Rodada de negócios virtual e seminário preparam produtores do agro para negócios com Europa e EUA



Rodada de negócios virtual e seminário preparam produtores do agro para negócios com Europa e EUA

A Apex-Brasil e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) organizam, na primeira semana de fevereiro, uma série de rodadas de negócios virtuais entre compradores estrangeiros da Europa e dos Estados Unidos e 30 empresários rurais e agroindústrias brasileiras. A iniciativa é parte do Agro.BR, projeto realizado por meio de parceria entre as instituições e que atua para promover negócios internacionais e aumentar a presença de pequenos e médios produtores no comércio exterior, além de diversificar a pauta de exportação brasileira do agronegócio.

O projeto recebeu 61 inscrições de empresas do agro interessadas em participar das Rodadas e 30 foram selecionadas. A prioridade na seleção foi para produtores de alimentos e bebidas tipicamente nacionais de setores diversos, com diferenciais em certificações internacionais, produtos orgânicos e produtos com características voltadas para a sustentabilidade ambiental e/ou responsabilidade social.

Como forma de capacitar os participantes a vender para a Europa, o projeto promoveu, na terça (26/1), um seminário virtual. Na abertura do seminário, a coordenadora de exportação da CNA, Camila Sande, afirmou que a Europa é um mercado desafiador e exigente, mas é um tradicional parceiro comercial do Brasil. “Com essas ações do projeto, a gente espera consolidar e ampliar a venda de produtos agropecuários nesse mercado”.

O chefe de operações do escritório da Apex-Brasil em Bruxelas, Alex Figueiredo, foi um dos palestrantes do evento e falou sobre a economia, o comércio e os mercados-alvo da União Europeia, além da saída do Reino Unido do bloco europeu (Brexit). “Juntos, os 27 países do bloco e o Reino Unido são os maiores exportadores e o segundo importador de alimentos e bebidas do mundo. Hoje a população já totaliza 450 milhões de habitantes, a terceira maior do mundo. É um mercado potencial e está em ascensão”, disse.

Em sua apresentação, Figueiredo informou que a União Europeia possui mais de 40 acordos internacionais e é considerado um exportador de regulamentos, com exigências alfandegárias e certificados específicos. “É fundamental que o empresário conheça o mercado que se pretende trabalhar e a melhor forma de conquistá-lo”.

Com relação ao Brexit, o chefe de operações afirmou que existe um novo perfil tarifário e que o Reino Unido isentou as alíquotas em 5% das classificações do complexo alimentos e bebidas, ou seja, em 36 dos mais de 700 produtos classificados no sistema harmonizado internacional. Frutas, carnes, sucos, grãos são também submetidos a cotas.

Durante o seminário, a analista de negócios da Apex-Brasil, Magdalena Smorczewska, fez uma exposição sobre as oportunidades e a cultura de negócios da Europa. “O comércio europeu é competitivo, exigente, complexo e composto por múltiplos mercados. É referência mundial de novas tendências e benchmarking”.

De acordo com Magdalena, há oportunidades de negócios para diversos segmentos, como cacau, café e castanhas. “A União Europeia é um forte mercado produtor de chocolate e precisa de insumos. Em relação ao café, há oportunidades para os especiais que estão em destaque e produtos de alta qualidade. Para as castanhas, existe uma demanda impulsionada pela popularidade de alimentação saudável”.

No encontro, a analista da Apex-Brasil pontuou algumas tendências do mercado e dos consumidores europeus. Segundo ela, há uma crescente preocupação com a saúde e o bem-estar, com adoção de hábitos alimentares e características para o estilo de vida saudável. “Linhas de produtos free from, nomeadamente sem glúten e sem lactose, por exemplo, têm sido um sucesso em vendas e lançamentos”.

Para a especialista, são várias oportunidades no mercado europeu, mas existem algumas sensibilidades, como a adequação dos preços às expectativas dos consumidores e aos valores médios das categorias de produtos específicos. Além da importância do prazo de validade adequado, o alto nível da conscientização dos consumidores que analisam rótulos e etiquetagem e a necessidade de investir em marketing e posicionamento dos produtos.

Por fim, Magdalena Smorczewska ressaltou aos participantes do seminário que o exportador brasileiro tem que despertar o interesse do comprador, fornecendo embalagem moderna, prática sustentável, propriedade do produto apresentado e seus benefícios para a saúde. “É necessário que o empresário disponha de informações precisas sobre o produto, como teor de açúcar, corantes e conservantes”.

Com informações da Assessoria de Comunicação CNA. Telefone: (61) 2109-1419