Coalizão internacional do setor do café lista preocupação com a legislação europeia antidesmatamento (EUDR)



A publicação Coffee Barometer investiga e publica elementos sobre a sustentabilidade no mercado global do café, incluindo suas dimensões sociais e econômicas na produção e comércio. A iniciativa é gerida pela organização Conservation International, dedicada à preservação da biodiversidade. Na versão recente da publicação, o grupo realça que parte significativa do setor não possui meios financeiros e tecnológicos para atender aos requisitos da Regulamentação Europeia Antidesmatamento (EUDR), que deve entrar em vigor em 2025.

A EUDR delibera que importadores europeus serão os responsáveis legais por provar que os produtos comercializados (café, carne, soja, borracha, dendê, madeira e cacau) não proveem de áreas desmatadas depois de janeiro de 2021. Segundo o estudo, a “era do café barato” acabou, uma vez que para atender os requisitos da regulamentação, o setor deverá achar ferramentas para equipar produtores pequenos com o suporte técnico e financeiro suficiente para garantir a rastreabilidade total do produto. Ainda segundo o documento, há o risco de que haja desvios de comércio de países com menor estrutura de controle para grandes players, como é o caso do Brasil.

Conforme nota o relatório, o Brasil por ser um dos principais players mundiais pode ter condição de provar que os requisitos de não-desmatamento de melhor forma em comparação com outros países. O Brasil é responsável por cerca de 50% do café importado pela União Europeia, e responde por cerca de 35% do mercado mundial de café.