Conflito na Ucrânia: sanções europeias e primeiras reações na cadeia agrícola
Após a aplicação de sanções comerciais e financeiras à Rússia, entre fevereiro e o início de março, a União Europeia as estendeu também à Belarus. As sanções aplicadas ao país somam-se às medidas de restrição de comércio impostas pela União Europeia desde junho de 2021, quando Belarus foi acusada de violar direitos humanos contra concidadãos, e de intencionalmente acentuar a crise de refugiados no continente.
Como retaliação às restrições europeias, aplicadas também pelos Estados Unidos e Reino Unido, o governo de Belarus iniciou um embargo de 6 meses nas importações de frutas e vegetais da União Europeia, EFTA (European Free Trade Association), Reino Unido e Estados Unidos. Pela importância desse mercado para os exportadores europeus, Eurodeputados do Comitê Agrícola do Parlamento Europeu iniciaram um pedido de resposta oficial para que a Comissão Europeia se posicione sobre o assunto. Após embargo semelhante que interrompeu as exportações europeias de produtos da cadeia alimentícia à Rússia, em 2014, a Belarus havia se consolidado como o segundo maior mercado para os produtos agrícolas europeus.
O comunicado, que reúne assinatura de deputados de distintos grupos políticos da casa, pede que a Comissão aja para limitar o embargo à temporalidade atual, até o final de junho. O documento cobra, ainda, que sejam conduzidas avaliações mercadológicas para o setor quanto a prejuízos internos e externos, e para que se considere medidas de auxílio financeiro.
Do lado russo, a imposição de sanções comerciais e financeiras por parte da União Europeia levou o governo do Kremlin a banir a entrada de oficiais ligados às instituições europeias, assim como diversos cidadãos de Estados-membros. O antigo presidente do país, Dmitry Medvedev, advocou pela criação de um embargo econômico que impeça a exportação de produtos de origem agrícola a países da União Europeia. Até o momento, foram anunciadas cotas de exportação de óleo de semente de girassol e de canola, em 1,5 milhões e 700 mil toneladas, respectivamente.