Tarifas dos EUA e reações da UE
Em 9 de abril, a União Europeia (UE) decidiu impor tarifas retaliatórias sobre uma variedade de produtos norte-americanos, em resposta às tarifas de 25% aplicadas pelos Estados Unidos sobre as importações de aço e alumínio europeus. Essas medidas poderão afetar aproximadamente EUR 21 bilhões (cerca de US$ 23 bilhões) em produtos dos EUA e serão implementadas em três fases: a primeira começará em 15 de abril, seguida por rodadas adicionais em 16 de maio e 1º de dezembro.
A lista de produtos sujeitos às novas tarifas poderá incluir itens como soja, suco de laranja, motocicletas, ovos, frutas, café, aço, alumínio, têxteis, cosméticos e videogames (ainda pendente a confirmação da lista). A UE enfatizou que essas ações são proporcionais e podem ser suspensas caso um acordo comercial seja alcançado com os EUA.
A UE considera as tarifas americanas injustificadas e prejudiciais, causando prejuízos econômicos a ambos os lados, bem como à economia global. A UE declarou sua preferência por encontrar soluções que possam ser negociadas e que sejam equilibradas.
Além disso, o bloco europeu está considerando medidas adicionais em resposta a possíveis tarifas americanas de 20% aos produtos europeus e 25% de tarifas para automóveis e autopeças. A Comissão Europeia expressou sua preferência por uma solução equilibrada para ambos os lados, mas considera essas ações necessárias diante da falta de progresso nas negociações.
A decisão de impor essas tarifas foi aprovada por 26 dos 27 países-membros da UE, com a Hungria votando contra, argumentando que a escalada de medidas prejudicaria os cidadãos e defendendo o diálogo como solução. A Alemanha e França mantiveram uma postura firme a favor da imposição de tarifas.
Contudo, em 9 de abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma pausa de 90 dias na aplicação das chamadas tarifas recíprocas para os países, com exceção da China. Na sequência, o Presidente esclareceu que as tarifas voltaram para 10% “universais” com exceção da China que retaliou com novas tarifas, aumentando para 125% sobre os produtos americanos.
A reação da Comissão Europeia foi suspender seus planos de retaliação e iniciou um período de negociação de 90 dias com os EUA. Apesar de todo o alívio proporcionado pela trégua de Trump, as tarifas de 25% sobre aço e alumínio, bem como sobre carros, continuam em vigor. A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, disse que a suspensão temporária tem o objetivo de facilitar as negociações com Washington. No entanto, ela advertiu que as tarifas continuam prontas para serem acionadas se as negociações fracassarem. Ao mesmo tempo, a UE reforçou a sua vontade de diversificar relações comerciais com novos parceiros, entre eles o Mercosul, para “compromisso com um intercâmbio livre e aberto de bens, serviços e ideias.”