Projeto “Brazil Brexit Watch”
A Embaixada de Londres, em ação coordenada com a Apex-Brasil e a Câmara de Comércio da Grã-Bretanha, criou o projeto “Brazil Brexit Watch”, que visa monitorar as mudanças decorrentes do Brexit, denominação da saída do Reino Unido da União Europeia.
O objetivo do “Brazil Brexit Watch” é minimizar os impactos do Brexit sobre os fluxos de comércio e reunir informações em uma plataforma, para apoiar os exportadores brasileiros quanto às alterações que possam surgir, tais como o novo regime tarifário a ser adotado pelo Governo britânico no caso da saída do Reino Unido da União Europeia. Além disso, a proposta aborda aspectos logísticos, exigências alfandegárias e regulamentos.
Do ponto de vista econômico, o Reino Unido é a quinta maior economia mundial, e suas importações somaram US$ 673,1 bilhões em 2018. O Brasil conta com cerca de 1.700 empresas que já exportam para o Reino Unido, com perto de US$ 3 bilhões de exportação de bens em 2018. A pauta de exportação é diversificada, e o mercado foi o 17º principal destino das exportações brasileiras no ano.
Como parte do projeto, foi realizada pesquisa com empresários brasileiros até o dia 12 de abril por meio do link <http://arq.apexbrasil.com.br/emails/institucional/2019/13/>.
Resultados parciais da pesquisa indicaram que 76% das empresas responderam que o Brexit poderia impactar as exportações nacionais para o Reino Unido. Dessas, 70% acreditavam que o impacto poderia ser negativo, 10%, positivo, e 20% afirmaram que dependia ou não sabiam.
Entre as empresas que responderam à pesquisa até hoje, encontram-se diversos setores como alimentos (café, carnes, frutas), máquinas e equipamentos, calçados, cosméticos, mármore e granitos, produtos cerâmicos, obras de arte, materiais elétricos, e eletrônicos, entre outros.
No que concerne ao impacto negativo gerado nos negócios da empresa, os principais tópicos apontados foram o aumento de custos logísticos e alfandegários, os entraves relacionados às exportações via Europa, os maiores impostos de importação, as exigências de novos certificados distintos dos da UE, a imposição de barreiras tarifárias e não tarifárias, e a incerteza sobre regras futuras. Além disso, as empresas de frutas e carnes relataram que atrasos na alfândega poderiam prejudicar o comércio de produtos perecíveis.
Já entre os potenciais impactos positivos, ressaltou-se a possibilidade de melhoria das condições de competitividade dos produtos brasileiros, seja pela imposição de impostos de importação aos produtos europeus, seja pela redução de tarifas para produtos brasileiros.
A pesquisa apontou ainda que os principais mercados competidores das empresas brasileiras nas exportações para o Reino Unido eram países da União Europeia, seguidos pela China e por outros países asiáticos, América Latina, e Estados Unidos.
Caso ocorra o Brexit, 45% das empresas pretendem adotar medidas para atuar no mercado. Entre as possíveis medidas citadas estão a adequação à nova legislação britânica, o depósito de marcas e a recertificação orgânica.
Ressalta-se ainda que os resultados parciais demonstraram que as empresas ainda não adotaram medidas de antecipação de riscos. A maioria afirmou que estava avaliando o tema e, principalmente, aguardando mais definição quanto aos requisitos de comércio com o Reino Unido, para poder optar por decisões e medidas de adequação necessárias. Somente uma empresa respondeu que pretendia vender para outros países da União Europeia, caso fosse inviável exportar para o país.
Todas as empresas que responderam ao questionário até o momento destacaram desconhecer os novos sistemas de importação sendo implementados no Reino Unido. Informações sobre esses novos sistemas já estão contidas no site, como parte do projeto Brazil Brexit Watch, disponível no link:
http://www.investexportbrasil.gov.br/sites/default/files/artigo/plataforma-sobre-o-brexit.pdf.