Representantes do agro europeu discutem desafios do setor



Os líderes da entidade representativa do setor agrícola europeu, Copa-Cogeca, realizaram um evento com jornalistas locais para apresentar e discutir os desafios contemporâneos do setor. O grupo representa tanto os produtores rurais (Copa), quanto as cooperativas (Cogeca). Foram tratadas questões de concorrência com produtos importados, o aumento das exigências de sustentabilidade, e negociações comerciais do bloco.

Com relação à isenção tarifária que a União Europeia (EU) aplicou às importações provenientes da Ucrânia, o presidente da Cogeca, Ramon Armengol, criticou a falta de infraestrutura necessária para escoar os grãos ucranianos. Segundo relatos do grupo de produtores, os países da EU que fazem fronteira com a Ucrânia estariam enfrentando excessos de oferta em seus mercados, gerando prejuízos aos produtores locais.  Segundo Armengol, é necessário garantir que esses produtos transitem por esses países e alcancem seus consumidores finais em outros mercados. Christiane Lambert, presidente da Copa, expressou preocupação com uma possível adesão do país do leste europeu à UE. Segundo Lambert, “a Ucrânia é um produtor agrícola significativo, mas tem regras ambientais e sociais diferentes das europeias”.

Com relação aos acordos comerciais, o grupo criticou o fato de o setor agrícola ver maiores requisitos ambientais de produção, ao passo que a União Europeia negocia acordos que “abrirão as fronteiras para produtos que não seguem as mesmas regras”. Christiane Lambert mencionou explicitamente o acordo com o Mercosul, que ainda não está em vigor. Além do Mercosul, a UE negocia com a Austrália, e no ano passado, concluiu negociações com importantes produtores agrícola, como Chile e Nova Zelândia.