Uma viagem ao Cerrado na Expo Dubai: através da gastronomia, ApexBrasil apresenta bioma brasileiro ao mundo



Uma viagem ao Cerrado na Expo Dubai: através da gastronomia, ApexBrasil apresenta bioma brasileiro ao mundo

Para valorizar características naturais e culturais do Brasil na Expo 2020, a Apex-Brasil organizou apresentações gastronômicas alusivas aos biomas do país. Nesta terça-feira (7), é destaque o Cerrado, com show do chef Ian Baiocchi 

Conhecido como a Savana mais rica do mundo, o Cerrado possui 5% da biodiversidade do planeta. São 11.627 plantas nativas catalogadas e características que abrangem os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal. Tamanha riqueza natural brasileira estará representada nesta terça-feira (7), na Expo 2020 Dubai através de uma das expressões mais afetivas de conhecimento: a gastronomia. O chef goiano Ian Baiocchi fará um cooking show no Pavilhão Brasil, com ingredientes originários do Cerrado.

O evento foi organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em parceria com a CCAB (Câmara de Comércio Árabe-Brasileira) e o Ministério das Relações Exteriores. 

Ian revela que os principais ingredientes escolhidos são a marmelada de Santa Luzia, doce produzido artesanalmente e típico de região de Luziânia no estado de Goiás, banana marmelo, corte de carne cupim, farinha de milho e castanha de baru.  O seu critério para escolha deles foi baseado em sua “vontade de mostrar a diversidade do bioma, para além do clichê do pequi”, diz.

Baiocchi define o Cerrado em potência e sazonalidade, justamente que o que buscará traduzir em sua apresentação. “O que eu mais gosto do Cerrado é que ele é uma potência. Nada que existe e que acontece por lá é tranquilo. Tudo é forte e intenso. Assim também é a característica de sua sazonalidade, uma vez que todas as colheitas duram menos tempo, como caso da mangaba que se colhe entre 3 e 4 semanas por ano. E esses frutos possuem um sabor forte, sabor da luta do bioma para produzir vida em ambientes secos”, descreve o chef.

E sobre potencialidade, sua grande aposta para que o Cerrado conquiste público de todo o mundo na Expo é a castanha de baru, fruto do barueiro, uma de suas árvores nativas. Para Baiocchi, essa castanha é similar ao pistache, sucesso histórico no Oriente Médio, além de ser rica em ferro, o que pode lhe garantir popularidade entre visitantes da Expo Dubai.

Para os ingredientes das receitas, haverá preferência pelos fornecedores com Certificação Halal, reconhecida por países islâmicos, para atestar que os produtos seguem os requisitos legais e critérios determinados pela jurisprudência islâmica. 

Agronegócio

A programação é a segunda de uma série de shows gastronômicos com a finalidade de destacar o potencial agropecuário brasileiro, que tem sido cada vez mais um setor chave para as exportações brasileiras, como explica a analista da Gerência de Agronegócio da Apex-Brasil, Luciana Furtado. “Queremos promover a gastronomia como forma de ampliar e posicionar a imagem do Brasil. O Pavilhão do Brasil já foi visitado por mais de 600 mil pessoas de todo o mundo e, o que é mais importante, é que são pessoas abertas a conhecer e apreciar nossa cultura” afirma. 

O primeiro show gastronômico ocorreu em 16 de novembro durante a Semana do Brasil, ministrado pela chef baiana Luciana Berry, campeã do reality Top Chef Brasil 2020, da TV Record. Ela apresentou as características do Pantanal.  

Em 2022, no dia 31 de janeiro, será a vez de o chef Rodrigo Oliveira apresentar o bioma Caatinga. Paulistano, Rodrigo é filho de pernambucanos, de quem herdou o gosto pela culinária. Cursou Gastronomia e desde 2001 está à frente do restaurante que conta a história da sua família.

Em fevereiro, o chef paraense Thiago Castanho apresenta o bioma Amazônia. A programação integra os eventos da Semana do Agro na Expo 2020 Dubai. Castanho já foi apontado pelo jornal norte-americano The New York Times como um dos chefs mais inovadores do Brasil e destaca-se internacionalmente por fazer releituras da culinária tradicional amazônica.

No dia 17 de março será a vez do Guga Rocha, que apresentará o bioma Pampa. Além de chef de cozinha com 20 anos de experiência profissional, ele também é pesquisador, escritor e apresentador de televisão. Natural do estado de Alagoas, sua principal influência foi a avó paterna, Edla Ramalho, também chef, com quem conviveu durante toda sua infância. “Entendo que a raiz da cozinha brasileira é preciosa, porque guarda a história e a cultura do seu povo”, conclui Guga Rocha, que promete abusar da criatividade para encantar os visitantes e derrubar estigmas sobre a Região Sul do Brasil.