União Europeia e Estados Unidos ensaiam cooperação agrícola



O secretário estadunidense para agricultura, Tom Vilsack, se reuniu  em 3 de novembro com a sua contraparte europeia, o polonês Janusz Wojciechowski, no que foi referido como um “arranjo institucional” para pavimentar uma maior cooperação, segundo os europeus. Em evento celebrado no coração da União Europeia, em Bruxelas, Vilsack e Wojciechowski declararam a intenção de acelerar a cooperação em matéria de sustentabilidade agrícola, frente ao desafio de suprir a crescente demanda mundial por alimentos. O Eurodeputado italiano Paolo de Castro, também presente, reiterou a importância das inovações e soluções tecnológicas para que sejam alcançados os critérios de sustentabilidade previstos pela estratégia Farm-to-Fork da União Europeia.

Se do lado europeu a Farm-to-Fork visa internacionalizar padrões europeus de sustentabilidade via redução do uso de agentes químicos (fertilizantes e agrotóxicos) e da expansão da área cultivada de orgânicos, os Estados Unidos lançaram uma coalização para promoção da produtividade no campo. Esse movimento conta com importantes produtores agrícolas como Brasil, Austrália, Gana e Filipinas, e visa, sobretudo, ao incremento da produtividade via inovação, haja vista a tendência de redução de áreas cultiváveis em diversas partes do mundo, conforme expôs Vilsack.

Não obstante às frentes europeia e estadunidense caracterizem, em si, um possível antagonismo sob a condução das políticas de incentivo à agricultura e ao comércio, o movimento de aproximação apresenta um simbolismo de um novo capítulo na cooperação entre as duas potências regulatórias. Embora a mídia especializada europeia tenha recebido a ideia de cooperação com ceticismo, esse tipo de movimentação pode externalizar uma aproximação regulatória com impactos para os demais players agrícolas, como o Brasil, e deve se manter no foco do setor privado nacional.