentos para a utilização de ferramentas de interação digital e de atuação no sistema home office, adequação de cronogramas dos cursos no período de suspensão das aulas e atendimento individualizado para análise financeira e gestão de crise de cada franquia.

Novos produtos

Com a migração para o ensino digital, surgiu o nascimento de novos produtos. A SuperGeeks, por exemplo, tem planos de expandir a atuação de cursos online e ao vivo e criou um novo módulo de aulas:  “lançamos também o mundo virtual 3D onde podemos ministrar aulas expositivas de forma totalmente imersiva. Iremos lançar esse sistema para qualquer escola interessada”.

Para a School of Rock, a crise foi a oportunidade de a franquia inovar e agregar uma série de produtos digitais para o seu portfólio.

Master Classes com bate-papos junto a artistas como Andreas Kisser, do Sepultura; Big Classes com professores da rede; aulas online de musicalização infantil em grupo; lives para pais sobre temas ligados até mesmo à saúde. São inúmeras as atividades online que a School of Rock conseguiu desenvolver em um período tão curto de tempo: uma semana após a customização da plataforma zoom para a rede os alunos já estavam estudando de maneira remota com os mais de 400 professores treinados para a nova realidade.

Sobre o Franchising Brasil

O Franchising Brasil é um projeto conjunto da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que visa apoiar a estratégia de internacionalização das redes brasileiras de franquias e sua promoção comercial internacional. A iniciativa foi concebida para promover este reconhecido modelo de negócios nos principais mercados internacionais.