Surto de febre aftosa na Alemanha e reação dos parceiros comerciais
No dia 10 de janeiro de 2025, o setor agropecuário da Alemanha foi surpreendido por um surto de febre aftosa que já causa grande preocupação entre os pecuaristas do país. O primeiro caso em quase 40 anos foi confirmado em uma fazenda próxima a Berlim, afetando búfalos d’água. A doença, que atinge animais de casco fendido como gado, ovelhas, cabras e suínos, é altamente contagiosa e analistas acreditam que pode trazer consequências para a economia local. Embora a taxa de mortalidade em animais adultos seja inferior a 5%, muitos deles são abatidos para evitar a propagação do vírus.
Com o surto identificado, as autoridades locais tomaram medidas imediatas, proibindo o transporte de animais no estado de Brandemburgo e determinando o abate de toda a rebanho afetado, além de 200 porcos de uma fazenda vizinha. A Alemanha também suspendeu os certificados veterinários para exportação de animais vivos por até nove meses após a erradicação do vírus. No entanto, a reação de outros países foi mais drástica, com várias nações impondo restrições ao comércio de produtos animais provenientes da Alemanha. O Reino Unido, maior importador de produtos animais alemães fora da União Europeia, interrompeu as importações de gado, porcos e ovelhas. Países como Coreia do Sul e México seguiram o exemplo e suspenderam a importação de carne da Alemanha. A situação também levou à proibição do transporte de bezerros alemães dentro dos Países Baixos.
A Associação de Agricultores da Alemanha (DBV) já prevê que os custos financeiros desse surto serão consideráveis. O secretário-geral da associação, Bernhard Krüsken, acredita que o vírus pode estar circulando há mais tempo do que o inicialmente detectado e pediu aos líderes federais que encontrem uma forma de permitir a exportação de produtos animais provenientes de áreas livres da febre aftosa.
Em um contexto global de crescente preocupação com a segurança alimentar, nota-se que o Brasil se tornou livre de febre aftosa sem vacinação em maio de 2024. Em agosto do mesmo ano, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou que o Brasil espera receber o status de país livre de febre aftosa sem vacinação, uma chancela concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Caso aprovado, o resultado será anunciado em maio de 2025, durante a assembleia geral da entidade. Esse reconhecimento consolidaria ainda mais a posição do Brasil no cenário internacional, destacando sua capacidade de controlar a doença sem comprometer sua produção agropecuária.