Motores a combustão ganham sobrevida na União Europeia
Entre as propostas de cunho ambiental da União Europeia, o programa Fit for 55% visa reduzir as emissões de carbono do bloco em 55% até 2030. Para isso, uma das propostas negociadas ainda em 2022 previa a proibição da venda de carros novos movidos a motores de combustão a partir de 2035. O objetivo é que automóveis não mais possam emitir CO2 até 2050, data em que a União almeja alcançar a neutralidade total de emissões. Em outubro de 2022, negociadores do Parlamento e do Conselho da União Europeia haviam acordado o texto que previa a extinção do motor a combustão, apenas com a formalização da proposta pendente para 2023.
Não obstante o acordo existente e a aprovação do texto final pelo Parlamento, o Conselho do bloco hesitou em referendá-lo em oposição movida de última hora pela Alemanha. O movimento pediu a reabertura do texto para considerar combustíveis sintéticos como não poluentes, o que permitiria a continuidade da produção de motores a combustão adaptados especialmente para esse tipo de combustível.
Após um acordo paralelo traçado entre Comissão Europeia e governo alemão em 25 de março, que prevê a regulamentação de carros movidos a combustíveis sintéticos como neutros, com relação a suas emissões, a proposta inicial foi assinada em 28 de março. Com o acordo, celebrado pelo Ministro do transporte alemão, Volker Wissing, motores a combustão dedicados a esse tipo de combustível seguirão a ser vendidos normalmente na União Europeia. Para tanto, a Comissão Europeia deverá rever os padrões do bloco para emissões de veículos automotores. A proposta entrará em vigor uma vez publicada no diário oficial do bloco, o que deve ocorrer ao longo do mês de abril.