Núcleo do PEIEX pode aumentar em mais de 30% número de empresas exportadoras no Ceará



Núcleo do PEIEX pode aumentar em mais de 30% número de empresas exportadoras no Ceará

Plano de ação vai até 2023. A estratégia da ApexBrasil é capacitar 100 empresas de diversos setores para exportarem seus produtos por meio do núcleo do Programa de Qualificação para Exportação em parceria com a FIEC 

Na quinta-feira (25), dezenas de empresários cearenses foram à Casa da Indústria, em Fortaleza, para conhecer a estratégia do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) de reforçar a inserção do Ceará no mercado internacional. O núcleo do PEIEX recém-lançado no Estado oferecerá capacitação e acompanhamento para que 100 empresas comecem sua internacionalização até 2023. O programa é uma iniciativa da Agência de Promoção de Exportação e de Investimentos (ApexBrasil) e será implementado regionalmente pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).  

A qualificação e os serviços oferecidos pelo programa podem elevar em 33% o número de exportadores no Estado. Historicamente, como aponta o diretor de Negócios da ApexBrasil, Lucas Fiuza, o Ceará conta com uma balança comercial deficitária, isto é, importa produtos e serviços mais do que exporta. Entretanto, não é por falta de potencial, pelo contrário: o Estado tem estrutura para vender mais US$ 83,5 bilhões para 231 países. O que falta é desenvolver entre os empreendedores a cultura exportadora e oferecer as informações necessárias para descomplicar o mercado internacional, serviços que são os pilares do PEIEX.  

“A cultura exportadora é um grande desafio, principalmente, porque o Brasil tem um mercado interno grande, de tamanho continental, de modo que, muitas vezes, o empresário brasileiro não precisa exportar para sobreviver. Nossa metodologia do PEIEX tem a vantagem de garantir uma internacionalização efetiva e segura e aqui no Ceará, com o grande potencial que possui, a partir do programa, é possível aumentar em 33% o número de empresas exportadoras”, explica Fiuza.   

Outro desafio para os negócios internacionais do Ceará é a concentração de poucos segmentos na pauta: do total de exportações, 57% correspondem ao setor de produtos semimanufaturados de ferro e de aço. Incluir mais setores, como alimentício, vestuário, tecidos e serviços em tecnologia, também é estratégia do PEIEX para internacionalização efetiva do Estado.  

“O Ceará tem muito potencial, justamente porque suas empresas destacam-se pela brasilidade, pela cultura e pela sustentabilidade. Isso, sem dúvidas, desperta o interesse do comprador internacional, porque ele percebe isso como diferencial do Brasil e deseja, mais do que comprar um produto, vivenciar a cultura e o estilo de vida do país”, destaca a gerente de Competitividade e Ensino da ApexBrasil, Deborah Rossoni.  

Doces mundo afora 

A brasilidade que Rossoni menciona é um grande potencial competitivo dos empreendimentos e é usada pela Sucré Patisserie, empresa convidada em setembro para participar do programa. A Sucré foi fundada como uma doceria em 2007, pela chef Lisa Quinderé e hoje, além de confeitaria, é uma marca consolidada, com venda de coxinhas congeladas e snacks de brownie em supermercados.  

A empresa já participou em um ciclo anterior de qualificação do PEIEX, mas quando a metodologia de capacitação ainda incluía áreas de gestão empresarial. Agora, o foco será totalmente em sua internacionalização: o planejamento da ApexBrasil para a empresa engloba Estados Unidos e países da América do Sul, como o Paraguai.  

“Temos importantes diferenciais: nossa coxinha, por exemplo, é feita com massa de mandioca, sendo mais saudável que a convencional. A oportunidade do PEIEX permitirá que o mundo conheça nosso produto, nossa qualidade que já é reconhecida em diferentes estados brasileiros. Estamos otimistas e acreditamos na expansão segura do nosso mercado, com as orientações técnicas e individualizadas do programa”, diz o representante comercial da Sucré, Wallace Pereira. 

A singularidade brasileira é também elemento chave para a Nüsse, com sede em Fortaleza e convidada a participar do PEIEX. A empresa foi fundada em 2019 e, como especifica o sócio fundador, Flávio Barros, faz um beneficiamento de uma commodity do Brasil: a castanha de caju.  

“Nós compramos a castanha de fornecedores e a preparamos com ingredientes de alta qualidade, como chocolate belga. Foi muito importante o interesse da equipe do PEIEX em nosso negócio, porque já o fundamos com a pretensão de exportar nossos produtos, tanto que buscamos produzir com um alto período de validade. Há um grande potencial comprador nos países da América do Sul, como o Chile, e nos Estados Unidos, que é um dos que mais demanda castanhas”, conta Flávio. 

Núcleo do PEIEX no Ceará 

A sede do programa no Estado é no Centro de Negócios Internacionais do Ceará (CIN). Empresas que estão a até 100 km da capital Fortaleza podem contar com atendimento presencial e, as demais, podem ser atendidas de forma remota. O trabalho do núcleo começou a ser desenvolvido há cerca de 3 meses e, até agora, 38 empresas estão sendo atendidas.  

Todo o serviço é gratuito para os empreendimentos e o principal benefício que o PEIEX oferece é a qualificação de seus técnicos. “É muito importante que as empresas que desejam fazer a inserção internacional façam de forma planejada, de forma assertiva, para que essa exportação seja inclusive uma operação continuada”, explica a gerente do CIN, Karina Frota.  

A parceria da ApexBrasil com a FIEC é executada a partir de seleção por meio de chamamento público realizado em 2020, e o prazo de execução é até 2023. A meta é atender 100 empresas, de modo que ainda restam 40 vagas. Para se inscrever, é preciso solicitar uma visita da equipe técnica do PEIEX ou encaminhar e-mail para apexbrasil@apexbrasil.com.br, através do qual também é possível obter mais informações. 

Sobre a ApexBrasil  

A ApexBrasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. A Agência apoia atualmente cerca de 15.000 empresas em 80 setores da economia brasileira.