A Comissão lança a sua “nova bússola” para impulsionar o crescimento do bloco



No dia 29 de janeiro, a Comissão Europeia publicou o a “Bússola para a Competitividade” (Competitiveness Compass), um documento estratégico que orienta as diretrizes econômicas da União Europeia para os próximos 5 anos. Essa iniciativa busca fortalecer a competitividade europeia e reduzir entraves regulatórios que afetam a economia do bloco.

Uma das principais medidas da nova estratégia é a redução da burocracia, especialmente em legislações relacionadas ao clima e à sustentabilidade, já que a instituição busca simplificar regras sobre finanças sustentáveis.  Outro ponto crítico é a priorização de produtos fabricados na Europa nas compras governamentais, que representam cerca de 14% do PIB do bloco.

Apesar de não trazer mudanças drásticas para a agricultura, a nova estratégia propõe uma Visão para a Agricultura e Alimentação, prevista para ser publicada em meados de fevereiro. A UE pretende aliviar a carga administrativa sobre agricultores e reguladores e promover princípios de economia circular. Isso pode significar novas exigências na cadeia produtiva, mas também oportunidades para empresas alinhadas à sustentabilidade.

No que se refere ao comércio internacional, a Comissão destacou o objetivo de reduzir dependências excessivas e aumentar a segurança no fornecimento de insumos estratégicos: “a capacidade da UE de diversificar suas cadeias produtivas dependerá de parcerias eficazes”. Atualmente, o bloco possui a maior rede de acordos comerciais do mundo, cobrindo 76 países e abrangendo quase metade do comércio europeu. Com o objetivo de ampliar essa diversificação e fortalecer as cadeias de suprimentos, a “Bússola” menciona uma nova gama de parcerias para comércio e investimento limpos (Clean Trade and Investment Partnerships). Estes visam garantir o fornecimento de matérias-primas, energia limpa, combustíveis sustentáveis para transporte e tecnologias verdes de diversos mercados globais. Essa menção da importância de parcerias estratégicas e do fortalecimento das relações comerciais sinaliza um possível esforço da Comissão para impulsionar a validação do Acordo UE-Mercosul, reforçando a importância do bloco sul-americano na estratégia europeia de diversificação e segurança econômica, como pelo acesso à materiais críticos.